GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

NASCIDA DAS ÁGUAS

Em suave leito metalizado
Flor d’água de todos meus fluidos
De cada orgasmo provocado
Faço-me rio imenso de sentidos
Ao desejo invocado
De prazeres tidos
Em pecado

Ergo-me das águas azuis prateadas
Das minhas mãos incendiadas
Faço-me fogo ardente
Anjo imponente
De asas chamas
Surpreendente
Sentido
Luz

Água com que proclamas
Orgasmos plurais
Que seduz
Punhais
Em mim
Arder
Fim


Transcendente transparecer
A cada toque incendiado
Por imaginado querubim
Desse clitórico fogo
Em gozo ritmado
Quase um jogo
Mais e mais
Quero vir
Sentir

Rios correm desse eclodir
Em tremura convulsão
Insano trépido afluir
Que acalma doce tesão
Escorrendo quente elixir
Da minha mão
Faço-me água sal
Chamas asas brilhante fulgir
De cor tépida natural
Em todo seu esplendor
Quase animal
Em prazer dor
Abranda
Perdura
Venho-me
Mansa
Loucura
musa

domingo, 30 de janeiro de 2011

BANHO DE ESPUMA

Brindamos banho de sentidos
Em morna água de espuma
Como dois loucos perdidos
Que a luz das velas perfuma

Cheiro a rosas canela e jasmim
Água perfumada de loucura
Bebemos vinho doce de cetim
Banho de carinho e de ternura

As velas acesas transparecem o amor
Reflectido no espelho desassossegado
Incontido esse instante húmido calor
Afundamos esse prazer único ousado
musa

sábado, 29 de janeiro de 2011

NINHO TESÃO

Que importa onde teu corpo me ama
Nu selvagem em demorado prazer
Se me possuis no chão ou na cama
Tal é a intensidade do teu querer

Provocas e dominas indómito consentido
E meu corpo amansas qual fêmea em cio
O teu cheio de vontades fraco combalido
Meu doce pequeno ribeiro a querer ser rio

Nas mãos me tomas como a água escorrendo
Da minha pele te sacias em desesperada sede
Bebes meu suor em valados sulcos tremendo
No meio das tuas pernas esse rio se excede

Abafas boca pelos gritos em doidos gemidos
Penetras a alma com teu mastro pulsante
No lugar secreto nos damos como perdidos
Nesse chão improviso me faço tua amante

Sofregamente me entrego em silêncio amor
Ao nosso segredo por nós dois compartido
Dois corpos nus fundidos em frio e calor
Em puro tesão de prazer e paixão sentido
musa

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

MORANGOS COM CHANTILLY

Era só um desejo
Sentir o gume da tua língua afiada
Em humedecido longo beijo
Essa vontade nas tuas papilas tatuada
Boca a boca degustada

Era desejo de morangos suculentos
A escorrer sumo pelos lábios de paixão
Rubros doces carnudos sumarentos
Fazendo escorrer líquidos de delicioso tesão

Era um intenso desejo doce
Que a tua boca lambesse esse néctar escorrido
E do pescoço ao meu ombro fosse
Num arrepio lento e sentido
Suor calor frio agridoce
Quase gemido

Era desejo vontade querer e posse
Em convulsão papilar
E chantilly lhe juntar
Para que fosse
Maior prazer
Ao te comer
Ao te amar

Deixo pelo pescoço escorrer
Esse delicioso chantilly
Em direcção à loucura
Que nessa sobremesa te pedi
E a tua boca procura
Pelo desaguar no meu peito
Escorre rio chantilly como num leito
De margens humedecidas
Elevam-se enrrijecidas
Dedos eu lambo um a um
Na sensualidade endoidecer
Com gosto de morango e desejo
Quase a desfalecer
Com mistura de muito beijo
Tão intenso que senti
E quase me perdi
Como jamais nenhum
Pedaço de homem provei
Em momento algum
Sobremesa sensual
Nunca eu me tentei
Desse gosto natural
Que dessa fruta amei
E doida me deliciei
De gosto especial
musa

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

SABER EU SEI

saber eu sei... e sinto
quanto prazer imaginado
tanto querer ter-te a meu lado
só eu sei... como pressinto
esse teu lado apaixonado
esse teu jeito de safado
que contigo sou e sinto

Saber que há um desejo
perdido entre teus lábios
que no teu olhar antevejo
prolongamento dos teus dedos
secreta quimera de sábios
desvendada à flor da pele
mistério de sensuais segredos
como feitiço olhar de mel
em estranhos medos
feitos de papel

saber que em carícias
sou-te deusa pensamento
pele de muitas delicias
teu contentamento
musa dos teus sentidos
mulher dos teus desejos
dona dos teus caprichos
eloquentes pervertidos
em abraços húmidos beijos
na sensualidade tida
desse querer-te consentida
em intemporal espera
meiga sedução
de prazer sentida
por todo meu corpo
aumenta desespera
de amor
paixão
e vida
musa

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

PELE MAÇA

É pecado
A pele arrepiada
Com gosto a maça
Pedindo a tua boca
Logo pela manhã

A pele ainda quente
Da cama suada
Que o corpo ainda sente
Da maça trincada

Cada poro tido
Do gosto proibido
Terno sentido
Polme suculento
Meigo doce lento
Desse penetrar
Na maça trincar
Suaves dentadas
Loucas ousadas
De beijos roubar
Pele maça
Pela manhã
musa

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

PELE DE CHUVA

Sou nas tuas mãos
Humedecida
Gota de água
Sentida

Sou na tua boca
Cristal orvalhado
Pingos de chuva
Suor pingado
Provoca
Dilúvio

Sou pele de chuva fria
Nas tuas mãos calor
Ardente alquimia
Desejo amor
Calmaria
Torrente
Liquida
Crescente
Condensação
Vapor
Diluente
Sedução
Eminente
Tremor
Tesão


Sou chuva quente
Mel ambrosia
Húmida euforia
Pele poesia
Afluente

Dos teus sentidos
Na tua pele molhada
No teu sagrado tesão
Na minha pele provocada
Sou fogo água paixão
Sou chuva de peito
Sou desvario
Sou magma
Margens do rio
Invadindo leito
Corro devagar
Corro lentamente
Corro sem pressa
Deixo-me levar
Muito docemente
Como quem atravessa
Pingos de chuva
E não se molha

Sou essa flor
Que a chuva desfolha
Pétala a pétala
Onde a água pinga
Teu amor
Desnuda-me
Um orgasmo vinga
À chuva da nossa pele
Em salgado doce mel
musa

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

FAZ AMOR COMIGO

leva-me para casa
entra dentro de mim
invade-me a carne
loucura frenesim
que por dentro me arde
habitada de ti
tudo me invade
é fogo tesão louca paixão
sentir-te por dentro a morar
em sedução me enamorar
e meu corpo desbaratar
arrombada consenti
entre quatro paredes te senti
falo incontrolável de prazer
em aconchego te prometi
morada aberta teu viver
moras-me caiada de leito
lar braseiro humedecido
das varandas do peito
tombam floreiras dum só sentido
ardem brasas na minha lareira
e tu aqueces tuas mãos desejosas
moras-me num lugar altaneira
cercada de heras e rosas
num perfume inebriante
entonteces-me com gemidos
sinto-me a porta amante
por onde entram os teus pedidos
de morador apaixonante
em castelos perdidos
dum reino distante
de amor e sentidos
musa

domingo, 23 de janeiro de 2011

NINFA PRAZER

“És linda ninfa ardendo desejos
 Perene és tu, quase deusa tão mulher
 Que Apolo fugidio entre arbustos,
 Observa teu busto desnudo erecto
 Teu corpo frenético oferecido
Que mal respira que tanto treme...
Abraços, ó linda poeta Ana Bárbara.”
         Leuzo de Siqueira

ninfa bravia a sedutora
tão ingénua provocadora

que em cárcere de derme
afunda seus sentidos
dócil usurpadora
de gozo treme
urros gemidos
vertem-se
do olhar
tímido


olhares com sentidos

excitada quase fêmea em cio
deixa rasto do seu cheiro quente
húmida bem molhada quase um rio
é pasto de chamas fogo ardente

e seu olhar efervescente
derrama ejacula tesão
é do prazer afluente
a mais vândala sensação

domável libido enternecida
fecundada embriaguez
é das mãos tão possessiva
que jorra pulsante altivez

em magma verte-se sentida
agora lentamente e outra vez
é fonte inebriante de vida
quase pecado quase insensatez
de dentro multiorgásmica ser
e nesses orgasmos talvez
toda mulher florescer

rios doçura escorre e sente
a cada investida de puro prazer
quase obsceno quase indecente
a ninfa fêmea deixa acontecer
convulsa ardente quase a tremer
de gozo sente selvagem prazer
musa

sábado, 22 de janeiro de 2011

FANTASIA

Esperada sobre a cama
A porta aberta ao desejo
Inócuo tesão se oferece
Teu ferrão reclama
Fogo no beijo
E nas mãos se tece
Doido ensejo

Assim de momentos
Nos fazemos fantasia
Em secretos pensamentos
A começar na escadaria
Frente ao mar revoltado
Águas nos querem beijar
Consumidos em pecado
Em consentido abraçar
Gozamos sentido guardado
Para mais tarde realizar

Puro sexo fantasia dócil amar
Há por dentro vontade de ser
Entre quatro paredes ficar
E deixar acontecer

Quarto de hotel ou motel
Esperam nosso primeiro acto
e não é dança de pés debaixo da mesa
olhares perdidos quase desencontrados
podes crer que é de certeza
dança de sentidos loucos ousados
mãos  trémulas desorientadas
pele com pele em desvario
nossas bocas atrapalhadas
mar enchente fluido cio
teu mastro em húmido rio
tua boca em desassossego
só de poesia me desinquietas
e por dentro me despertas
actriz de sensual enredo

por cima da mesa meu pé te espera
cai o pano do primeiro acto
nesse palco quero ver-te
dentro de mim desespera
esta vontade que exaspera
este querer ter-te
é um facto
musa

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

PÉ ATREVIDO

É essa lua
A mesma lua que nos guia os passos
Ponta dos dois remando a maré
Ponta do pé em longos abraços
Para depois sonhar sedutora
Remos da barca marcando compassos
Águas de sonhos perdidos d’outrora
Notas de vida em húmidos cansaços
A perna nua perdida do tempo
Pé atrevido doce atrevimento
Debaixo da mesa faz o meu perdido
E em carícias provoca sentido

Deixa-me viver
Sonhar
Festinhas no teu pé com o meu
Dá-me esse prazer
Tocar
Ponta do meu pé no teu
E nas entrelinhas
Possas entender
Esse atrevimento
Esse entendimento
Esse entardecer
Deixa-me fazer festinhas
No teu pé com o meu
Deixa acontecer
O que tu não adivinhas
Nem podes saber
musa
http://www.youtube.com/watch?v=gL1PlLKvkIA

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

ABRAÇA-ME

Abraça-me com fúria meiga
Com teu olhar bravio doce
Nessa penetração de tacto
Que entre os dois é já um facto
Queria que de aço fosse
Teu coração de manteiga
Teu sorriso deleite
E no teu regaço eu deite
Meu desassossego por ti
Abraça-me pois já te senti
Secreto nosso encontro
Louco confronto
Pude viver

Abraça-me até não mais poder
Cerrar-te com a força dos dedos
Sentir-te pele com pele
Afagar nossos medos
Choro sal de mel

Abraça-me no aconchego do teu peito
Onde de prazer eu me deito
Porque te quero tanto
E dos olhos húmido pranto
Fica por dentro de alma sentida
Essa força indomável de vida
Que de poesia abraço e canto
musa