GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

sábado, 21 de julho de 2012

TRINDADE DO SENTIR


Há fumo branco nos meus sentidos
A carne e a alma deliberaram
“Habemus corpus”
E em espirito cativaram
Todo meu sentir

O corpo a alma e os sentidos
Numa trindade comprometidos
Sublimam o ser
De emoção consentidos
Partilham o prazer
De todos os gozos vividos
Que possam acontecer
Em união envolvidos
De sumo viver

Numa prece com sentidos
Ao altar da sensualidade
A pele em oração sagrada
Ora de desejos com saudade
Nessa alma profanada
Pela carne majestade
Entregue à vontade
Sedução intimidade
Cirio aceso fogo brando
E todo um bando
De aves soltas beijos
Pura intensidade
Feita de caricias e desejos
Doida sumptuosidade
Luxuria trindade
Meiga corporalidade
De todo meu ser
Feito prazer
musa

quarta-feira, 11 de julho de 2012

JAM FANTASIA


Para o João… nas tuas mãos sou melodia…
No teu sentir sou Poesia…
Grata pelas mais de 35000 visitas ao Blog musarenascentista

Em teu silenciado olhar
Sopro do teu sentir
Na ponta dos teus dedos
Fazes-me ser mar
Fazes-me vir
Fazes-me suar

Já não há segredos
Nem eu tenho que te pedir
Conheces-me as farsas e os medos
O rosto sério e o sorrir
O sinal para me amar
Sim… sem eu ter que te pedir
Num Jam silenciado
Qual desambiguação
Nosso olhar provocado
Desejo e tesão
Soltamos vontade
Qual improviso
Gozamos felicidade
Perdemos o juízo
Pura sensualidade
Doido sentido
Ouve-se um jazz
Teu meu gemido
Intenso prazer
Imenso desfalecer
Quem de nós dois
Tudo começou
E ainda e depois
Em leve sussurrar
Docemente imaginou
Onde recomeçar
Corpos suados
Jazz emocional
Dedos ritmados
Num acorde sensual
Jam fantasia
Doce melodia
Ternos ousados
Voltamo-nos a vir
Deixamos sair
Sal e mel
De corpos cansados
Suados na pele
Em todos os sentidos
Os mais primitivos
Num Jam de prazer
Morremos a viver
musa

O CIO DA FÊMEA


A lua cheia dentada, a minguar o propósito desconcertado no imenso silêncio que unia os dois em pensamento satisfeito de missão cumprida, no todo seu esplendor emoldurava a escuridão alheia a todos os sentidos. Era o fim da viagem. A incursão furtiva que deixara rasto do cio da fêmea na toalha impregnada de fluidos pingados de intenso tesão saciado na loucura desse querer que assim acontecia sem querer.


Admirava questionar-me sabendo todas as respostas, sentir o auge de todo esse prazer partilhado numa afetividade onde o amor a paixão o encantamento eram apenas fruto da hegemonia potente da sensualidade emanada em suor saliva e sémen, a causa e efeito dessa atração furtiva que esporadicamente unia corpo e alma e sentidos.

A viagem de regresso fazia-se debaixo de um céu de estrelas que não havia, tal o esgotamento provocado à escuridão pela luminosidade dessa enorme lua possante, na continuação imaginada de toda a vontade tomada na pele morena sob a pele de ébano, translúcidos desejos aflorados, os mesmos que sempre aconteciam em preliminares saudosos cortantes surpresos, despertando fomes antigas, seduções mantidas no anonimato secreto do que não era para acontecer mas que a magia da provocação inebriava de tal forma pela cumplicidade permitida que silenciados pensamentos abriam caminho ao encontro fatal de pele e sentidos.

Eram sombras secretas formadas no segredo de silhuetas intimidativas planeadas no mistério primitivo do acasalamento, fêmea e macho em rituais de cio e território.

Na iniciativa dele, intransmissível intimidade, dedos eram convocados ao desfolhar de suaves caricias, roçando felinamente como línguas humedecidas em alisamento do pelo selvagem, na docilidade desse sentir e consentir, pétala a pétala, deslizavam ternurentos na humidade quente que arroxeava o carmesim da mucosa excitada iniciando o rito do desfloramento em provocação da haste masculina, criando desejo quase desespero em intensa penetração, inundando a corola trémula e vibrante, rios de prazer escorriam nas vertentes falanges palpitantes da gruta explosiva de estalactites a pingar de emoção, breves espasmos faiscavam iris escaldantes, num derradeiro afloramento, a fenda compromissada recebia o jato leitoso de polme de estrelas crepitantes, e um rasto de cio impregnava a via láctea que mantida em segredo, iluminava horas insones de um universo solitário em noites de lenta excitação de lembranças nostálgicas, qual macho perdido da humanidade em busca incansável de consolo e satisfação, inspirava o cheiro carnal da fêmea em cio, em noites solitárias.

Nunca te disse. Renovas a cada instante o instinto de vida apaziguado na insatisfação do sentir.

Acordas a fêmea adormecida no limiar dos sentidos e… fazes-me feliz como uma lua renovada.



musa

HÚMIDA EXCITAÇÃO


Quero-te!

Tenho pressa no pensamento
Revejo-me nos teus braços sem tempo
No desalinho dos lençóis molhados
Corpos excitados na volúpia de um beijo
Ainda o mesmo desejo que sinto por dentro
No todo deste querer…

Quero-te!
Na envolvência alucinada desse teu sentir
A carne agarrada na intensidade do prazer
Rostos vincados desejando se vir
E toda a pele em frenético delírio a humedecer
Na convulsão de tremores e gemidos

Quero-te!
Corpos tocados com maestria
Em profusão de sentidos
No olhar a poesia
De desejos pedidos
Em louca fantasia
Incrustado cheiro impregnado no meu
Saliva línguas em suor
Gosto partilhado com o teu
Quando fazemos amor
E a boca sedenta em beijos arrebatados
Meu eterno e carinhoso sedutor
Qual felino ardente desejoso de sua fêmea no cio
Na pele suada e quente faz correr um rio
De voz sussurrada em segredos provocados
Mamilos entumecidos e sexos empapados
Para o êxtase acontecer
Toques caricias mãos deslizantes cheias de malicias
Sem nenhum complexo de nos teus braços me perder
Qualquer enredo ou esquema
Apenas amor e tesão
Misturando odores e orgasmos
Em dócil sedução
Doidos espasmos
Mão na mão
Entrego-me no calor da rigidez do teu poema
Entrego-te toda a minha vontade de te querer
Com volúpia e paixão
Húmida excitação
Sem te ter…
Quero-te!

musa