GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

sexta-feira, 22 de junho de 2012

MOLHE EXCITAÇÃO



Do mar à terra
Assoreado em mim
Quebra-mar do desassossego
Húmida excitação no molhe
Provocação sem fim
O teu sentir escolhe
O meu segredo
Feito em mim
Desejo

Ondas bravias da tua boca
Vagas altivas num louco beijo
Doces fantasias deixam-na louca
Batem no cais da inquietação
Essa tempestade que prevejo
Levantar-se das águas um furacão
Beijos de língua a roçar no paredão
Quebram impetuosidade do meu sentir
Fazem bramir o fogo do vulcão
Em intenso tempestivo prazer

Obrigam o meu desejo a pedir
Não pares… mais e mais
Lambidelas fatais
Até o mar desfazer
Vagas sensualidade
Deixando acontecer
Louca tempestade
Raios de enfurecido trovão
Mar humedecido
Terno sentido
Provocação

Iluminada pele pelo teu olhar
Doida emoção
Prestes a naufragar
Nesse denso prazer
Vagas presas em loucura
Doce molhe de sedução
Quebra-me de ternura
Onde levas tua mão
Onde querer
Te procura
Excitação
musa

terça-feira, 5 de junho de 2012

ACETINADA ENUNCIAÇÃO

Chamo-te ao leito
Trajada negra seda
No colo acetinado do peito
A emoção ainda presa
Na seda negra 
Da enunciação
Chamo-te 
Com toda a certeza
De seres tu 
Chama dessa paixão
Que me faz ser 
Labareda humedecida
Toda a arder

Em fogo suor de tesão
De desejo vestida
De sedução despida
De negro oferecida
Acetinada fogueira
Em rubro carvão
Na cama perdida
Em sensual devoção
Acomodada liteira
Onde secreta e pura
Esvoaça olhar
Quase loucura
Por entre odores
Escorregadios
A pele a vibrar
Em seus calores
Calafrios

Chamo-te 
No calor dos lençóis macios
Os olhos a verter suores frios
Quase a explodir o vulcão
A renda preta molhada
A cratera margens de rios
Que a tua mão amaciada
Faz derramar de prazer
Inundar o leito de seda
Dos meus lábios escorrer
Doce liquida labareda

Corpo emoldurado de renda fina
Deitado no cetim amarrotado
Esconde o que ninguém imagina
Mostra no leito provocado
O que o peito tem guardado
Na flor orvalhada da vagina
Húmida quente que alucina
Ao pénis rendido atiçado
Fogo tesão incendiado
Que provocação
Não é pecado
musa

MÃOS DE MÁRMORE

Sentir-te
É a carne endurecida
No frio mármore das mãos
Moldada no tesão latente
A pele humedecida
Fria e quente
Despida

É o toque amassado dos dedos
A pele amolgada de desejo
A descoberta de mil e um segredos
É o esculpir do cinzel beijo

Por tuas mãos de mármore dos sentidos
Na pele abrem-se veios fendidos
O corpo molda-se à tua vontade
Desprende-se em fendas de sensualidade
Lascas de pedra soltam-se pelo teu olhar
A carne fragmenta-se de imaginação
Sente-se a intensidade do latejar
O prazer são pedaços esculpidos
Pelo esmerilar da tua mão
A pedra sussurra gemidos
Pelo escopro de tesão
musa