GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

domingo, 25 de novembro de 2012

SONETO DA LUXURIA


A carne a alma a essência a bruma encantamento
Levanta-se na pele denso nevoeiro luxuria de tesão
Intenso manto cobre das mãos em deslumbramento
Nas pontas dos dedos desponta de vontade iniciação

Demência algoz selvagem crepitar do fogo do vulcão
Há no olhar acesas faúlhas lascivas de libido salpicada
Em cinzas e labaredas fenece incandescente excitação
Caricia a caricia desperta em chamas a doce alvorada

Que euforia alaga de suor calor a pele adormecida
Em sensualidade premente poro a poro inatingível
Na clareira a barca a mão rema nas águas apetecida

Devoram-se no crepitar de sussurros da boca sentida
Trémula provocação da cratera em fogo inacessível
Jorra orgasmos de névoa sobre a mão enfurecida
musa

SENHOR DO TEMPO


Kronos erecto em poesia de sentidos
Toma-me do teu tempo falo insano
Senhor uivando aos meus ouvidos
O tempo em altar gozo profano

Senhor do tempo mágica excitação
Leviandade lascívia em dias loucura
Em horas de desejo e doido tesão
Na ponta dos dedos feitiço procura

Toma-me o tempo quando não és meu
Morro-me no tempo não sendo tua
Sabes o gozo desse azul sentir teu
Quando no tempo me tomas já nua

Senhor do tempo de falo erguido
No rosto contorcido veio vontade
Mãos a língua o olhar verga sentido
A pele brotando húmida sensualidade

Fazes do meu corpo horas de prazer
Dias acalmando tua fome mensal
Anos sussurrando na tua pele o ser
Do jeito que me tomas pureza animal
musa

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

COXA NUA DA NOITE


A coxa nua da noite
Em meia de silêncio e neblina
Estende-se aberta à minha frente
Em sombra secreta escura esquina
Estica-se contorce-se e se ajeita
Como ténue luz sem se ver espreita
Igual prazer que se sente
Quem comigo se deita
E em seda escuridão consente
Afagos de mãos nevoeiro
Trepando este corpo inteiro
Feito noite de todos os sentidos
Em curvas delírios contornos perdidos
Húmidos bafos murmúrios cheiros
Notívaga pele das coxas mansas
Em litania de suave sentir
Corpo lasso de que nunca te cansas
Nele de bruma e beijos avanças
Pelas mãos nuas sem nada te pedir
musa

domingo, 4 de novembro de 2012

POÉTICO ORGASMO

Delira no teu dedo

Poético orgasmo
Lira de segredo
No teu olhar pasmo

Clitóris vibrante
Arfar ofegante
Olhar delirante

Pungente sentir
Êxtase sideral
Convulsivo vir
Limiar do desejo
Afiado punhal
Corta o beijo
Química perfeita
Delirante inspiração
Carne e alma desfeita
Em gume de tesão
Escorre doida excitação
Nos dedos da tua mão

Cavaleiro do prazer
Nos trilhos aprendiz
Sabes como endoidecer
Sabes como fazer-me feliz
Em embriagado gemer
Boca com boca condiz
Na tua mão fazes-me morrer
Nos teus dedos acontecer
Em quadro negro pau de giz
Em húmida tinta escrever
Em arrojado satisfazer
Palavras nuas subtis
Poético orgasmo
Louco prazer
musa