GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

terça-feira, 30 de julho de 2013

CAMINHO A DOIS SENTIRES

Sobre as roupas nuas no chão
O teu cabelo loiro solta-se por fim
Rendes-te ajoelhada com paixão
Num olhar celeste que se abre para mim
És carne e alma de desejo
Que me sussurras num só grito
Não és ânsia de um qualquer beijo
És a libido do nosso sentir infinito

***

Flores silvestres doces aromas
Tuas mãos campestres perfumadas
Do chão em nudez me tomas
Com as vestes tombadas
Corpo e sentidos
Olhar preso em madrugadas
Sussurros surpreendidos
Nas nossas mãos fechadas
Murmura o beijo
Doido perdido
Doce desejo
Profundamente infinito
Querer proibido
Ânsia e rito
Paixão
Onde acalma teu tesão

***

Beijo agora sem querer
Teus seios, como gume duma espada
Que me decepa meu ser
Em corpo pecaminoso e em alma apaixonada
Sinto meu falo seguro em tua mão
Que o seguras na certeza que é teu
Retomas a mim num esgar de paixão
Fito teu trejeito de prazer que é meu
Espreito no meu ósculo o teu ser contente
Como Dionísio provara seu doce vinho
E tu Ariadne que me abres teu ventre
E me impeles, me dizendo, é esse o caminho...

***
Por sendas vielas da minha pele labaredas
Levas meu fio novelo de linha e minha espada
Em ajudado amor por entre veredas
Conduz teus passos ao altar desassossego
Essa vontade ao oráculo sacrificada
Brindas meus sentidos no gume luzidio
Da luz flor em fogueiras acesas
Perdes todo teu brio
Beijas o medo
Nossas vontades insubmissas ilesas
Incendeias de novo a carne no teu fogo
Héstia fulminada em mãos de brasas
Pára… caminha peço-te e te rogo
As minhas mãos cansadas
A boca no teu falo presa
Ainda dormentes escravas
Dessa tua loucura acesa

***
Encerras agora o teu olhar
No meu, que entendes mas não lês
Sentes agora a minha língua lacerar
A tua doce vulva como se fosse a primeira vez
Desatas tuas coxas ansiosas sem razão
Num só laço que me entretece
Afago esse teu clitóris sem qualquer perdão
Agora és minha!
É minha boca que te agradece
És sabor de Vénus
És a súmula de meu tesão...

***

... conseguiste...
Nas tuas palavras breve excitar
O desejo caminha e insiste
Na vulva pássaro preso
Bate asas humedecida
Solta-se dos lábios fogo aceso
Na flor adormecida
Desabrocha tesão
A pomba na tua mão
Já só quer voar
Para o teu ninho
E nesse doce excitar
Aprende o caminho
...

***
O caminho dos teus lábios
Que nem são grandes nem maiores
Roubam dos meus, pensamentos sábios
Em interlúdios de beijos menores
Agora sou eu que invento o beijo
De meu claustro espreito
E em teus olhos, nosso jardim consigo ver
Na ponta da língua escapa-se amor em desejo
Em movimentos sincronizados de teu prazer
Agarro tuas mãos sujas
Com as minhas de suor e de teu ser
Afago teus seios agora duros como penhas
Não, meu amor, não quero que fujas
Quero que em minha boca te venhas

***

É tão grande o teu sentir
Faço-me na tua boca estrela maior
Dou-me nos teus lábios sem fugir
A esse teu desejo doce fulgor
E sinto-me a menor constelação
Que em profano doido amor
Na via láctea de sensual tesão
É na pele do teu ser universo
É na vontade sumo excitação
É silêncio no sentir do verso
Em inventados interlúdios beijos
Muito maior do que todos os desejos
Este consentir estranho no sexo

***

Agora trepas aos céus do prazer
Debruçada sobre átomos de oxigénio e carbono
Que se definha num éter
Não és um qualquer satélite, és quase amanhecer
Teu clitóris é o maior dos planetas é Júpiter
Que só eu sei sorver
Tua seiva de prazer escoa-se em minha face
Como um mar salgado que tento abocanhar
Gemes agora por este enlace
Gemes de um quase sofrer
Por este Sol, que só ele te sabe amar

***

Amor interplanetário
Outros céus já eu vivi
Amor de pele e sentidos
Planeta no céu da tua boca imaginário
Que desse prazer ainda não senti
Nem cedi aos teus pedidos
Ainda que queira o contrário
Esse mar salgado na tua boca
Como tantos barcos perdidos
Em vagas deixar-me louca
Em ondas deixar acontecer
Morrer nessa tua boca
Em marés de prazer

***

Vem-te meu amor, vem-te agora
Nesta tempestade de sentimentos
Abandona esse mar
Impelido por Éolo por ora
E atravessa o meu mar
De sargaços por momentos
Teus olhos fixam o teu último juízo
Tudo é doce, tudo é singelo
Olhas-me em vez derradeira
Teu vir é simplesmente belo
Vens-te, como vez primeira
Enquanto te vejo naufragar
Na minha praia do Paraíso.

***

Sonhos há que com mel e nozes
Deliciam teu palato de prazer
Palavras na ponta da tua língua
Sonhos doces a florescer
Onde a fome morre a míngua
Nessa ilha do teu ser
Dois remos seios no peito
Corpo barca no leito
Que amas ao amanhecer
Ao despertar ao alvorecer
Cruzando em mim mar desse jeito

***

Oiço agora os primeiros gemidos do dia
Que me retiram da sombra do teu ensandecer
Oiço o som primaveril da cotovia
Que nos anuncia o amanhecer
Quero agora penetrar
A tua colmeia numa nogueira perdida
Não de língua, mas de falo que não temo falar
Nessa tua praia outrora vazia e tão escondida
O caminho indicado por tua mão
Que me agarra firme como quem jamais teme
Sentes a dureza, sentes todo o tesão
És tu que geres o bote, és tu que manobras o leme

 ***

Balbuciam pequenos delírios
A tua voz doce e quente
Sopra brisa em campos de lírios
Como quem o tempo consente
E não é só desejo sentir
É mais profundo premente
Como se o amor a sentir
Pele dos sentidos a permitir
O que a vontade quieta silente
Se faça de sossego no teu gemido
E em segredo te faça um pedido
Não sou eu mais quem teme
A mão segurando teu leme
O teu sentir perdido

...

***
Agora penetro-te sem perdão
Com um ligeiro esgar de tua face
É dor é prazer é paixão
Que findamos num enlace
Fitas meu olhar
Enquanto acomodas em ti meu falo
Digo-te calado, quero-te amar
Neste meu movimento que te embalo
Sinto-me em ti perdido
Quase me vindo, só de te olhar
Sou anjo por ti possuído
Nesse teu inferno, que me apraz devorar.
E é teu pudendo que consente
Que seja ainda mais profundo premente

***

A carne e a alma penetrada
Luxuria de um jardim proibido
Já não posso negar-te nada
Entranhado que estás no meu sentido
Anjo do pecado possuído
Nas entranhas da minha libido
A minha pele naufragada
Em todo teu ser
Afundo-me no fundo de ti
E num esgar morrer
Húmida quente excitada
Na minha mão te consenti
Inundo-me de prazer
E mesmo sem te ter
Já tanto te senti

***

Dizes não me ter
Mas eu insisto em mostrar
Que nem sempre o amanhecer
Nas nossas vidas se fez tardar
Refreio um pouco o meu arrebatamento
Para teu íntimo degustar
Gozo agora segundo a segundo cada momento
No teu cálice que em beijos faço brindar
Quero teus quadris amarrados
Por minhas mãos como último cear
Desejos de mim em ti roubados
Centelha que do Éden quero roubar
Não, não te mexas agora
Não quebres o encanto abraça-me sem demora

***

Quero-te no tanto deste querer
Como uma aurora que abraça a manhã
Sentires nos meus lábios todo prazer
Do tempo de saborear doce romã
E deixar-me nos teus abraços acontecer
Os meus quadris poderes ter
Nas tuas mãos fartas dos meus seios
O falo e a flor a endoidecer
Sem rédeas sem laços sem freios
E nós em cavalgada anoitecida
Fazemos da noite e da madrugada
Íntimo ato da nossa vida
Que assim se entrega na alvorada
Poderemos morrer de um prazer proibido
Mas sei que já não te posso tirar do sentido

***

Não quero morrer por ora aqui
Nem me quero vir e estar de partida
Quero demorar-me dentro de ti
Quero-te dar meu sémen quero-te dar vida
Quero-te cavalgar mais um pouco
Nesta cama de planícies sem fim
Cavalo alado e selvagem que me deixa louco
Que se evade outra vez sem esperar por mim
Solta tua cela nesse espartilho que te sufoca
Desamarra-te de todo teu ser
Sente a brisa de meu expirar que te toca
Em poesia prestes a desfalecer
Fitam-me teus seios hirtos e maduros de mim
Como maçãs doces deste pecado sem fim

***

Gulosa lascívia esse teu querer
Na planura do meu corpo teu perder
Nas entranhas do meu ventre teu sentir
No gozo lento deste nosso prazer
Que de palavras eu te possa permitir
Vem… vem cavalo alado desassossegar
Caminho quente doce humidade
Vem dentro de mim consentir
Vem no jardim proibido penetrar
Pégaso da poesia sensualidade
Em ritmado refrão declamar
Gemidos sussurros segredos
Intensa profunda excitabilidade
Sou cavalo domado nos teus dedos
No arreio supremo da habilidade
Teu falo é rédea solta de enlevos
No prado da nossa felicidade
...

***

Ajoelha-te agora no nosso imenso leito
De dorso penetro-te eu teu jardim proibido
Acomoda teus antebraços nesse teu coxim a preceito
Tuas nádegas de meu falo são abrigo
Parece-te agradar nosso compasso
Neste bailar de doce loucura
É teu corpo meu que sem cuidado abraço
Mas não se descuida de minha demência toda a tua doçura
Também no teu ser eu te mostro
A deusa que em ti está prestes a se soltar
E também como devoto, por ti me prostro
Neste sacrifício pagão de teu altar
Teus gemidos de Hera são bocados de pecados meus
Musa de poesia e primavera, deste teu amante que é Zeus

***

Bradam os céus de júbilo e fantasia
Penas plumas coxins coxas abraços e o peito
Zeus sente-se no paraíso da Teogonia
Tem por trono entranhas meu leito
O raio, a águia, o touro e o carvalho
E todo meu prazer em demasia
Dão-lhe a conhecer o que eu valho
Em doce sentir e ousadia
Nas suas aventuras eróticas
Divindade do Olímpico panteão
Faz em mim escorrer o orvalho
Em tuas investidas apoteóticas
De todo prazer de todo tesão
Tal como Melissa o amamentou
Com leite de cabra e mel
Também o meu corpo sacrificou
Todo meu ser em carne e em pele
Todo meu sangue em doçura e em fel

***

Estou exausto de não te ter
De te possuir a carne e não a alma
De me vir em ti e não ver nascer
Teu sorriso que me acalma
São gemidos sentidos
De nossa luxúria e ousadia
Embates suaves por ti permitidos
Por meu corpo quente que escalda tua pele fria
Somos Deuses. Somos nada
Somos divindades do saber
Tu Diké que embrenhas a espada
És a minha sentença do prazer
És carne és beijo que em teu corpo arrepanho
És prazer no meu leito desejo imensurável tamanho

***

Na tua exaustão dizes-me vou percorrer-te o corpo
Como espuma da onda que acaricia a areia
E eu digo-te quantas vagas precisas
Para morrer na minha praia mar
És fogo chama que meu corpo incendeia
De flamas faúlhas suor beijas deslizas
Fogueira de todos os sentidos
Braseiro de desejos submetidos
No corpo ateado de doido incendiar
Lavrado na Héstia acendida
Suave quente excitar
Da pele humedecida
Húmido calor
Frio ardor

***
São tuas costas que beijo
Como paredão deste mar
Que consolo teu desejo
Num mar salso de teu olhar
És fogo frio que em mim arde
Em calor consumido de uma só vez
Que devoro com alarde
Em flamas brancas de tua tez
És chama, és calor és paixão
Num mar de prazer revolto
Que afagas gulosa com tua mão
As zonas erógenas de sémen envolto
És gozo em mim por gozar
És carne em desejo por devorar

***
Não há oráculo que vença o mar
Não há amor que vença a poesia
Não há desespero que vença o desejo
Que possa todos os sentidos naufragar
No teu sentir comedida ousadia
Na tua mão caminho de um beijo
No teu querer mar de prazer
Todo teu ensejo em mar Egeu
Em terra e em céu possa acontecer
A minha vida o meu sentido todo teu
Em extrema saudade amante imortal
Inconsolável gozo igual ao meu
No teu tímido olhar Teseu
Paixão perdida abissal
***

Deixo-te exausta em tal líbido secreta
Neste mar que lhe chamas Egeu
Em teu corpo já avisto Rodes e Creta
Quando afundo nesse corpo que é meu
São labirintos de teu prazer
Desenrolados em novelos de carinho
Nem a Dédalo coube prever
Que nada poderá impedir meu caminho
É a força de tuas coxas que me apraz
Nesse teu mar em que me aninho
Enquanto te devoro por detrás
Quero que tuas nádegas sejam minhas almofadas
Do meu amor e de minhas fortes estocadas

***

Ante ti meu desassossego labiríntico sentir
Enfrentas Minotauro rugindo de prazer
Cobras-me submissão sem nada te consentir
Sou ilha aflorada em grutas por percorrer
Sou flor desflorada em misterioso querer
Sou lã desmanchada em manta por descoser
No teu falo embainhada em gume afiado
O cetro reluzente turgido bastão
Lâmina luzidia de desejo provocado
Arde a vontade na palma da tua mão
Flagrar incontido que olhar deixa antever
Vulcão de carne e sentido flameja de tesão
Na tua estocada firme e hirto de loucura
A pele abrasada inflama-se de ternura
***

É suor que por mim se desata
Como lava quente de teu vulcão
Metal máfico que por tua bainha arrebata
E me impele à paixão
Dás-me tu tanto prazer
Mesmo só de teu corpo admirar
Mas o meu em teu quer meter
A ansia de te cravar
Não és ilha só desabitada
Porque agora moro aqui
Abrigado em tua areia desflorada
Me quedo em prazer dentro de ti
No cume desta montanha sinto-me o dono do mundo
Que em teu corpo entranha neste prazer profundo
***
Entranhas-te num corpo habitado de solidão
Onde as palavras se perdem em demasia
A cada estocada de palavras em tesão
Os dois fazemos versos de poesia
Saberão os deuses como somos felizes
Nessa tua ânsia onde de versos deslizes
Todo teu intenso e eloquente sentir
Que em pensamentos brindas mitologia
E a minha alma enalteces de loucura
Sou ilha deserta onde realizas fantasia
És Olimpo onde minha sede te procura
Para a cada instante te viver cada dia
Matar-te fome onde inspiração perdura
Alimento somos dos dois verso secura
***

Penetro agora teu poema apertado
Confortado com pequenos gemidos teus
Dobro-me sobre teu corpo deitado
Em desejos e consolos meus
Afagas tua vulva sedenta
Quase em extrema saudade
Teu corpo quase não aguenta
Meu querer e minha tenacidade
Navegamos em mares distantes
Que jamais foram cartografadas
Somos loucos, somos amantes
Em pecados de desejo velados
Gemes de dor e de querer
Gemes em amor e prazer

***
Sussurros gemidos murmúrios sinfonia
Toda a pele se agita tormento latir
O teu corpo grita no meu em ousadia
É a carne e alma em sublime sentir
Onde o gozo se dilui em cio e fluídos
Em trilhos rituais marcas sentidos
Vens saudoso sem saber em busca de prazer
E eu deixando-te por aí ir
Até toda em mim e em ti me vir
Há todo um encanto feito magia
Há marcas pungentes de cartografada ternura
Há todo teu olhar em ângulos diferentes
Procurando na minha magnitude loucura
Vibrante saudade que só em mim sentes
***

Devoro-te como um ser desejoso
Como animal vulgar sem brio
Como-te com fervor guloso
Como animal com cio
Retardo o meu vir
Se bem, que é o que eu mais desejo
Gemo como vulgar rafeiro a latir
Enquanto tua língua me procura o beijo
Tua magnitude é suprema
De devoção e encanto
Fêmea de sensualidade extrema
Que te dobras em meu pranto
Sonho de Sujeito, de prazer vulgar
De te ter a preceito e saber-te amar

***

Saberei amar-te ou não
Serei apenas carne e desejo
Sobejo no teu sentir supremo tesão
No teu vir enlouquecido doido beijo
Em rasgo de pele e sentido
Descomunal intenso por vezes proibido
Queimas-me carne e alma em sedução
Fogo aceso enraivecido animal
Tens no olhar sombrio instinto fatal
Laços dos teus meigos abraços
Preso odor de fêmea no cio
Segues-me endoidecido os passos
Em vulgaridade querer
Morres-me no prazer
***
Não sei se morra se viva
O meu sémen dentro de ti
Não serei eu dono desta corrida
Se me venha agora e aqui
Teu bafo de secreção
Em teu vaso que me atrai
Que te penetro com minha mão
Enquanto tua seiva se esvai
Fode-me amor dizes-me tu
Num grito de êxtase te inundo
Vestida de virtude nesse corpo nu
Cravo-te forte e bem profundo
És pecado subjugado que namoro
Em forma de corpo amansado que devoro

***

Saberei sentir-te ou não
Que importa a ânsia que nos devora
O tempo que nos atrai e nos separa
O espaço que compartilhamos solidão
O desejo que por um beijo se demora
Nesta lucidez límpida e clara
Evitamos o sentir no apertar da mão
O olhar que de nós se desentende
O querer que da pele é só tesão
Desta vontade que nos ensina e se aprende
No partilhar a poesia da ilusão
Não mais do que loucura de versos
Não mais do que ternura de universos
Não mais do que esta nossa paixão
***

FORAM SOMENTE O POEMA DE PALAVRAS COM O TESÃO POÉTICO DO SENTIR NUM CAMINHO DE POESIA A DOIS SENTIRES…


Bardo & musa