GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

segunda-feira, 28 de junho de 2010

CORPO DE BEIJOS

Num beijo mesclado de serenidade lunar
Alados beijos de asas refrescadas lanço a teus pés
Um matinal beijo perfumado de fresca brisa do mar
Corro de beijos teu corpo nu de lés a lés

Aliso leito onde despido tomaste meu corpo ardente
De beijos surpreendido poro a poro em meu feitiço
A pele humedecida lavraste de língua docemente
Entre os dois fogo aceso num brilho olhar mortiço

Amo a tua boca desses beijos loucos ávidos molhados
As tuas mãos que me tomam em grandeza de emoção
Os nossos sentidos nós loucura tórrida trespassados
Desejo vontade ternura possuídos num eterno tesão

Sabes todos os segredos pele a pele fendido nosso ser
Penetras entranhas vulcão rios de intensa sedução
Levas-me em céus em paraísos em infernos de prazer
Terra amor invades corpo alma em absoluta paixão

Sei que tempo e sentimento unidos estão em laço distante
Sou fugidia como sal tornado doçura num abraço despedida
Sei que feneço voo desapareço deixando triste meu amante
Porque o amor não sobrevive à ternura ausente desta vida
...
musa

terça-feira, 22 de junho de 2010

DESPEDIDA

Os meus dias são feitos dor sentida
Que queima a alma sensível fogo
Dilaceram a carne frágil entorpecida
Casco de barco em braços de lama e lodo
Naufraga fundo todo um ser que clama
“És o meu fogo brando
Que inflama desassossego
Quando desejo se aninha
Em bando de beijos que ergo
Na fenda orvalhada
De sentir…”
Beija como quem ama
e… parte sem se despedir…
Cansada… de um tempo instável
Que não é mais meu
De horas em sentir insaciável
Que teu tempo nunca me prometeu
De dias que me têm no seu sentir
Afasto-me do que inebria meus sentidos
Deixando-me levar deixando-me ir
Levo esses momentos injuriados e feridos
Parto em isolamento por querer
Não por que a nada me sabes
Mas que por cansaço me deixo vencer
Mas por que por dentro me ardes
E possa eu deixar-te inundar-me toda adentro
Ocupando tudo o que há por preencher
Alisas arestas limas traços
Recortas-me de um tempo
Em que largas amarras cordas laços
E eu que de imperfeições sobrevivo
Sem nunca ter estado nos teus braços
Já tanto te amei e já fiz amor contigo
Possas um dia compreender
Esse meu silêncio
Entender
Remetida ao cansaço amordaçado
Até porque gostei de te conhecer
Possas talvez estar ao meu lado
Até porque dos tempos um dia
Eu fiz de tudo por te merecer
Até sempre e sempre faria
Talvez a viuvez dos meus sentidos
Te reencontre de novo em mim
Dos meus olhos lábios tidos
De beijos de mãos que se tocaram
Em desassossego e frenesim
Se prometeram e se apaixonaram
Sem culpa e sem compromisso
Onde tempo parece ter parado
Onde amor sempre foi omisso
E dentro de nós ficou guardado
Para contemplar teu olhar
Esteio da minha alma
Para um nunca mais amar
De ingrata lividez e doce calma
Guardo prado onde nunca estive
Sacio saudade que me fica no peito
Confesso esta paixão que não contive
e… a dizer-te a ter-te…
amei-te do meu jeito

musa

sábado, 12 de junho de 2010

PIÉTA DESEJO


QUERO O TEU CORPO TODO
QUAL PIÉTA DO DESEJO
QUERO TUA NUDEZ
TEU BEIJO
A TEZ
MORENA
LOIRA
BRANCA
ORIENTAL
A BOCA PEQUENA
OLHAR FATAL
AS MÃOS DECALCADAS
NO TEU CORPO VERSO
E O DESEJO IMPRESSO
ESCORRENDO SUOR
DE EXCITAÇÃO
AS CARICIAS PROVOCADAS
DA QUIETUDE O REVERSO
O FRIO E O CALOR
DO TESÃO
TREMER DO TEU CORPO INTEIRO
COLADO AO MEU
AS PELES DESLIZANDO
OS CORPOS SUANDO
EU TUA MUSA
TU MEU COMPANHEIRO
JUNTAMOS TUSA
TINTA DE PENAS
NO MEU TINTEIRO
MOLHAS A PENA
NUM RASGO CERTEIRO
DÓCIL SERENA
DEIXO TE SER
DOS MEUS LÁBIOS POETAS
RIMAS DE ESTROFES SECRETAS
EM VERSOS LOUCURA
QUASE A ENDOIDECER
DE TANTA SECURA
POR NÃO TE TER
musa

quarta-feira, 9 de junho de 2010

POR UMA AUSÊNCIA

(... DIZ-ME QUE NÃO SONHEI... DIZ-ME QUE O CHEIRO DO CIO REGRESSADO...  É PÁTINA DE VELHOS TEMPOS REVIVIDOS NO NOSSO INSTANTE DE ONTEM...)


Na tépida manhã desfalecida
Banhada de ímpar luz astral
Olhar abre-se para a vida
Comunhão carne mental
Desprende-se suave beijo alado
Em fios de tentação vencida
E o sonho encontrado
É a verdade sentida
Apetece-me algo intenso
Arrebatador
Húmido
Apocalíptico
Sentidos em fogo
Voraz
Tão provocador como o sonho
Que acabei de ter contigo
Viver-te
Que tanto me apraz
Querer-te
No nosso abrigo
Dormitava no teu regaço
Amante das névoas de Hipnos
Que segurava o meu cansaço
Tacto afago na plenitude do sentir
Sonhava
Sonho bailando pálpebras a sorrir
Envolvida no teu doce abraço
Diz-me tu…
O que fazias de gatas e de joelhos
Nesse momento sonho
De sentimentos velhos
De que me componho
Explica-me para que eram as velas
E as ameixas
Velha patina de aguarelas
E… sempre as mesmas deixas
Num jogo de sombras
A luz das velas
Iluminava a fenda
Escorrida de néctar
Rubro de ameixas
Num jogo de entra e sai
Sem ensaios e sem emenda
Poder sentir-te
Com todos os cinco sentidos
Sem pedir-te
Sem palavra que ofenda
Sem gestos fingidos
Vieste ao chamado do sexto sentido
E o que me pediste…
De olhar em súplica perdido
Barbara… deita a tua cabeça no meu colo
Impulsivamente respondi não
Chamamento a solo
Violinos que tocam suave paixão
Era o sonho tornado demasiado real
Foi o que sonhei contigo
Sonho intenso descomunal
Deixado transparecer
Sem que desejado fosse
Mas aprisionado contigo
E tu…
Vieste ao meu encontro
Voltando a ser…
O meu eterno e doce
Abrigo…
musa