GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

terça-feira, 28 de junho de 2011

DOMADA

Tesão aceso por uma musa
Que arde o mesmo desejo
Na mesma chama difusa
Por onde se sopra o beijo

Profundo animal belo sem pecado
Mas e… até quando insatisfeito
Querer ousado insano libertado
No sexo na boca no peito
Pecadora por actos palavras sentidos
Invasora de todo um ser em abandono
Descuidos caprichos pervertidos
De musa fêmea mulher sem dono
Em insanos prazeres consentidos

Reclamada em seu tesão exigente
Usurpadora de vontades erectas
Em suas mãos deixa e consente
Essas loucuras no olhar despertas

Até onde iria essa tua entrega
Serias tu domada capaz
Submissa dada cega
A um desejo fugaz
Terno gemido
Doce sentido
A crescer
Devagar

Te deixavas amar
Por loucura prazer
Deixando acontecer
Segredada ao ouvido
Profundo sentido
A palavra puta
Duas vezes dita
Ardente sussurro
Vontade maldita
Berro grito urro
A te entregares como tal
Impiedosa imortal
Misteriosa feiticeira
Assim domada
Seres a minha puta
Submissa amada

… descreve submissão
Descreve capricho
... descreve tesão
Usa as palavras profanas
As mais ousadas as mais insanas
Mistura a mulher a senhora a puta…
Em tons de indomável musa…
musa

PRECE

… de inconfessáveis desejos
Confessa-te por palavras
Porque…
De joelhos serás absolvida
Na loucura em prece de beijos
Vertendo cascata de águas
De uma fonte incontida
Santificada no peito
Deitada no leito
Santificada no sexo
Suave amplexo
Santificada em nádegas largas
Onde deito minhas amarras
Santificada na boca
Húmida quente e louca
Onde beberás do corpo ardente
Agarrada pelos cabelos na mão
Olhos cheios com exigências
Íris a abarrotar de fantasia emoção
Sorverás deleite da minha semente
Caprichosa a todas essas cedências
Não de absolvição mas de absorção
De quem goza vibra e sente
Enquanto te ordeno doce ordenhar
Amanses meu louco tesão
Emotiva santificada sedução
Em profundo prazer alcançar
Dócil táctil dolente
Te digo suplico pedindo
Murmurando confidente
Encheres boca para lá da garganta
Num vaivém trémulo consentindo
Essa vontade que é tanta
Tanta mas tanta
Se insurgindo
Vindo e vindo
Se sentindo
musa

DOCE DESEJO

A ter-te então
Secreta e doce
De prazer e paixão
Como se eu te fosse
Submissa e rebelde
Que seja um tango de sentidos
Tocados na minha pelve
Como se violino nas tuas mãos tocada
De inconfessáveis desejos incontidos
Como se dóceis fervores em boca imaginada
Os teus de odores em cio me chegassem
Incógnita vontade de quereres proibidos
As tuas mãos os teus olhos me devorassem
Insurgem-se e me atiçam cio sem calma
Beijos selvagens devoradores furtivos
Na busca secreto desejo incontido da alma
Em prece pedindo que justos insanos
Nossos corpos se amansem
Em dóceis profanos
Se amem se cansem
Doidos de beijos
Doces desejos
musa

segunda-feira, 27 de junho de 2011

SUOR CETIM SALIVA

Sobre o teu corpo me abrigo
Terra plena pele ardente
Me consumo em castigo
Loucura doce caliente
Suor cetim saliva
Na cama contigo
Essa tua pele estiva
Me recebe num gemido
De prazer me castiga
Onde de sal
Me faço mulher
De odores sentidos
Calores bramidos
Amores descuidos
Profana sensibilidade
Loucura insanidade
Em altar corpo e mente
Deitada sobre ti
Divago docemente
Onde te senti
Algo se agita
Rasga-se a fita
Cai o cetim
Acorda falo agitado
Penetrada enfim
Desejo invocado
Dou por mim
Orvalhada e quente
Pela tua semente
musa

NEGRO BRANCO COR

Tanto e tanto
Teu tacto no meu
Tudo enfim
Esse corpo me prometeu
Riso e pranto
Amor sem fim
Choro e canto
Ser em mim
Paraíso de prazer
De gozo morrer
Para viver outra vez
Com a mesma altivez
Do último orgasmo
Do beijo da rosa
Do desejo vertido
Nesse teu olhar pasmo
Na tua boca gulosa
Em teu certo sentido
Doce insensatez
Gozo vencido
Súplica insana
Vontade tamanha
Ser meu escravo
Aos meus pés soberano
Ser em mim cravo
Duma liberdade loucura
Deixar cair o pano
No palco dos sentidos
Entre negridão e brancura
Tesão e gemidos
Branco e negro
Manto e medo
De solidão
Amor
De me perder
De me deixar
De me vencer
De me amar
Negro branco cor
Com paixão
Contraste ilusão
Com ardor
Tesão
musa

ENCAIXE

O verso que teu corpo expõe
Na ranhura da nudez
Altivo seio compõe
Pele palidez
Do ser

Melodia orvalhada de sentir
A cada toque teu o prazer
Nas cordas consentir
Em gotículas beber
Sem eu te pedir
Néctar florido
Carícia nua
Doce sentido
Esquiva lua
Deixa-se ver
Serenamente
Furtivamente
Porque anoitece
Corpo nu estremece
Chuva pálida cinza
Pela janela a escorrer
E a tua carícia ainda
No meu corpo a tremer
Por entre a vidraça aberta
Nos meus olhos imaginada
Perde-se a lembrança secreta
Duma nudez amordaçada
Entre o tempo e a vida
Numa pauta de sentidos
Esconde-se lua furtiva
Soberano encaixe
Carícia onde se enfaixe
Melodia e desatino
Pele violino
E o seio nu
musa

sexta-feira, 24 de junho de 2011

MULHER VULCÃO

Teu beijo provoca convulsões
Incendiando sentidos
Ateias chamas paixões
Desejos insanos convulsivos
Todo o corpo se derrete
Em lava e terra de tesão
Boca no sexo se compromete
A fundir-se magma carvão
Escorre em fogo braseiro
A cada carícia suor e mel
Ponta dos dedos no lugar certeiro
Fazem humedecer sentidos e pele
Num incêndio de vontade presa
Que assim nas mãos se liberta
Vai explodindo vibrante acesa
Por essa loucura insana desperta
Vulcão explode inundando
A terra desmorona-se deslizando
A cada toque da cratera aberta
Abrem-se fendas de fogo lavrando
Corpo e sentidos afogueados
Num vaivém de lava se soltando
A cada investida dos teus olhos incendiados
A terra toda invades de louco tesão vitorioso
Por dentro ardes fronteira em chamas
Teu magma escorrendo deleitoso
Em todo o teu sentido quando me amas
Mulher vulcão fazes-me sentir
A terra toda na tua boca gulosa
Tanto que me fazes vir e vir
A cada pétala desfolhada nessa rosa
Na tua boca na tua mão fazes florir
musa

quinta-feira, 23 de junho de 2011

QUADRAS DE S. JOÃO

Salta uma fogueira de cio
Com teus desejos a arder
Apaga teu fogo num rio
Em labaredas de prazer

Pega fogo na pele
Incendeia razão
O balão de papel
Onde sobe o tesão

Corpos em chamas ardentes
Beijos de língua escaldantes
Pulamos fogueiras contentes
De mão dada como amantes

Os dois perdidos em folia
Por bailaricos de S. João
Corremos ruas em orgia
Com o calor da paixão

Pelo Porto pelo rio pela ribeira
Sardinhas assadas e pimentos
Brincamos de qualquer maneira
Provocamos ousados pensamentos
musa

terça-feira, 21 de junho de 2011

AJOELHOU TEM QUE REZAR

Aos teus pés em gozo prece
Esplendorosa vulva oração
Queima em círio prazer
Onde desejo acontece
Orvalhado tesão
A resplandecer

De joelhos seguro círio possante
Pinga deleite humedecido
Escorre da boca ofegante
Sob o olhar embevecido
No altar amante
Onde beber

Teu dócil rejuvenescer
A essa prece sentida
Faço-te ser diamante
Minha pérola perdida
Em fundo de mar
Longínquo distante
Possa te amar
Diante do altar sacro profano
Em frémitos carnais o doce beijo
De todas as bocas o mais mundano
Ajoelhada sem pudor ou pejo

Suspiros de gozos infinitos em frenesim
Vaivém doçura sobe aos céus em explosão
Devaneios em lábios de ternura carmim
Caminham desnudos tácteis duros erecção

Oração de sentidos rogo meu silêncio
Inaudito pecado expiando prazer
Em gulosa boca sussurrando
No teu beijo me deixo perder
Quase vir quase amando
Os lábios que me têm
Doido de morrer
De mim se vêm
Sem querer
musa

sábado, 18 de junho de 2011

SENTIR

Há uma prece entre os dedos
Preso em nervuras de pele
Doces momentos segredos
Colmeia esconde doce mel
Tentação gozo provocado
Dedo a dedo penetrado
Suavemente deslizar
Falo ausente imaginado
Dedos da mão acariciar
Ritmo intenso explosão
Amaina louco tesão
Breve terno amar
Inebriante sentir
Esse gozo a vir
Quase sem pedir
Mão pode alcançar
musa

SEXO

Pele condenada ao teu querer
Dominada provocação dos teus sentidos
Imaginada vontade a florescer
Onde desejos vencem perdidos
Corpo a corpo dado em prazer

Sexos excitados escorrem fluidos
Suor quente derrama ansiedade
Em fogo se entendem consentidos
Ao gozo pleno em liberdade
Arfam loucos profundos gemidos
Matam de gestos doce saudade
Renascem insanos e primitivos
Rompem noite castidade

Em escuridão meiga claridade
Libertam tesão em beijos profanos
Olhares trespassam felicidade
Tacto a tacto caminhos planos
Deslizam sentidos saciedade

Dois corpos num sexo somente
Dois seres numa alma imensa
Dois desejos que num só sente
Dois sexos em vontade intensa
musa

MORENA

Loira ruiva morena
Há um trilho escaldante
Onde gelo afecto
De sentidos
Caminha
Há sobre a pele um poema
Pedra de gelo a derreter
Na tua pele morena
A queimar de prazer

No meio dos seios excitados
Onde gozo queres morrer
Dois botões desabrochados
Duma rosa por florescer

Sob a renda pérola poesia
Rendilhado esconde tesão
Imaginas tua fantasia
Escorre gelo sedução

Jogo de calor emoção
Brincas extasiada loucura
Sob a pele morena candura
Jogas gelada paixão
Incendeias ternura
Ateias fogo em suor
Escorre amor
Jorro nudez alvura
Fogo pele quente
Seio a seio consente
Deslizar provocação
Quase tortura
Desafio
Doçura
Tentação
Fio a pavio
Imaginação
Rendida
Inspiração
Sentida
Mão a mão
Morena
Branco
Poema
musa