GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

terça-feira, 29 de outubro de 2013

GOSTO A SAL - ao Jorge com um beijo de sedução da musa

Degusto teu corpo salgado
Sussurro na tua orelha
Na tua boca vermelha
Um beijo adocicado
Acende centelha
Do pecado

És fruto proibido
Pedaço de mau caminho
Fogo no olhar acendido
Provocando desatino
E doce excitação
Meiga sedução
Doido prazer
Abrasador
Calor

Deixas-me quente suada
A pele em sal humidade
Nas mãos ardendo esgotada
Em torrente sensualidade
A boca deslizando
A roupa tirando
Suspirando
..

musa

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

CAFÉ SENSUAL

Sou na manhã a pele de seda
Que a língua solta em devaneio
Busca orvalho com sabor a café
Olhar guloso e cheio
Leva a vontade da boca ao pé

Caminhos de suor trémulo ardente
Doce torpor que olhar sente
Corpo que enlouquece
Sentir desfalece
Frio e quente

Num gemido ao ouvido vibrar
A boca que entontece
A pele excitada a estalar
O gozo que apetece
Deixar vir
Sentir

A imaginação flui desejo aumenta
O aroma do café na pele suada
De beijos e caricias esquenta
Nos dedos aprisionada
A boca aguada por mais e mais
Como gume de punhais
Fere o tesão
Arde a mão

Em ritmos delirantes
Loucura excitação
Bebemos como amantes
Em fogo da paixão
Café delírio
Negro martírio
Rubro odor
Há nos sentidos o vermelho
Gosto aceso de fogo lento
Perdido no tempo
O suor espelho
Vidrado olhar
Teima gozar
Delirante
Amante
musa

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

LITURGIA CORPORAL

Por cada palavra em teu corpo ritual
Faço da tua pele meu altar
E poro a poro invento sentido carnal
Enlaço mãos e clamo orar
Fundido olhar
Fatal

Morres-me no instante louco do beijo
Desse excitado e amante desejo
Profundo intenso descomunal
És todo em mim gemidos
Ousadia de sentidos
Gozo colossal
Rendidos
Ao sentir

Escrevo no teu corpo feito de tesão
Tinta ruborizada do sangue fervente
Queima na boca faminta excitação
Que toda a pele consente
És puro desejo escrito
O corpo quente
De tesão descrito
Cálido dormente
Doce entrega
Ao beijo se apega
Para ser somente

Loucura
Ternura
Candura

O que mão boca olhar sexo sente
Em tão doida liturgia procura
A emoção que perdura inocente
A prece que com sentidos se tece
Em altar de rendição
Ergue a taça e desfalece
Num instante de perdição

musa

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

PRAZER NASCENTE – para ti meu cavaleiro andante V…

Trazes na boca o mel saliva
Um rio erótico de tesão
Fazes de mim tua diva
Em gozo excitação
Na tua mão

Há um prazer nascente
A percorrer-me quente
A pele que sente
Esse quase vir
Quase sentir
Quase ter
Quase ser
Quase

Tão louco prazer
Na tua boca nasce rio
Na minha boca faz-se cio
De caricias a florescer
Louco poderio

Faz de mim tua nascente
Nessa língua febril
Desliza lentamente
Possante viril

Teu ágil membro gostoso
Faz derramar cio viscoso
De lavas odores gozação
Entrega rendição
Em ondas de desejo
Tudo começa num beijo
Em dócil excitação

Alimentando vontade animal
Devorando vontade carnal
Delirando vontade descomunal
Explora consome devora
Esse quase vir que demora
Na ponta dos dedos
Nos seios relevos
Na língua no sexo
No olhar perplexo
Deixo-me ter

Levas-me à loucura
Em profundos gemidos
Acordas meus sentidos
Quase uma tortura
Devassos gozos de pudor
Abocanhas o meu queixo
E eu deixo

Invadires entranhas
Tremulas estranhas
Doces sensações

Fazes-me vir tantas vezes multiplicadas
Âncora no cais das nossas bocas

fazer do teu mastro vela... e navegar teu corpo em vagas de excitação... fundear de beijos a tua boca e deixar a tua âncora chegar as minhas profundezas

Falo e clitóris ardendo
Fogo aceso derretendo
Nossas vidas tão loucas
Mar imenso profundo denso oceano de águas turquesas

Alucinantes fantasias sexuais
Nossos corpos palcos sagrados
Nossos sentidos provocados
Em doidos insanos rituais
Bocas famintas de prazeres carnais

 No ímpeto de nossas loucuras
Trocamos carícias lambidas
Enlaces de carinho e ternuras
Abraços beijos afagos mordidas
Até cairmos desfalecidos
Completamente rendidos
Em dormentes olhares vagos
Quase prazer dor
Fazes de mim doce amante
Em mais um alucinante
Instante de amor

musa

terça-feira, 8 de outubro de 2013

PEDRAS PRESAS PARDAS

Na louca agonia da tua virilidade
Na paixão do corpo possuído
Na dureza da sensualidade
Turgido tesão túmido
Teu gozo desmedido
Mar noite escura
Nossa loucura

Perguntas-me pela noite descida sobre as pedras
Beijadas no silêncio húmido perto do mar
Aprisionadas no escuro muralhar
Do feitiço pardo dos teus olhos
Em silenciado sentido
Adentro olhar
Perdido

Nas pedras há o tempo prisioneiro
Instinto manso levitando
Grito derradeiro
Nos encontrando
Onde silente murmúrio
Parece ficar
Ouvindo
Gritar

Nas pedras presas pardas
Gravamos a noite de silenciados
Sentidos guturais ardentes
Luzes acesas do outro lado da cidade
Os nossos olhos cansados
Os nossos corpos inconfidentes
Os nossos olhos de saudade
Clareiam a pele de sentir
Nas pedras gastas da idade
Consentimos existir
Ousamos desistir
Amamos consentir
...

musa & João (dolce far niente)