GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

terça-feira, 31 de julho de 2018

MEMÓRIAS DISTANTES

 MEMÓRIAS DISTANTES

Esse martírio de mel
A ser só uma lembrança
O desejo do teu corpo
Caos e cais em fogosa pele
A crescer mais e mais
A sombra que entrança
De carícias o amor bruto silêncio  
Na penumbra apaziguada de palavras
Em versos por escrever
E a louca tentação dos verbos
Nos modos e tempos de prazer
A fazer sentido pelas tuas mãos
Sempre no momento mais incendiário
Que o fogo lento do teu olhar
Mansidão excitada
Acende húmida chama
Ilícita vontade afogueada
A deixar de palavras o diário
Confissões a escaldar
A intimidade do profundo gozo
O delito e a transgressão
A cumplicidade de excitação
O jogo poderoso
Dos secretos amantes
Num poema indecoroso
Em memórias já distantes
...
musa

segunda-feira, 2 de julho de 2018

DESOBEDIENTE

DESOBEDIENTE

Geme
Escura a íris do olhar
Trémula a boca cerrada
A face brilhante e afogueada
A língua o leme
A salivar

Gourmet o teu corpo despido
A pele a latejar
Intimidade e sentido
Beijos como tempero
Acalmar o desespero
Líquido tesão
Luminosidade desejo
E o astro da tua mão
A percorrer de espasmos
Saudade dos teus orgasmos
Pernas a estremecer
Sexos de urgência
Íntima carência
Loucura prazer
Sentir poesia
Gemer

Inebriante fantasia
Olhos por devorar
Húmidos excitados
A pele macia
Ainda a ofegar
Dedos molhados
E a cama fria

Do gélido calor
Inevitável
Dos corpos cansados
A boca a bailar
Insaciável desobediente
Gulosa e quente
Do doido amor
Treme a beijar
Geme
...
musa

MORRER-TE


MORRER-TE

Para onde vou
Não sei
Se o que sinto
Ou se te consinto
Se fará sentido algum
Este desabafo sentir
E todo o meu corpo a ruir
Os vagos alicerces um a um
Todos os estragos a cair
Dos rasgos que sentir-te consentirei
Dos afagos e ausências
Dos limites e das ciências
Dos fogos e das cinzas apagadas
Do que sempre acreditei
Aí nesse lugar
Entre as searas incendiadas
Os madrigais que ainda são poemas
Versos sentimentos luminosidade
Ou apenas uma lágrima do olhar
As poucas coisas serenas
A um passo de deixar
Testamento cumplicidade
A incerta certeza de coisa alguma
Levar-te-ei à eternidade
As palavras essas ilusões
Deixarei uma a uma
Doces segredos de paixões
E saudade
...
musa

OFEGAR

OFEGAR

Florescem silêncios tatuados
Os riscos esquecem
Caminhos de loucura
Desvanecem as mãos inquietas
Crescem as meiguice secretas
Onde se tecem fio a fio a ternura
Descem passo a passo
Na embriaguez de doçura
Fenecem os beijos
Em desassossego de desejos
Endurecem na intimidade
Caminhos de excitação
Enfurecem a saudade
No delito da paixão
Segredos na carnalidade
Do torpor de prazer
Caminhos por aprender
Florido desabrochar
A flor a derreter
De humidade
E a ofegar
...
musa

ILUSÃO

ILUSÃO


Ainda é cedo
Ainda é cedo para esquecer
Ainda é cedo no memorial das lembranças
Feito de imagens adormecidas
De palavras ainda por escrever
Todo um historial de esperanças
Viagens no tempo esquecidas
Tristezas e temperanças
Afável querer


Rasgar os dias sem os viver
Das horas de espera sentidas
A emocional quimera da ilusão
Indivisível emoção
A matemática do sonho desfeito
E a bater tempestivamente no peito
O peso inquieto do coração
Instintivamente secreto
E o silêncio de o dizer


Para toda a eternidade
A evasiva saudade
A dor docilidade
No veludo da melancolia
As tuas mãos a tua boca e o teu olhar
Jamais o sentimento da poesia
Negará essa intimidade
Silenciando o sossegar
Da nossa cumplicidade
Separado um dia
musa