GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

sábado, 30 de novembro de 2013

HAVIA DESEJO

havia pele humedecida frialdade
a pedir o calor da tua suave mão
um desejo incrustado suavidade
em sentir alucinado de tesão

havia os poros despertados mel
adocicado desejo da tua boca
nos lábios o gosto amargo fel
de sentir-me perdida e louca

havia no teu olhar tanta loucura
um frémito ardente sedução
o corpo inteiro de ternura
a fervilhar húmida excitação

havia um falo erecto e duro
um roseiral de odor inebriante
um fruto saboroso e maduro
degustado na tua boca amante

havia em ti inteiro doido querer
na boca nas mãos no sexo dorido
o êxtase supremo luxuria prazer
em convulsão entregue rendido

musa

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

NA TUA BOCA

"Nas madrugadas em que descobrimos o prazer, os lençóis agarram-se aos corpos, as mãos procuram a pele em desespero, e até a felicidade se encolhe para nos poder entender. Tu ensinas-me a encontrar o interior das tuas pernas, o espaço em que todos os orgasmos se reúnem, depois há toda uma textura para procurar, as rugas sapientes do redor dos teus olhos, o toque macio de todas as curvas do teu peito, até que a verdade absoluta se impõe. Toda tu me puxas para dentro de ti e todo eu me empurro para o calor do teu ventre. E acontece o céu."
Pedro Chagas Freitas

… sentir a tua boca amainando
lavradio de tesão
a ponta dos dedos pulsando
sulco húmido grito
entre os lábios se elevando
no teu olhar vidrado o grito
ritmada dança da mão
flor desabrochada doçura
insana ousada ternura
beijos a boca sorvendo loucura
gosto de desejo excitação
pele quente e louca
querendo mais e mais
do teu sentir
da tua boca...
musa

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A COR DO ÊXTASE

Procurei a cor do êxtase em sentir mental
Em cada palavra o desassossego sedento
Nas entrelinhas a inquietação carnal
O êxtase passivo e lento
Quente húmido sal
No corpo intenso
Sensível inteiro
Dócil e denso
Braseiro

Tons da tua pele enrubescida
Volátil odor perfumado cheiro
Em profundo colorido imenso
Extasiada sensação sentida
Pervertido ousado extenso
Adocicado e terno tintureiro 
Mais do que fogo aceso
Mais do que sentidos
Mais do que fogo preso
Caminhos proibidos
Profanados
Em mim

Nos trilhos do pensamento
Em sensual humedecida sedução
Louco contentamento
Ávida excitação
Arrebatamento
Sem fim

Subitamente desprendida
Nos lábios o olhar cor carmim
Em transe desmedido
Chama em mim acendida
Em olhar consentido
Um quase ter quase vir
Súbito prazer
Sentir

Transe vulcânica meiga ilusão
Profana tela pele e sensações
Derramadas tonalidades pela mão
Em êxtase serenidade
Doces ilusões e torpor
Toda a sensualidade
Das paixões
A cor

musa

domingo, 10 de novembro de 2013

A HÓSPEDE MISTERIOSA – Conto erótico

A HÓSPEDE MISTERIOSA – Conto erótico
O jogo começou pelos meandros de um site de encontros, casualmente a conversa deambulou pelos bites carregados de sensualidade e sedução.
Ele apresentou-se como um diretor de hotel e ela funcionária de uma agência de viagens, divagaram por temas variados desde a personalidade de cada um até uma conversa sobre desejos ocultos transbordando aventuras secretas, abordando intenções e objetivos de ali estarem sem necessariamente culpas ou compromissos, provocaram e amansaram palavras em cio tempestivo induzido de trivial excitação rumo a um prazer imaginativo cheio de interrogações passaram testemunho de vontades e sonhos.
Alta magra, olhos amendoados de um azul doce e sereno, emoldurava-lhe o rosto um cabelo medio de âmbar doirado, a pele bronzeada e límpida transparecia a serenidade e timidez que lhe ocupavam a alma e descarnava dos sentidos a pequenez da ousadia que a levara até ali em busca não sabia bem do quê, mas atendendo a um chamado interior carnal e insano pervertendo-lhe o sangue e a lucidez, domada numa afável elegância aprendia os caminhos dessa secreta aventura que a esperava nos seus quase cinquenta anos de vivencia quieta de esposa fiel e aquietada a uma relação estável e afetuosa.
De estatura média, cabelo e barba grisalhos, uns olhos azuis de Paul Newman, boca pequena lábios sensuais, mãos pequenas e macias, magro, olhar atrevido e agitado, postura de gestos sossegados, misterioso, buscando nas palavras o deleite dos sentidos em atrevimento e ousadia, dominava como macho altivo por palavras presas seletivas devidamente escolhidas num código de conduta silenciado pelo distanciamento a que se propunha no embate furtuito que determinava o avanço da situação ou a escolha consumada em vista ao desfecho ou o impasse que lhe proporcionava horas de lambuzado delírio em luxo de sentir pela virtualidade da conversa e dando asas a relutante imaginação, reacendia humidade e calor vibrando pulsátil devoção por uma emotividade carregada de sensualidade e desejo.
A conversa retomou-se durante alguns dias, em horas mortas de horário de trabalho, surpreendiam e eram surpreendidos pela sintonia de sentidos a que os dois se propunham com a troca de palavras, acertavam agulhas, colocavam na mesa várias sugestões, incendiavam-se e humedeciam-se, elevavam a fasquia da sedução a cada entendimento que surgia entre conversas alinhavando capítulos de um tórrido encontro proporcionando gozo delirante em luxuriante cenário.
Entre eles apareceu um outro perfil dando luta à sedução, audaz caprichoso insistente, o professor de matemática seduzia pela capacidade numérica de raciocínio esplendido com que a torturava de prazer retorico, fazendo-a sonhar com resultados de um kamasutra fantasioso ainda por inventar.
Havia entre eles um teorema de sentidos invadindo segmentos nos espaços geométricos da matemática dos desejos existindo uma linha côncava de sensualidade que dividia sagrados e profanos sentidos em contas sobre a pele como rosário desfiado de múltiplas sensíveis pérolas equacionais, havia números carnais que aumentavam a excitação e equações de sensibilidade que davam e tiravam prazer na pele das contas por fazer mas era mais a multiplicação de insondáveis orgasmos que definia a unidade do que era o sentir na teoria dos números fracionados de tesão em poesia de sentidos e a insaciável soma de tudo o que se dava nessa aritmética de sensações que gozavam por pura loucura de formas e conteúdos em denominadores comuns de suor saliva e sémen na ciência do raciocínio lógico e abstrato do desejo das quantidades, medidas, espaços, estruturas e variações dos sexos fundidos num só e era o corpo a sua matemática aplicada a uma teoria dos números que ficava na álgebra penetrada das sensações induzidas pela imaginação partilhada em conversas escaldantes e pós horário de trabalho ou hora do almoço, em virtual combate de sedução.
Combinaram encontrar-se numa noite chuvosa e fria. Levariam máscaras a cobrir o rosto e só as tirariam de comum acordo. Quando chegassem à recepção do motel ela viraria o rosto para o vidro da janela do carro e assim permaneceria até que ele seguisse para a garagem indicada pelo recepcionista.
Entrou no carro estacionado ao lado dela, disse-lhe olá e ele seguiu para o motel, ele segurando a mão dela como consentimento do encontro, os dois em silêncio no escuro da noite, fervilhando de excitação, mordendo lábios inferiores, com um brilho efusivo no olhar a abarrotar de tesão, já no interior da garagem do motel aproximaram bocas e deixaram línguas enrolarem-se numa quente e húmida dança enrijecendo órgãos sensíveis e loucos de vontade de gozação sentida.
Saíram do interior do carro e subiram as escadas de mão dada, no interior do quarto ele sentou-se no sofá e puxou-a para o seu colo em cima dos seus joelhos, abraçou-a e começou a beijá-la no pescoço, pegou-lhe na mão e mordiscou-lhe a ponta dos dedos e lambeu-lhe devagar e demoradamente a palma da mão, enquanto lhe desabotoava a blusa e a fazia cair dos ombros, ia trocando beijos entre o pescoço, os braços, as mãos e a boca, ao mesmo tempo abraçava-a e aumentava o desejo entre eles, fê-la levantar-se, entre as suas pernas, puxou-lhe a saia para baixo deixando-a em lingerie e meias de seda com liga de renda, beijou-lhe o ventre e entre coxas, enquanto ela lhe afagava os cabelos, e os humedecia com os seus beijos fogosos e quentes, escaldava-lhe a pele que eriçava com o contacto dos lábios molhados, fazendo-a estremecer de tesão, ele levantou-se e deixou-a tirar-lhe a camisa e as calças, encostaram-se e queimaram corpos excitados, roçaram-se de tumefactos ardores e entre suspiros e gemidos acariciaram sexos empapados de fluidos prestes a rebentar.
Ele empurrou-a para a cama e deitou-se sobre ela, beijaram-se lentamente e foram descendo os beijos em caminhos de sedução, ele por cima dela aterrou no meio das sua pernas e fê-la gozar vertiginosamente com a sua língua deslizante abocanhando todos os múltiplos orgasmos que se iram desfazendo na sua boca como ondas numa praia solta de espuma e maresia, sentia-lhe cada orgasmo como maré enchente e vazante, cadenciados, ritmados, pulsáteis, como um rio transbordante de margens, da nascente à foz, era na sua boca uma torrente de águas quentes e adocicadas, excitando-o cada vez mais.
Inverteram posições e ela sobre o seu corpo dançou beijos e mãos, em eréctil dança, chegou do seu pescoço ao falo turgido e possante, humedecido e quente, fê-lo roçar entre as suas mãos, aproximou-lhe a língua e em círculos deixando cair-lhe saliva, invadiu a pequena cratera com a ponta da língua, engoliu-o até ao fundo da garganta, escorregou os lábios até fazer descer toda a glande, abraçou-o com a boca demoradamente e repetidamente fazendo-o gritar de prazer, enquanto lhe segurava as mãos apertando-as, ela de joelhos entre as suas pernas abertas, os seios roçando sobre elas, sentindo-lhes os bicos duros quase perfurando as suas coxas, sugou-lhe toda a virilidade e tesão, fazendo-o vir e engolindo todo o néctar pegajoso e leitoso, deixava-lhe a mão solta em caricias leves de vez em quando penetrando-a, acariciando o clitóris doidamente excitado, fazia-a vir vezes sem conta, e num arrebatado sessenta e nove deitou-se ao lado dela, cabeça entre as pernas e boca colada ao sexo molhado e bebeu-a até a fazer gritar não, não mais não, deixando-a esfomeada de sexo e penetração, pediu-o sabendo que naquele instante seria impossível tal façanha, ligou o numero do professor de matemática e já seduzidos ao ouvido pelo telemóvel, deitada ao lado dele, acariciou-se e fez-se vir com a sua mão imaginando a do professor, em masturbação de sentidos, num teorema de sensações imaginadas, gozou nos seus próprios dedos, invocando a matemática do sentir.
Deitada, de pernas completamente escancaradas começou com as caricias. Os seus dedos faziam movimentos em oito nos grandes lábios, deixando a rosa em rubra cor muito melada como cheia de um orvalho feito a clara do ovo quase liquida, levava os dedos a boca sentindo-lhe o próprio gosto, em seguida pressionava o clitóris inchado em movimentos rápidos, remexendo-se toda, como se um vulcão adormecido de lava escaldante estivesse prestes a explodir, desejava ser penetrada nesse fogo incandescente.
Ainda sobre o leito, olhando os corpos nus reflectidos nos espelhos do tecto, com as pernas elevadas enfiou o vibrador na sua flor sedenta, num vai e vem frenético, as vezes parava para sentir a sua própria vibração, o seu mel escorria sobre o lençol, os dedos deslizavam em movimentos circulares penetrando devagar e dando lugar ao vibrador e à língua gulosa do desconhecido que ainda mantinha a pequena mascarilha escondendo-lhe os olhos.
Seguiram-se orgasmos múltiplos, não conseguia parar de ser vir, ainda com o vibrador em alternados movimentos de língua e dedos, trocando de posições e gemendo todo o tesão que aumentava mais e mais, sentiu-lhe o falo tumefacto e húmido em novo orgasmo impulsivo e trepidante, delirou quando ele a penetrou sem aviso e quase de surpresa, gozando a masturbação idílica em sintonia virtual com a matemática aplicada, o corpo todo estremecia impulsionado de movimentos rápidos e invasivos, saciando-lhe o ímpeto de gozação tardia, sentia o arrebatamento dos orgasmos súbitos e ardentes uns atrás dos outros, em delírio e gozo sem limites.
Por instantes mudaram de cenário e ele segredou-lhe que seria a sua hóspede misteriosa, dando-lhe instruções para que ela se dirigisse a um determinado quarto, entrasse deixando o quarto às escuras, se deitasse e esperasse por ele.
Ele chegou ao fundo da cama, levantou o lençol e foi gatinhando ao seu encontro, tacteando a sua pele nua, colou-se a ela e começou a beijar-lhe o pescoço sussurrando-lhe QUERO-TE, estremecendo com a respiração ofegante e sentindo-lhe o hálito quente, arrepiava-se com o calor das suas mãos e a proximidade da sua boca, um desejo forte de tesão excitação e frio apoderou-se dos corpos elevando sexos e seios e uma nova sede nasceu por entre as caricias ousadas penetrando orifícios humedecidos e em fervente contacto estimulados pelos gemidos partilhados ao ouvido.
Era como se nunca nenhum homem a tivesse tido de verdade, como se nunca lhe tivessem abertos as pernas e a bebessem como água nascida para saciar uma sede moribunda, como quem tem sede e anseia beber o líquido que escorre, fio de água nascente, torpor, deleite, na fonte riacho de água límpida saciando essa sede latejante nascida do falo abocanhado metido na boca como quem submete uma mulher a uma sede tranquila de sobrevivência em serena doação de prazer e a salva de uma secura lenta com o jorro do leite ainda morno, escorrendo pelos cantos da boca como fêmea amamentando e cria se deleitando, os dois se alimentaram debaixo do lençol em duelo esvoaçante de ondulações serenas, corpos feitos searas modeladas de beijos em ventania, predador e presa em espera e abate, mulher que caça é a mesma mulher que quer ser abatida, numa insensatez livre de amarras e de dogmas, o prazer renascido era cavalgado até à exaustão.
Experimentou por duas vezes a sensação da "ejaculação feminina" (em inglês é squirting), um orgasmo feminino que docemente enlouquece... um gozo com todos os ingredientes de uma excitação feminina normal (tremores, gritos, respiração ofegante, quase um desespero, pernas cambaleantes) e mais um ingrediente absolutamente inacreditável e simplesmente maravilhoso, um jorro, esguicho, jacto discreto mas abundante e rápido, almiscarado e límpido, odor a puro sexo, absurdamente forte em feromonas e sais de tesão, pulsando involuntariamente, excitando-o terrivelmente, ficou doido com aquela sensação involuntária e única, tão fugaz como o ultimo capitulo do orgasmo provocado, apetecendo-lhe repetir a cena mais vezes, acariciou-a até a fazer gritar mais não novamente, afastando-lhe a boca do seu sexo aturdido, afogueado purpura completamente inundado, em luxuria de delírio estridente.
Sentia o seu corpo como o mais luxuoso dos hotéis, cada pedaço da sua pele era um quarto convidando a repouso vibrante, em cativo convite a dormitar segredos da noite desflorados de tentações e fantasias, em envolvência de cenários imaginados, repasto de ousadias, os poros abertos pela sudação relaxavam pelo prazer extenuante.
Já debaixo do chuveiro a sensação da água quente a cair sobre a pele devolveu novos arrepios e as bocas coladas uma na outra provocaram ainda mais humidade.
musa