GRÃO DE MALÍCIA

A minha foto
Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

domingo, 23 de dezembro de 2018

MORRER DE PAIXÃO


MORRER DE PAIXÃO
O amor mata-nos
Ignora a aventura
Instante de sonho e loucura
A amante desventura
Aniquila por dentro a sedução
A sedutora vontade de provocar
Seduzindo por palavras ou pelo olhar
Essa intimidade provocação
Porém a incerteza
Se é justo morrer de paixão
Definhar de lágrimas na aspereza
De uma vida de angústia e desilusão
E o terrível compromisso sofredor
De viver um solitário amor
E deixar versos em confissão
De um sentimento não correspondido
De tanta poesia escondida para além dos limites
De um sentir iludido
Um fulgor infinito
Uma lágrima de melancolia
Um grito
Deixar-me dizer se o permites
Será tempo perdido?
A quem importa morrer de paixão sem cumplicidade
Ou viver num sentir escondido
Jurar pela eternidade
Tempo de silêncio e sentido
Juras de amor e de saudade
Uma morte lenta e serena
Tão sincera quanto o poema
...
musa

sábado, 22 de dezembro de 2018

POEMA A DOIS

O POEMA A DOIS

Movia-me nos lençóis
Entre sonhos proibidos
A tua língua, os teus lábios
Em desejos sentidos.

Palpitações localizadas
Enchiam meus tremores
Sensações de carícias
No meu corpo adormecido.

Sempre prazeres sonhados
Contactos quase proibidos
Tua boca absorvendo forte
Alimentanda a minha libido.

Abro os olhos e vejo
Os teus olhos que me olham
Me possuis, é teu
Aquilo que desejas.

Lambes, sugas
Como nunca senti
O prazer que me sufoca
É a vibração da tua força.

Queres beber de mim
Pedes-me com insistência
E eu me derramo
E vejo como te alimentas.

Sem deixares perder nada
Deste licor da vida eterna
Para no fim me soltares
E procurares a minha boca.

E compartilhares a essência.
Prazeres Insanos"

No seio de húmidos lençóis a deslizar
Sonhos proibidos e outras tentações
A língua, lábios, toda a boca a delirar
Desejos, sentidos, excitações

Locais secretos, profundos segredos
Discretos caminhos, tímidos tremores
Detalhes de gozo a seduzir entre os dedos
Na pele gotejando seda de suores

Ah! Esses prazeres de que falas, sonhas, doido querer
Quase libido explodindo, posse, desejo, loucura
A mais dócil e insana tortura
A sufocar vibrante de prazer

Luxúria ou divinal insanidade
Saciada a sede súplica insistência
Essa tão tua vontade intimidade
De compartilhar o grito, "la petite mort", a essência
... a dois…

musa

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

TODO TEU MEU CORPO

TODO TEU MEU CORPO

É o teu meu corpo adormecido
Que tomas entre as tuas mãos vazias
E despes de ausências obscuras e sombrias
Do todo o tempo por ti esquecido 

Por momentos abandonado
Ao sepulcro silêncio da saudade
Como se o presente fora passado
A esquecer na mortalha cumplicidade

Na brancura do leito húmido de prazer
A nudez corporal assim tecida
Na loucura do tear dedo a dedo a endoidecer

É o meu corpo que tomas de vontade 
Morrer em sensual palidez enrubescida  
Num beijo de profunda intimidade
...
musa

POESIA DO AMOR

POESIA DO AMOR

O amor por ti não dói
É dormente
Timidamente consente
Docemente
A mansa angústia
Leve desilusão
Premente

Dor anestesia
A louca melancolia
De insano sentir
Sofrer e permitir
A ténue nostalgia
De assim existir
O sofredor
E a poesia

Ou o meigo amor
Magnanimidade tortura 
Intimidade ternura
O tempo a transpor
Eternidade
Verso cumplicidade
E a transbordar
Doçura
Plena do olhar 
A amar perdidamente
Sem sentido
Como quem se diz da loucura
Insanamente
Adormecido 
...
musa 

DEAMBULAÇÕES


DEAMBULAÇÕES
Deambulo mansamente
Para não me perder
Perdidamente
No equilíbrio das reticências
Armadilhas da memória
Fujo corro pulo
Divagações impaciências
Por entre os silêncios da nossa história
Escuto-te calado
Perdido no tempo
Sem saudade nem glória
Um grito amordaçado
Um beijo por dizer
E o desalento
Um abraço sem querer
De profundo prazer
Violento
"Estar calado
Divagar pelo vazio
Sair temporariamente do tempo
Pensar que não há nada a dizer
Só pra não perder o pé.
Estar calado
Fugir para dentro de um silêncio interior
Navegar um espaço sem chão
Sentir a anestesia
Para não sentir a dor.
JC"
Talvez doa sem fingir
Afastados noutra dimensão
Um amanhecer a refulgir
E o tempo nos tenha aos dois
Entre a luz e a escuridão
Em movimento de sentir
Puro gozo ou paixão
Para depois
Consentir
Saber esperar
Como quem sabe amar
E no silêncio de um verso divagar
Sem nunca desistir
...
musa

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

DE LUZ

DE LUZ

Todo este tempo de espera é sangrar
Rasto de lúmen indecifrável
Abertura
Luz

Sentimento
Quimera
Olhar

A sombra imutável
Prestes a explodir
Branca loucura
Que conduz

Pensamento
Primavera
Provar

O fel das palavras em sentir
Na leitura aberta claridade
Insustentável intimidade
Secreta tortura eternidade
O éter existir
Da vida

Não sei se a felicidade
Já perdida
Ou a encontrar
...
musa

ENTRE OS TEUS BRAÇOS DE NOVO A PRIMAVERA

ENTRE OS TEUS BRAÇOS DE NOVO A PRIMAVERA

A luz sem tempo entardece
Dança sombreando hora a hora
De penumbra a nesga funda se demora
Entreaberta a porta que acontece

Ver-te entrar corço esquivo
No vale furtivo da brancura
A sussurrar um grito um uivo
O canto feitiço da loucura

E o vento da boca a lamber gulosa folhagem
Brisa aragem desassossego do rio
Desejo deserto em infindável viagem

De gozo amor prazer em paciente espera
O vale que há-de ser de luminoso a sombrio
Entre os teus braços de novo a primavera
...
musa