GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

domingo, 29 de maio de 2011

PELE NAUFRAGA


Morro no desejo
Todas as fomes
Naufraga pele
Os sentires

Sobre areia húmida
Rompo hímen
Espuma vaga
Gozo tido

Naufrágio sentido
Pele ardente
Consumida
Inquieta
Perdida
Desperta
Vida

Sacio na água cio
Dedos ondas tesão
Vibro suave deliro
Entrego-me ao mar
Às vagas ondas
Deixo-me gozar
Nele afundar
Masturbação
Tempero
Inquieto
Perdido
Desperto
Prazer

Sal da vida
A sós
musa

CHEIA DESEJO


Há um mar que se agita

Em vagas nudez do corpo frio
Tempestade inquieta excita
Suor trémulo calafrio
Pontão de todos os desejos
Vontade prestes a afundar-se
Corpo coberto de aguados beijos
Em excitação a desmoronar-se
Mar agitado transborda sossego
Vibrante inquietação estranho medo
Profícua loucura ondas revoltas
Vagas de ternura sobre a pele soltas
Horizonte cinzento-escuro chumbado
Toda eu agitada nesse mar alterado
Perco-me cheia em mar de desejo
Inundo-me em ti por um único beijo
Náufraga senti pontão a desmoronar
Dentro de ti deixei-me ficar
Depois de ida a tempestade
Matei a saudade
musa

SENSUAL SEGREDO

Por detrás do lenço vermelho
Sensual segredo ritual
Olhas-me no espelho
Real ou virtual

Secreta recôndita sideral
Floreira de mil aromas
É flor de cio e tesão
Haste muito especial
Emanação
Igual a muitas somas
Subtracção
Comunhão
Sensação
Furor

Impalpável luz exalando odor
Incansável clareira sedução
Onde se faz de luxúria o amor
Em sensualidade e doce paixão

Perdido no meu segredo escondido
Deliciado em doido dócil prazer
Faço-te vir e vir lento sentido
Num gozo imenso de morrer
O teu no meu acontecido
Para contigo viver

Secreto sensual segredo sagrado
Em profano desejo loucura
Morres labirinto aconchegado
Escorres a minha procura
De prazeres insanos
Voláteis sentires
Ousados enganos
Possas te vires
No meu gozar
Desejos soberanos
Possas profanar
Doces tentações
Loucas provocações
Em mim incendiar
Lava de vulcões
Fogo sensações
Sentir e amar
musa

VINHO CIO

Maduro néctar de cio
Entre as pernas oferecido
Ainda o copo vazio
Apenas o sentido

Bebe meu vinho maduro
Ao meio das coxas vulcão
Prestes a explodir teu bago duro
Adentro apertado teu tesão
No inferno do meu gozar
Escaldante lava a derreter
E o teu vaivém a provocar
Cataclismo de prazer

Escorre teu leite vinho cio
É fogo ardendo rio humidade
Ondas vagas quase a vir
Calor tremer suor frio
Vindima de liberdade
Uva deliciando sentir
Adormecer a saudade
Num outro dia consentir
Beber contigo em meigo abrigo
Brindando doce felicidade
Amando sem te pedir
Brincando doce castigo
Uva da vinha a florir
Vinho maduro cio
Sempre de copo vazio
Sempre a te querer
Beber-te por prazer
musa

TENTAÇÃO DE MORANGOS

Em húmido vale flor
Fome de frutos vermelhos
Rosado desejo calor
Mirado em mil espelhos
Sobre a cama dossel loucura
Sobremesa proibida
Acariciada em ternura
Por prazer consentida
Saciada de amor
Em luxúria e tesão
Morangos em taça de mel
Colhidos por calorosa mão
Refrescados humidade pele
A ponta da língua orvalhando
Pé de morango entesando
E a taça da fruta se abrindo
Os morangos espalhados
Fome de fruta se sentindo
Todos eles abocanhados
Por essa língua de prazer
Que devora a sobremesa
Um a um trincados por sorver
Néctar vermelho surpresa
Da boca a escorrer
Deleitada essa marquesa
Orlada floresta a devesa
Caminho de louco querer
Morangos em sexo oferecido
Perdido de tesão e prazer
Escorre sumo gemido
musa

SEXO TATUADO

Flor fogosa
Rosa soberana
Pétala ardente
Círio chama
Botão fulgente
Púbis tatuada
Cicatriz liberta
Paleta rosada
Flor secreta

Tatuei
Entre o segredo e o sentir
A alma em tinta desejo
Pintei a rosa por florir
Orvalhada por um beijo

Sagrei
Altar colorido de tesão
Entre o sagrado e o profano
Em riscos beliscos de sedução
Deixei teu pincel insano
Pintar meu sexo de paixão
Em tons de mel ocre castanho
Manchar a pele de louco prazer
Em tatuagem colorida
Teus dedos a ensandecer
De mil cores sentida
Essa flor florida
No meu sexo ser
Sonho e vida
Acontecida
musa

sábado, 28 de maio de 2011

DANÇA DA CHUVA

Em sulcos fendas lacrimejos poros pele
Escorre o desejo em suor de água cio
Lampejos de excitação tremor decibel
Gotas pautas música rumor corre rio

Molhado o corpo transpira tesão
Efusivamente despudorado
Bicos de seios excitação
Sexo quente provocado
Delira transpirado
Húmida paixão
Em água perdura

A água escorre num choro de loucura
Sobre corpo esculpido sensualidade
Mornas carícias aplacam secura
Dando à pele brilho tonalidade
Saciam húmida sede excitada
Vibrante tesão sumptuosidade
Lascívia da agua amando
Sobre sentidos amada
Toda essa pele vibrando
Tesa erecta molhada
Doce dança excitada
Debaixo da agua dançando
Delirando provocada
musa

sexta-feira, 27 de maio de 2011

AROMA DE ROSAS

tu és o poema na ponta dos dedos palmilhado em sussurros quentes da mesma vontade da ponta da língua onde me sabes de inquietação...

poema tentação que descubro devagar onde te sei sentir... 
pétala a pétala saber-te fruir
amar-te até te fazer vir

a rosa despida de espinhos
os loucos caminhos
prometendo ser
viagem de prazer
que só tu sabes fazer
docilmente acontecer
em mim consentir

e sem te pedir
sobre a nudez imaculada
visão da entrada do paraíso
aos olhos és rosa orvalhada
onde perco decência e juízo
e gozo a gozo me fazes vir

doce rosa vermelha em candura
pele rosada nudez poética
vibrando falo de loucura
sem decoro ou mesmo ética
corpo ardente em polme de sentidos
tacto a tacto empreendido
caminhos de suor
excitados gemidos
mescla de amor
na flor embebido
sorves néctar proibido
sacias sede perdido
aroma provocação
cios em seiva rio tesão
rendes-te à flor rosa vermelha
toda inchada húmida escaldante
clitórica chama que ao rubro centelha
pela tua boca dominante
de faúlhas arde prisioneira
à tua maneira
de louco amante
musa

terça-feira, 24 de maio de 2011

PASTO DE BEIJOS

cubro-te em loucura de beijos
e não me chegam planícies chãs
onde beijar até a erva ser verde
desejos onde se cumprem manhãs
nem pastos de doces carícias
onde matar minha fome e sede
saciando planura delicias
e no teu corpo cavalgar mansinho
cobrir-te de ternura e meiguice
na frescura de orvalhado carinho
ser cada gota húmida cúmplice
saciando teus lábios do meu caminho
por onde te conduzo de venerado prazer

cubro-te de beijos com sabor a feno
pela boca que te faz endoidecer
na pele que te seduz como veneno
onde gozas quase a morrer

cubro-te de beijos em agre vale
várzea de suor florido na pele
cio altar colo onde olhar embale
o mimo enternecido suave mel
das mãos mondando em mim
ritmados desejos de sabor a fel

sentidos beijos até ao fim
que de nós se fazem assim
de todo esse pastar de sensações
em chão de opulenta sensualidade
coberto de ousadas emoções
puros beijos docilidade
obscenas tentações
louca bondade
vãs ilusões
noites luas
tardes tuas
peles nuas
paixões
musa              

sábado, 21 de maio de 2011

TENHO-TE CONFESSO

Tenho-te ainda no pulsar dos dedos
Cada grama do peso dos teus olhos
Sobre a imensidão do azul olhar
Na pele engelhada desse sentir
Trémula pulsante a palpitar
Na teimosia desse proibir
Dentro de mim fazeres-te ao mar
Sem eu deixar ou te pedir
Te suplicar ou invocar

Tenho-te na negação de todos os sentidos
Pautas de pele náufraga em excitação
Sobre curvas esquinas contornos perdidos
Risos de emoção por trilhos sonoros
A cada beijo dos teus lábios ousados desmedidos
Um altar de lembranças feito de paixão
Caminhante por todos os poros
Brisas de suspiros loucos de tesão
O teu arfar no meu
Ao rubro da sedução
Que o verso ensandeceu
Nos dedos da mão

Tenho-te dessa loucura
Feita desassossego inquietação
Bramindo doce ternura
O tempo de encontro dessa procura
Sem medo da solidão
Que os dois possamos transgredir
E no vendaval desse sentir
Entregues em provocação
Um de nós possa admitir
O furacão desta paixão
Que do sentir nos faz fugir
Para o descobrir do vulcão
No corpo prenhe de tesão
Na mente entregue
Em desvairada confissão
Que sentido negue
Ao toque da mão

Tenho-te ainda em tímidos sorrisos
As dúvidas as incertezas
Os feitos as proezas
Partilhas do nosso passado
Em pequenos passos imprecisos
Caminhando lado a lado
Do tempo imperfeito de nós
Da prece do choro do grito da voz
O perdão invocado
O coração apunhalado
Pelo tanto desse sentir
Por esse partir

Tenho-te onde nunca te pude pedir
Numa brecha entre o corpo e a alma
Num rasgo de inquietação
Num soluçar sem razão
Que assim me acalma
Admitir esta situação
Que deixei acontecer
E acabei por te perder
Onde te amei de prazer
E fiquei nua de ti
Dividida entre o ser
De tudo o que de ti
Jamais senti
Pude perder
musa

terça-feira, 17 de maio de 2011

HÚMIDO PEDIDO

“esta chuva convida
a rituais quentes
suores
cumplicidades
ousadias
caprichos
cedências
vontades
desejos
sentidos”

um beijo de reconhecimento
a começar no calcanhar
doce sensível estremecimento
esse teu sensual abocanhar

lábios molhados sobem devagar
saltitam sobre a pele estremecida
vão beijando a perna a transpirar
de mil e uma tentações enternecida

desgovernado caminho sensualidade
poro a poro desbravando fogosa loucura
arrepios de torpor destemida saudade
saciam toda a fome em húmida secura

beijo a beijo rompes excitação
a boca molhada a língua afiada
delirando esse gume louco tesão
lavrando terra pele imaginada
abrindo valados de cio paixão

capricho sentido teu olhar pedindo
pérolas beijos em concha fechados
corpo e mente suave brisa bramindo
tempestade ensandecida ventos ousados
chuva escorre sobre a pele sentindo
todos esses desejos quase pecados

insano tormento esse teu querer
na pele desfalecendo orgasmo intenso
qual vaga gota de chuva onda prazer
todo o corpo mar salgado imenso
em agitação na tua boca deixo-me ter
musa