A
HÓSPEDE MISTERIOSA – Conto erótico
O
jogo começou pelos meandros de um site
de encontros, casualmente a conversa deambulou pelos bites carregados de
sensualidade e sedução.
Ele
apresentou-se como um diretor de hotel e ela funcionária de uma agência de viagens,
divagaram por temas variados desde a personalidade de cada um até uma conversa
sobre desejos ocultos transbordando aventuras secretas, abordando intenções e
objetivos de ali estarem sem necessariamente culpas ou compromissos, provocaram
e amansaram palavras em cio tempestivo induzido de trivial excitação rumo a um
prazer imaginativo cheio de interrogações passaram testemunho de vontades e
sonhos.
Alta
magra, olhos amendoados de um azul doce e sereno, emoldurava-lhe o rosto um
cabelo medio de âmbar doirado, a pele bronzeada e límpida transparecia a
serenidade e timidez que lhe ocupavam a alma e descarnava dos sentidos a
pequenez da ousadia que a levara até ali em busca não sabia bem do quê, mas
atendendo a um chamado interior carnal e insano pervertendo-lhe o sangue e a
lucidez, domada numa afável elegância aprendia os caminhos dessa secreta
aventura que a esperava nos seus quase cinquenta anos de vivencia quieta de
esposa fiel e aquietada a uma relação estável e afetuosa.
De
estatura média, cabelo e barba grisalhos, uns olhos azuis de Paul Newman, boca
pequena lábios sensuais, mãos pequenas e macias, magro, olhar atrevido e
agitado, postura de gestos sossegados, misterioso, buscando nas palavras o
deleite dos sentidos em atrevimento e ousadia, dominava como macho altivo por
palavras presas seletivas devidamente escolhidas num código de conduta
silenciado pelo distanciamento a que se propunha no embate furtuito que
determinava o avanço da situação ou a escolha consumada em vista ao desfecho ou
o impasse que lhe proporcionava horas de lambuzado delírio em luxo de sentir
pela virtualidade da conversa e dando asas a relutante imaginação, reacendia
humidade e calor vibrando pulsátil devoção por uma emotividade carregada de
sensualidade e desejo.
A
conversa retomou-se durante alguns dias, em horas mortas de horário de
trabalho, surpreendiam e eram surpreendidos pela sintonia de sentidos a que os
dois se propunham com a troca de palavras, acertavam agulhas, colocavam na mesa
várias sugestões, incendiavam-se e humedeciam-se, elevavam a fasquia da sedução
a cada entendimento que surgia entre conversas alinhavando capítulos de um
tórrido encontro proporcionando gozo delirante em luxuriante cenário.
Entre
eles apareceu um outro perfil dando luta à sedução, audaz caprichoso
insistente, o professor de matemática seduzia pela capacidade numérica de
raciocínio esplendido com que a torturava de prazer retorico, fazendo-a sonhar
com resultados de um kamasutra fantasioso ainda por inventar.
Havia
entre eles um teorema de sentidos invadindo segmentos nos espaços geométricos
da matemática dos desejos existindo uma linha côncava de sensualidade que
dividia sagrados e profanos sentidos em contas sobre a pele como rosário
desfiado de múltiplas sensíveis pérolas equacionais, havia números carnais que
aumentavam a excitação e equações de sensibilidade que davam e tiravam prazer
na pele das contas por fazer mas era mais a multiplicação de insondáveis
orgasmos que definia a unidade do que era o sentir na teoria dos números
fracionados de tesão em poesia de sentidos e a insaciável soma de tudo o que se
dava nessa aritmética de sensações que gozavam por pura loucura de formas e
conteúdos em denominadores comuns de suor saliva e sémen na ciência do
raciocínio lógico e abstrato do desejo das quantidades, medidas, espaços,
estruturas e variações dos sexos fundidos num só e era o corpo a sua matemática
aplicada a uma teoria dos números que ficava na álgebra penetrada das sensações
induzidas pela imaginação partilhada em conversas escaldantes e pós horário de
trabalho ou hora do almoço, em virtual combate de sedução.
Combinaram
encontrar-se numa noite chuvosa e fria. Levariam máscaras a cobrir o rosto e só
as tirariam de comum acordo. Quando chegassem à recepção do motel ela viraria o
rosto para o vidro da janela do carro e assim permaneceria até que ele seguisse
para a garagem indicada pelo recepcionista.
Entrou
no carro estacionado ao lado dela, disse-lhe olá e ele seguiu para o motel, ele
segurando a mão dela como consentimento do encontro, os dois em silêncio no
escuro da noite, fervilhando de excitação, mordendo lábios inferiores, com um
brilho efusivo no olhar a abarrotar de tesão, já no interior da garagem do
motel aproximaram bocas e deixaram línguas enrolarem-se numa quente e húmida
dança enrijecendo órgãos sensíveis e loucos de vontade de gozação sentida.
Saíram
do interior do carro e subiram as escadas de mão dada, no interior do quarto
ele sentou-se no sofá e puxou-a para o seu colo em cima dos seus joelhos,
abraçou-a e começou a beijá-la no pescoço, pegou-lhe na mão e mordiscou-lhe a
ponta dos dedos e lambeu-lhe devagar e demoradamente a palma da mão, enquanto
lhe desabotoava a blusa e a fazia cair dos ombros, ia trocando beijos entre o
pescoço, os braços, as mãos e a boca, ao mesmo tempo abraçava-a e aumentava o
desejo entre eles, fê-la levantar-se, entre as suas pernas, puxou-lhe a saia
para baixo deixando-a em lingerie e meias de seda com liga de renda, beijou-lhe
o ventre e entre coxas, enquanto ela lhe afagava os cabelos, e os humedecia com
os seus beijos fogosos e quentes, escaldava-lhe a pele que eriçava com o
contacto dos lábios molhados, fazendo-a estremecer de tesão, ele levantou-se e
deixou-a tirar-lhe a camisa e as calças, encostaram-se e queimaram corpos
excitados, roçaram-se de tumefactos ardores e entre suspiros e gemidos
acariciaram sexos empapados de fluidos prestes a rebentar.
Ele
empurrou-a para a cama e deitou-se sobre ela, beijaram-se lentamente e foram
descendo os beijos em caminhos de sedução, ele por cima dela aterrou no meio
das sua pernas e fê-la gozar vertiginosamente com a sua língua deslizante
abocanhando todos os múltiplos orgasmos que se iram desfazendo na sua boca como
ondas numa praia solta de espuma e maresia, sentia-lhe cada orgasmo como maré
enchente e vazante, cadenciados, ritmados, pulsáteis, como um rio transbordante
de margens, da nascente à foz, era na sua boca uma torrente de águas quentes e
adocicadas, excitando-o cada vez mais.
Inverteram
posições e ela sobre o seu corpo dançou beijos e mãos, em eréctil dança, chegou
do seu pescoço ao falo turgido e possante, humedecido e quente, fê-lo roçar
entre as suas mãos, aproximou-lhe a língua e em círculos deixando cair-lhe
saliva, invadiu a pequena cratera com a ponta da língua, engoliu-o até ao fundo
da garganta, escorregou os lábios até fazer descer toda a glande, abraçou-o com
a boca demoradamente e repetidamente fazendo-o gritar de prazer, enquanto lhe
segurava as mãos apertando-as, ela de joelhos entre as suas pernas abertas, os
seios roçando sobre elas, sentindo-lhes os bicos duros quase perfurando as suas
coxas, sugou-lhe toda a virilidade e tesão, fazendo-o vir e engolindo todo o
néctar pegajoso e leitoso, deixava-lhe a mão solta em caricias leves de vez em
quando penetrando-a, acariciando o clitóris doidamente excitado, fazia-a vir
vezes sem conta, e num arrebatado sessenta e nove deitou-se ao lado dela,
cabeça entre as pernas e boca colada ao sexo molhado e bebeu-a até a fazer
gritar não, não mais não, deixando-a esfomeada de sexo e penetração, pediu-o
sabendo que naquele instante seria impossível tal façanha, ligou o numero do
professor de matemática e já seduzidos ao ouvido pelo telemóvel, deitada ao
lado dele, acariciou-se e fez-se vir com a sua mão imaginando a do professor,
em masturbação de sentidos, num teorema de sensações imaginadas, gozou nos seus
próprios dedos, invocando a matemática do sentir.
Deitada,
de pernas completamente escancaradas começou com as caricias. Os seus dedos
faziam movimentos em oito nos grandes lábios, deixando a rosa em rubra cor
muito melada como cheia de um orvalho feito a clara do ovo quase liquida,
levava os dedos a boca sentindo-lhe o próprio gosto, em seguida pressionava o
clitóris inchado em movimentos rápidos, remexendo-se toda, como se um vulcão
adormecido de lava escaldante estivesse prestes a explodir, desejava ser
penetrada nesse fogo incandescente.
Ainda
sobre o leito, olhando os corpos nus reflectidos nos espelhos do tecto, com as
pernas elevadas enfiou o vibrador na sua flor sedenta, num vai e vem frenético,
as vezes parava para sentir a sua própria vibração, o seu mel escorria sobre o
lençol, os dedos deslizavam em movimentos circulares penetrando devagar e dando
lugar ao vibrador e à língua gulosa do desconhecido que ainda mantinha a
pequena mascarilha escondendo-lhe os olhos.
Seguiram-se
orgasmos múltiplos, não conseguia parar de ser vir, ainda com o vibrador em
alternados movimentos de língua e dedos, trocando de posições e gemendo todo o
tesão que aumentava mais e mais, sentiu-lhe o falo tumefacto e húmido em novo
orgasmo impulsivo e trepidante, delirou quando ele a penetrou sem aviso e quase
de surpresa, gozando a masturbação idílica em sintonia virtual com a matemática
aplicada, o corpo todo estremecia impulsionado de movimentos rápidos e
invasivos, saciando-lhe o ímpeto de gozação tardia, sentia o arrebatamento dos
orgasmos súbitos e ardentes uns atrás dos outros, em delírio e gozo sem
limites.
Por
instantes mudaram de cenário e ele segredou-lhe que seria a sua hóspede
misteriosa, dando-lhe instruções para que ela se dirigisse a um determinado
quarto, entrasse deixando o quarto às escuras, se deitasse e esperasse por ele.
Ele
chegou ao fundo da cama, levantou o lençol e foi gatinhando ao seu encontro,
tacteando a sua pele nua, colou-se a ela e começou a beijar-lhe o pescoço
sussurrando-lhe QUERO-TE, estremecendo com a respiração ofegante e sentindo-lhe
o hálito quente, arrepiava-se com o calor das suas mãos e a proximidade da sua
boca, um desejo forte de tesão excitação e frio apoderou-se dos corpos elevando
sexos e seios e uma nova sede nasceu por entre as caricias ousadas penetrando
orifícios humedecidos e em fervente contacto estimulados pelos gemidos
partilhados ao ouvido.
Era
como se nunca nenhum homem a tivesse tido de verdade, como se nunca lhe tivessem
abertos as pernas e a bebessem como água nascida para saciar uma sede
moribunda, como quem tem sede e anseia beber o líquido que escorre, fio de água
nascente, torpor, deleite, na fonte riacho de água límpida saciando essa sede
latejante nascida do falo abocanhado metido na boca como quem submete uma
mulher a uma sede tranquila de sobrevivência em serena doação de prazer e a
salva de uma secura lenta com o jorro do leite ainda morno, escorrendo pelos
cantos da boca como fêmea amamentando e cria se deleitando, os dois se
alimentaram debaixo do lençol em duelo esvoaçante de ondulações serenas, corpos
feitos searas modeladas de beijos em ventania, predador e presa em espera e
abate, mulher que caça é a mesma mulher que quer ser abatida, numa insensatez
livre de amarras e de dogmas, o prazer renascido era cavalgado até à exaustão.
Experimentou
por duas vezes a sensação da "ejaculação feminina" (em inglês é
squirting), um orgasmo feminino que docemente enlouquece... um gozo com todos
os ingredientes de uma excitação feminina normal (tremores, gritos, respiração
ofegante, quase um desespero, pernas cambaleantes) e mais um ingrediente
absolutamente inacreditável e simplesmente maravilhoso, um jorro, esguicho,
jacto discreto mas abundante e rápido, almiscarado e límpido, odor a puro sexo,
absurdamente forte em feromonas e sais de tesão, pulsando involuntariamente, excitando-o
terrivelmente, ficou doido com aquela sensação involuntária e única, tão fugaz
como o ultimo capitulo do orgasmo provocado, apetecendo-lhe repetir a cena mais
vezes, acariciou-a até a fazer gritar mais não novamente, afastando-lhe a boca
do seu sexo aturdido, afogueado purpura completamente inundado, em luxuria de
delírio estridente.
Sentia
o seu corpo como o mais luxuoso dos hotéis, cada pedaço da sua pele era um
quarto convidando a repouso vibrante, em cativo convite a dormitar segredos da
noite desflorados de tentações e fantasias, em envolvência de cenários
imaginados, repasto de ousadias, os poros abertos pela sudação relaxavam pelo
prazer extenuante.
Já
debaixo do chuveiro a sensação da água quente a cair sobre a pele devolveu
novos arrepios e as bocas coladas uma na outra provocaram ainda mais humidade.
…
musa
1 comentário:
Adorei!... Cada palavra é uma ardente caricia escorrendo suavemente sobre a pele...!!!
Beijos!
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