GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

BOUQUET DE GOZO

cheiro-te o corpo antes de agitado
o odor subtil leve frutado
faço-te bailar em movimentos curtos circulares
e vem-me o teu cheiro inspirado
o teu doce olhar com vontade de me amares
dentro dos teus olhos o vinho ardente ousado
antes de me beberes e degustares

vista gosto aroma temperado
na minha pele cerzida de desejo
pespontada de gozo enfeitiçado
leve roçar da tua boca com meu beijo
em suave limpidez
dança fluidez
subtil timidez
ausente turbação
eleva-se o tesão
da tua mão

teu olhar brilhante
provoca sedução
faz-me amante
em desejo toldado
frémito degustação
gosto viciante
teu olhar enevoado
em excitada humedecida loucura
deixa-me derretida
suada
quente corada cor que ainda perdura
na pele translucida ruborizada
possante turgida dura
deliro deliras suspiro suspira
os dois gemendo
os dois se tendo
encorpados aromas
a jeito como me tomas
saciando a tua sede
numa harmonia sedutora
envelhecida tentadora
bouquet de redução
sensível maturação
táctil masturbação
saliva fluida abundante
suor quente fulminante
odor vinificado
na língua sedenta fruir
desejo sagrado
sentir vir

musa

EMBRIAGUEZ

Beijos bagos de uva madura
Docemente embriaguez
Embebida de loucura
Dócil nudez
Tesão

Corpo vindimado pela tua mão
Colheita tinta e branca afável mosto
Na tua boca e língua o meu gosto
Desassossego em vulva ardente
Deixando-me húmida e quente
Pele escorrendo embriagado suor
Bruma de frio e calor
Gozando consentido

Teu fogo néctar sorvido
A boca suave dorna
A pele macia morna
Adoçando sentido
Em excitação

Embriagada de néctares aromas
Cachos de humedecida sensualidade
Línguas domando vários idiomas
Bocas ousando outra nacionalidade
Tecida teia de gozo e perdição
Sentimental sedução
Profana sagrada lividez
Encantada ilusão

Babel em trilhos de pele embriaguez
Na sede louca de beijos endeusados
Risos rubros desejos timidez
Olhares provocados
Torpor comoção
Amor tesão
Ousados
Delírios
Sentir

musa

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

DRUIDA DO TEU SENTIR

Procuro as palavras do poema ancestral
Que me faça druida do teu menir
Falo soberano possante carnal
Que de poesia me faça sentir
Pedras palavras insano verso
Rio de mil águas do universo
Nos teus dedos o meu sexo
Delírio sagrado existir
Corpo de mulher menina
Que nas tuas mãos sentiste vir
Seios hirtos névoa encanto
Gotículas de suor a escorrer
Na pele branca feminina
Tremulo doce encanto
Rio louco de prazer
Saciando sentidos
Famintos de vontades
Incendiados perdidos
Em gozo lento de saudades
Vibrantes loucos ansiosos
Amantes arrebatados saudosos
Acesos de loucura tesão
Deliciosa perdição
Gemidos risos espasmos olhar
Em cumplicidade emoção
Nas tuas mãos na tua boca vibrar
Sensualidade sedução
Rio de excitante ternura
Sabor odor tesão que ainda perdura
Doce rendição que ainda dura

musa

domingo, 22 de setembro de 2013

EROS DO SILÊNCIO

Desperta as núpcias vãs
De ousadas manhãs
No corpo feito poesia
Ergue o teu altar
E vem amar
Até ser dia
A noite inteira
Doce rameira
Da ilusão
Doido tesão
Apetência
Carnal

Aprisionas delírios pudor inocência
No vértice silenciado do gozo arterial
Revelam-se todas as vertebras da opulência
Do teu corpo nu suado quente trémulo animal

És Eros ramificado nas veias do silêncio loucura
Intima complacência do gozo sangue fervendo amor
Vibrantes desejos em trilhos ardentes insana ternura
Doce fome e sede de uma língua que se enche do teu sabor
Entre deleites de embriaguez perdura estremecendo candura
Na tez proibida de profanos desejos despertando desassossegos
Estremece a pele escriturada de suaves gemidos provocados dedos
Silencio circunscrito da pele da alma e corpo ardente sensual sedução
Do olhar perdido entre mãos e bocas de um só sentido aceso submergia
Deus entre caricias afagos alentos gemidos momentos de corporal poesia
Eros do silêncio se cumpria no ritual sagrado da prece oral luxuria excitação

musa

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

ROXOS LIRIOS

Havia nos teus olhos roxos lírios
Trazendo à escuridão prados humedecidos
Havia nos teus lábios ávidos delírios
Humedecendo a boca de gozos sentidos

Havia a língua serpenteando
Trilhos devassos proibidos
Gozos arroxeados desabrochando
Por entre os lábios docemente lambidos
Ai tantas flores na boca despertando
Excitada vibrando de olhares perdidos
Nudez a florescer todo vale
Num odor carnal
Loucura sensual
Sentidos
Sentido
Sentir

Em desmedido prazer vir
Tu lírio do vale doce libido
Em perfumado sentir orvalhado
Odor de violetas do prado despido
Exalas da boca beijos consentidos
Lírio delírio arroxeado
De tantos gozos tidos
Com sabor a pecado
Entre olhares pervertidos
Havia no teu corpo suado
Um vale de lírios floridos
Poro a poro perfumado
De beijos já bebidos
Na flor do lírio
Cortado

musa

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

BEIJO SEM NOME

Não posso dar-te um nome
Chamar-te meu amor
Sentir-te assim
Moras-me o mais íntimo do ser
Amas-me matas-me a fome
Cobres-me inteira de prazer
Desabrochas dentro de mim
Fazes do meu corpo flor
Rio que corre sem fim
Até à foz do alvor
Beijo carmim
Doce aurora
Tua boca

E deixas em mim floração louca
Primavera que na pele se demora
Em lagos do olhar sedução
Um jardim de flores por abrir
Botões de rosas carnais
E na tua boca fazes-me vir
Sorvendo delírios punhais
Cortas de um rasgo tesão
A flor proibida
Húmida mão
Gume

Nos teus lábios o lume
Acendendo a fogo ardente
Na doçura do azedume
Liquido e quente
Da lava indecente
Que verte na flor
E em doido amor
Chamo teu nome
Mato a fome
No teu meigo olhar sedutor
Ardendo incendiado
Florido sentido
Doido pecado
Proibido

musa

terça-feira, 17 de setembro de 2013

NO FEITIÇO DA TUA MÃO

Domada
No cio lívido do sentir
Na intensidade do desejo aceso
Em detalhes e entalhes da emoção
A florir um beijo na escarpa do olhar preso
Tomada na queda em flor da nudez da tua boca
Desflorando feitiços de louca lividez sedução
No gozo farto do sexo ardente
Em magia e ilusão
Doce e quente

Liberta a fera consentida
No mágico instante de mulher desperta
Acordas pelos dedos a menina secreta
Que ainda dorme proibida
No berço da língua a embalar
Saliva sémen e suor
Que as bocas ousaram degustar
Em louco acto de enfeitiçado amor
Gozado beijo de dócil tesão
Que nos lábios floresce a flor
Do feitiço da tua mão
musa

PEGA-ME FOGO - João Galante - Pega-me Fogo (Video Oficial)


PEGA-ME FOGO

Eu te proponho jazz e poesia
teus dedos desbravando
a pele em fantasia
as bocas se beijando
olhar em ousadia
os corpos se encontrando
em pauta de sentidos
por caminhos proibidos
as mãos se entrelaçando
vibrando essa magia
olhares consentidos
em noite que quer ser dia
nossos dedos perdidos
olhares afogueados
lábios meigos trincados
nas notas do piano
dos beijos desmedidos
do nosso olhar estranho
deixado acontecer
num jam de prazer
em murmúrios e gemidos
que na pele deixamos ter
insanos desabridos
...

musa

terça-feira, 3 de setembro de 2013

DESPUDOR (… ao João…)

Há no corpo mar de sal
Manto dos teus olhos
Adoçando meu sentir
Beijo na ponta dos dedos
Vagas de um desassossego carnal
Descobrindo segredos
Que olhar quer proibir
Em trilhos de instantes arrepios
Percorre do pescoço ao bico do seio
Águas salgadas de doces rios
Que inundam corpo cheio
De vontades e desejos
Sensualidade e beijos
A morrer por mim
Frémito onda frenesim

Há na boca despudor carmim
Uma gota que se desprende e cai
Da pele perfumada alva jasmim
O odor que nos lábios se esvai
Beijo com gosto desnudado
O sabor a mel e a pecado
Rubro sentido do tesão
Há na ponta dos dedos
A escrita excitação
O sentir provocado
Em doce sedução
Néctar de ousados vinhedos
A degustar na tua boca
A deixar-me quente e louca
Adivinhando o despudor
Ao fazermos amor

musa