GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

quinta-feira, 29 de março de 2012

GÉISER DE SENTIDOS

Erupção caudalosa
Em flagrante flamância
Língua perigosa
Líquida substancia
Geiser de sentidos
Suor fragância
Flamante furor
Fluidos e gemidos
Prazer de amor
Os dois perdidos
Em espontânea poesia
A tua respiração
Doce fantasia
Fumo tesão
Louco vapor
Terno ardor
Prende asas
No torpor
Escaldantes brasas
Adoçam a pele
Humedecem de mel
Corpo vulcão
Doida erupção
Feito o amor
Húmida excitação
Fogo sensação
Sede de calor
musa

quarta-feira, 28 de março de 2012

ABRAÇO DE LUA

A lua vestiu-se sensualidade
De madrepérola nacarada
Cheia na sua concavidade
Sobre as águas de sal
O céu negro ofuscava
Em redondo visceral
Brilho fogo noite
Intenso descomunal
Forte abraço carnal

Rósea escuridão
No mar prateada
Espelho excitação
Ilumina enseada
Praia de tesão

Dizes-me
Beijo de calor sobre teus seios
Semidesnudados à beira-mar
Tuas mãos perdidas em devaneios
Correndo grave risco de naufragar
Beijo no segredo de búzios molhados
Tua língua tua boca na concha afundar
Sentindo trepidar excitação que desorienta
Balanço dos teus desejos provocados
Nessa sudação que acalenta
Farol que varre de abraços lentos
E em vigorosa força arrebenta
Cascos loucura olhos desatentos
Colinas de rochas traiçoeiros regaços
Sentidos chamas de insanos ventos
No calor lua de todos os abraços
Fome que proclama doidos momentos
Cio que derrama fios luarentos
Fogo que ateia outros barlaventos
A lua luzidia desses pensamentos
musa

domingo, 25 de março de 2012

DESLUMBRAMENTO

Madressilvas perfumando
Cálice aberto exalando
Odor de fêmea cio
Rio derramando
Cheiro tesão
Calafrio
Emoção

Nervos contraídos excitação
Prolongado deslumbramento
Em doce humidificação
Ténue consentimento
Doida sensação
Fingimento
Sudação

Pele plácida transbordante
Desejos aflorando deslumbrar
Fazem-se caricias amante
Molhada pele a brilhar
De cansaços e fluídos
Nidificação extasiante
De todos os sentidos

Contorção de prazer
Dança de gemidos
Tudo podem satisfazer
Lábios consentidos
Bruto comprazer
Orgasmos tidos
De endoidecer
Nervos contraídos
De novo a querer
Serem vividos
Dócil apetecer
Vorazes libidos
Fome de sentidos
Descontraídos

Provocas em mim selvagem
Exuberante floração
Em luxuria viagem
Rumo à excitação
Madressilva silvestre
Desse teu gosto agreste
Loucura tentação
musa

sexta-feira, 23 de março de 2012

PENUMBRA ORAL



No labirinto das sombras
Oralidade da penumbra
Luz desejo arder
Escuridão devassa
Abocanha tua caça
Endoidecido prazer
No escuro lamber

Odor que excita
Aroma liberto
Cheiro quente
Êxtase supremo
Rio de cio
Selvagem secreto
Devaneio sereno
Doce escorregadio
Olhar que sente
Perfume de feno
Lugar discreto
Húmido sombrio

Saciando libido do ser
Bebes na fonte do prazer
Das sombras endoidecer
Poro a poro a tremer

Flor a enrijecer
No falo língua puro tesão
Contrair estremecer
Em sombria excitação

Desejos de te sentir entrar
De me lamber e penetrar
Docemente devorar
Contração encanto sedução
Arte da boca no amar
Endoidecida emoção

Clímax orgasmos múltiplos
Rio de águas purificadoras
Nas tuas mãos dominadoras
Sagrada explosão

Sussurros gemidos
Louca sensação
Provocar assim
Todos os sentidos
Até ter um fim
musa

terça-feira, 20 de março de 2012

CÁLICE DE SEDUÇÃO

Transborda o meu sentido
Em cenário de luxuria e desejo
Na penumbra de um beijo esculpido
De formas escuridão

Fantasia que festejo
Em íntima solidão

O corpo lateja de tesão

Arde a flor cálice de sedução

Fantasias liberadas suave secura
Sentidos aprisionados luz calor
Pele escaldar de latejante loucura
Poros dilatados de ardente amor

Cresce vontade louca intensa
Na ebulição efervescida
Dessa dócil nudez despida
Nua sem que eu me pertença
Bebo-me apetecida

As mãos cálices de néctar maduro
A jorrar de todos os sentidos
Fluídos de amor puro
Deixam-te olhos embebecidos
Turgido quente duro

Em mel e sal
A pele alucinada
Tez angelical
Suada excitada
Ermo abissal
Misteriosa molhada
Doce sensual
Teu porto seguro
Convés amurada
Rubra escarlate
Desejo maduro
Cor chocolate
Desejo impuro
Bebida preferida
Para despedida
Do que procuro
musa

quarta-feira, 14 de março de 2012

SENTIDO CHOCOLATE

Bem no centro da gravidade
A pele suada e quente
Arrepiada de sensualidade
O ventre um doce poente
A desafiar a verticalidade
Do horizonte impertinente

Um rio de derramadas fissuras
Na flor da pele desflorada
Arabescos de chocolate
E um morango escarlate
A convidar a muitas loucuras
Lábio mordido língua imaginada
Estranho sentido
Doce sentir
Tudo e nada
Admitir

Carinho em riscos de brandura
Sobre o corpo besuntado negra tentação
O cacau pintando terno ritual
A pedir loucura
A pedir sedução
A pedir cerimonial

Sirvo-me em banquete
Ao teu guloso olhar
Chocolate corpete
Para que possas pecar
O peito desnudado
Tua língua a provocar
Tua boca pedindo
A cometer o pecado
Que já estou sentindo
Meu olhar rugindo
E tu esfomeado
Meigo alucinado
Quase estonteado
A salivar faminto
Meu desejo se abrindo
Segues teu instinto
Eu quase me vindo
musa

JARDIM DO LARANJAL

Paixão sentida no laranjal
Como dois adolescentes
Sentia as tuas mãos quentes
A desflorar meu madrigal
Nesse jardim proibido
Deslizando teu olhar perdido
Sobre o meu consentido
Nosso corpo sobre a esteira
Doce olhar embebido

Pele perfumada flor de laranjeira
Os beijos húmidos de doçura
Voz silenciada no sentir comovido
As mãos perdidas em loucura
Percorrendo caminhos dessa maneira
Desperto em tanto afeto repetido
Em dança sensual de ternura

E a frescura das laranjas na pele suada
Imaginando outras curvas de sedução
As mãos a língua enfeitiçada
Pelo odor calor de intenso tesão
Debaixo das folhas da laranjeira
Sussurros gemidos de sim e não
Em doce tremor de excitação

Todo o laranjal rendido
Ao nosso desassossego
Teu meu olhar comprometido
Entre a hesitação
E o frágil medo
De viver essa paixão
Esse querer consentido
Em rios de prazer
Desmedido
musa

quinta-feira, 8 de março de 2012

SEIO DE POESIA PERFUMADO SENTIR


A rosa aberta
Seio em botão
Excitação discreta
Suave sensação
Que flor desperta
Perfumado sentir
Pele sedução
Seio de poesia

Chegavas a sorrir
Meu corpo tremia
Em doce bramir
Teu olhar seduzia
Cada poro da pele
Em chão nudez
Era tal a embriaguez
Qual abelha no mel
Zumbias-me ao ouvido
Provocavas meu pedido
Em dança no meu jardim
Rodopiavas mãos boca olhar
Desembainhavas espadachim
Numa esgrima de sentidos
Atendia teu sussurrar
Atendias meu gemidos
Era uma dança sem fim
Olhavas para mim
Louco explodias
Fluídos e suor
Em silenciado prazer
Num jardim de poesias
Deixávamos acontecer
A dança do amor
musa

SOU MULHER

quinta-feira, 1 de março de 2012

NASCENTE

Rocha fendida
Galerias do tempo
Água nascente
Sede sentida
Sedimento
Quente

Vou por caminhos de nudez
Coberta de linho esfarrapada
Pele suave embriaguez
Pela força do leme provocada
Em desnudada insensatez

Nasce humidade
Dos teus dedos a arder
Ao doce toque sensibilidade
Pegas fogo na água brotando
Da cratera ardente
De louco prazer
Murmurando
A gemer

Rasgas a terra em delírio
Escavas rocha de caricias
Quase dor quase martírio
Rio nascente de delícias

Deixas-te surpreender
Por hábeis mãos sensuais
Nasce em ti terno apetecer
Em gume líquido de punhais

Afias falo força rio
De sedução prazer te inundas
A nascer lá no fundo sombrio
E ao leme em mim te afundas

Água aflorando rochas vibrantes
Tal a natureza submersa flor
Assim é o sexo de todos os amantes
Em nascente de sensual amor
musa