Abre-se um sexo obsceno
Em rasgadura no ombro
Num beijo dócil ameno
Loucura húmido escombro
Desfloras-me artéria
E sangro virgindade
Alma matéria
Obscenidade
Arterial
Como gostaria de me encher
Dessa tua energia sensual
E sangrar-te de prazer
Intenso descomunal
Como se o universo
Fosse o teu pescoço
O meu sexo
O meu sexo
Profunda comunhão
Risco esboço
Carne e alma
Louco tesão
Que desse beijo se acalma
Profunda excitação
Ver-te deusa nos olhos
E mulher na tua carne
Paixão de ser
Transparecer
Amar-te até ao amor
Fundido dentro de ti
Sem medo e sem dor
Contigo aprendi
Liberta em fechada ilusão
Para não sofrer
Calar coração
Sem querer
Como eu tanto já te senti
Em secreto sentido
E com as mãos te consenti
Suave gozo desmedido
Demorado imenso
Porque te penso…
E no meu pescoço sinto
Lasciva vontade
Consinto
Lenta penetração
Reciprocidade
Sem pecado
Desejo ousado
Obscenidade
Puro tesão
Duas bocas em suavidade emulsão
Dar-te os beijos que já te escrevi
Amar-te até ao amor estando dentro de ti
No teu ombro cheirar pele do teu pescoço desflorado
Encontrar-te onde não sabes o que procuras procurado
Viver-te de coração livre e alma aberta
Porque dentro de mim algo desperta
E eu fico à espera
Como quem desespera
“tenho saudades tuas, de que me escrevas, de que me sintas… do que ainda não vivi contigo…”
Há entre os dois… não sei que pensar
Talvez um beijo encurralado
Um desejo calado
Posso adivinhar?
…
musa
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