INCÊNDIO
Incendeia-me os lábios de saudades
Delas dizem são fogo que acalenta
Enraivecidas flamas ardendo intimidades
Duma boca que de beijos se alimenta
Incendeia as mãos nessa procura
Ateia o fogo íntimo da sedução
A lama húmida da ofegante tortura
Dos trémulos corpos em combustão
Ardendo de gozo na loucura
Do fogo descomunal do incendiado olhar
Em desmesurado e excitante prazer
A chama intencional a fazer queimar
Orgasmos intensos que ficam a arder
De profundidade ritmados os gemidos
Estremecendo de espasmos quase dor
Que a boca faz despertar dos sentidos
Na plenitude afogueada do amor
Incendiando a pele sem névoa de fumo
Ou a palidez obscura do amanhecer
Da cama onde me deito e nunca durmo
Com a boca a incendiar e desfalecer
…
musa