GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

terça-feira, 22 de junho de 2010

DESPEDIDA

Os meus dias são feitos dor sentida
Que queima a alma sensível fogo
Dilaceram a carne frágil entorpecida
Casco de barco em braços de lama e lodo
Naufraga fundo todo um ser que clama
“És o meu fogo brando
Que inflama desassossego
Quando desejo se aninha
Em bando de beijos que ergo
Na fenda orvalhada
De sentir…”
Beija como quem ama
e… parte sem se despedir…
Cansada… de um tempo instável
Que não é mais meu
De horas em sentir insaciável
Que teu tempo nunca me prometeu
De dias que me têm no seu sentir
Afasto-me do que inebria meus sentidos
Deixando-me levar deixando-me ir
Levo esses momentos injuriados e feridos
Parto em isolamento por querer
Não por que a nada me sabes
Mas que por cansaço me deixo vencer
Mas por que por dentro me ardes
E possa eu deixar-te inundar-me toda adentro
Ocupando tudo o que há por preencher
Alisas arestas limas traços
Recortas-me de um tempo
Em que largas amarras cordas laços
E eu que de imperfeições sobrevivo
Sem nunca ter estado nos teus braços
Já tanto te amei e já fiz amor contigo
Possas um dia compreender
Esse meu silêncio
Entender
Remetida ao cansaço amordaçado
Até porque gostei de te conhecer
Possas talvez estar ao meu lado
Até porque dos tempos um dia
Eu fiz de tudo por te merecer
Até sempre e sempre faria
Talvez a viuvez dos meus sentidos
Te reencontre de novo em mim
Dos meus olhos lábios tidos
De beijos de mãos que se tocaram
Em desassossego e frenesim
Se prometeram e se apaixonaram
Sem culpa e sem compromisso
Onde tempo parece ter parado
Onde amor sempre foi omisso
E dentro de nós ficou guardado
Para contemplar teu olhar
Esteio da minha alma
Para um nunca mais amar
De ingrata lividez e doce calma
Guardo prado onde nunca estive
Sacio saudade que me fica no peito
Confesso esta paixão que não contive
e… a dizer-te a ter-te…
amei-te do meu jeito

musa

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