DÚVIDA
Porque me desassossegas de silêncio
E me renegas de desejo
E não te entregas
Nem te vejo
E contínuas alimentar verso intenso
E sôfrego olhar
Tímido imenso
E deixas poesia de palavras a penetrar
O tempo de sedução
Reticências de ouro e de incenso
Fogo aceso agonia de excitação
Memórias feitas de pele e sentidos
De gozo e de gemidos
Da tua boca e da tua mão
Quando os dois despidos
Fomos prazer e paixão
Partilha dúvida vontade
Na doce intimidade
E a súbita espera de acontecer
Para matar a saudade
E o querer
Ou não
...
musa
Prosa ERÓTICA Poesia SENSUAL "Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência"
GRÃO DE MALÍCIA

- Grão de Malícia
- Miramar, Norte, Portugal
- GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio
quinta-feira, 21 de maio de 2020
quarta-feira, 13 de maio de 2020
QUERER
QUERER
Escrever te é um poema que eu nunca vou terminar...
É um querer outra vez
Uma certeza e um dilema
É um vazio repleto de silêncio a naufragar
Como este tempo cheio de mudez
É um verso sem rimar
Este afastamento permitido
Esta ausência a fazer sentido
Este medo talvez
O desejo adormecido
A embalar a nudez
Do querer escondido
Ambulante
Se é poesia por escrever
Tão crua e tão distante
Súplica de beijos e abraços
Terno e doce gemer
De palavras e cansaços
Loucura ofegante
Meiga doçura de prazer
Íntimo grito a sufocar
Quase endoidecer
Difícil de suportar
Como quem de palavras mate
Quem de amor querendo gozar
"Fiquemos pela poesia
Sonhar corpos nus é agora um dislate
A verdade soa, agora, a verdade
As palavras só nos podem enganar
A dor
Fiquemos, então, pela poesia
A solidão não magoa os ausentes
Aos que sofrem um castigo lógico
Não se atendem os queixumes
Fiquemos, se acreditarmos, na poesia
Talvez o mundo cavalgue o tempo
Como uma onda cavalga a praia
E então
Os sonhos reguem de dourado a terra ressequida."
Um dia,
Tu querendo e eu a querer
Faremos a vida
Acontecer
...
musa
Escrever te é um poema que eu nunca vou terminar...
É um querer outra vez
Uma certeza e um dilema
É um vazio repleto de silêncio a naufragar
Como este tempo cheio de mudez
É um verso sem rimar
Este afastamento permitido
Esta ausência a fazer sentido
Este medo talvez
O desejo adormecido
A embalar a nudez
Do querer escondido
Ambulante
Se é poesia por escrever
Tão crua e tão distante
Súplica de beijos e abraços
Terno e doce gemer
De palavras e cansaços
Loucura ofegante
Meiga doçura de prazer
Íntimo grito a sufocar
Quase endoidecer
Difícil de suportar
Como quem de palavras mate
Quem de amor querendo gozar
"Fiquemos pela poesia
Sonhar corpos nus é agora um dislate
A verdade soa, agora, a verdade
As palavras só nos podem enganar
A dor
Fiquemos, então, pela poesia
A solidão não magoa os ausentes
Aos que sofrem um castigo lógico
Não se atendem os queixumes
Fiquemos, se acreditarmos, na poesia
Talvez o mundo cavalgue o tempo
Como uma onda cavalga a praia
E então
Os sonhos reguem de dourado a terra ressequida."
Um dia,
Tu querendo e eu a querer
Faremos a vida
Acontecer
...
musa
terça-feira, 12 de maio de 2020
QUASE
QUASE
Gaivota de voos ausentes
Num silêncio invisível
Quase incerto
Num silêncio invisível
Quase incerto
No peito quebrado
O íntimo aperto
O último beijo guardado
Tímido discreto
O íntimo aperto
O último beijo guardado
Tímido discreto
Atravessando o deserto
Em dias indiferentes
Num amor imprevisível
Quase secreto
Em dias indiferentes
Num amor imprevisível
Quase secreto
Murmura libido queixume
De voos por acontecer
Em chão de cinzas e lume
E a saudade por arder
De voos por acontecer
Em chão de cinzas e lume
E a saudade por arder
Sussurra de longe chamamento
Desassossego prazer
De penas asas querer
Quase lamento
Desassossego prazer
De penas asas querer
Quase lamento
"Voa
não carregues as palavras não ditas
que te escrevo numa garrafa
porque naufraguei em mim
não carregues as palavras não ditas
que te escrevo numa garrafa
porque naufraguei em mim
Voa
as minhas asas cansadas não acenderão as tuas cinzas
generosas
as minhas asas cansadas não acenderão as tuas cinzas
generosas
Voa
lágrimas salgadas não vão matar a tua sede
lágrimas salgadas não vão matar a tua sede
Voa
um vulcão tem que manter a crosta fresca
para viver."
um vulcão tem que manter a crosta fresca
para viver."
E eu digo:
Na inquietude travessia
Neste sentido estremecer
A alma voa em poesia
Para no teu corpo acontecer
Na inquietude travessia
Neste sentido estremecer
A alma voa em poesia
Para no teu corpo acontecer
Não quero voar...
Só espero aqui
Na minha ilha ausente de ti
...
musa
Na minha ilha ausente de ti
...
musa
segunda-feira, 11 de maio de 2020
QUE É DO AMOR DOS AMANTES
QUE É DO AMOR DOS AMANTES
Como vivem os amantes neste tempo de distanciamento social, de confinamento, reclusão, sem ter de volta um abraço de saudade, um beijo, um dar de mãos, como se não houvesse amanhã.
Um encontro às escondidas. Uma tarde sem hora. Um instante de duas vidas.
Sumário do destino, ou a capacidade de sintética vivência clandestina fruindo da oportunidade de risco ponderado, ou mesmo pisar o risco tomando o pulso da adrenalina, nas rédeas soltas de um universo conspirador.
Não consigo deixar de pensar nos amantes afastados, na dor escondida do ausente amor, agastados nas suas vidas rotineiras, emprestados ao silêncio da responsabilidade civil, de máscaras, luvas e viseiras, o cruel castigo divino sem culpados nem inocentes.
Tempo não existe. Mil perguntas sem resposta, e a mesma dúvida, justiças indiferentes, soluções falidas, repetidas mil vezes sem conta, que ardil sentimento se vive assim, que tumulto toma conta das suas vidas, que amor, afronta, se consome sem chama ou cinza, e o que conta afinal, que tragédia ou drama se imortaliza numa grande paixão, tão surreal destino a descruzar o caminho.
Não deixo de pensar nos amantes afastados, nesta dramática situação, de viver um amor escondido, tristes e cansados, do peso do silêncio e do sentido, a ténue linha da razão, loucura e sensatez, ou a fluidez do delito, o gozo e o grito, a sombra da culpa no humedecido olhar de saudades.
Que amor sobrevive sem intimidades, sem o toque, o beijo, a carícia, o sentir...
"
Revolvido silêncio no mais íntimo tesão
A flor fechada há tanto tempo
Na mais doce e secreta solidão
E um morno fogo de ausente lamento
Sem a poesia de sedução
Apenas a carícia da mão
A lembrar chama da tua boca
O quanto ávida e louca
Provoca excitação
E húmida e quente fazendo tremer
Ardente o corpo de paixão
Em labaredas de prazer
Tremulos os dedos
A provocar
Loucura de querer e a dizer
Conta-me ao ouvido mil segredos
Fogo aceso do teu olhar
E o pénis entesoado
com "vontade de foder"
E tantos os gemidos
A gritar e a ofegar
Incendiando os teus sentidos
O corpo molhado
De um cansaço bom
Nos lábios um róseo tom
Quase arroxeado
Volta e vais ver
Vais sentir
O que é suar e estremer
Se me fizeres vir
...
musa
Como vivem os amantes neste tempo de distanciamento social, de confinamento, reclusão, sem ter de volta um abraço de saudade, um beijo, um dar de mãos, como se não houvesse amanhã.
Um encontro às escondidas. Uma tarde sem hora. Um instante de duas vidas.
Sumário do destino, ou a capacidade de sintética vivência clandestina fruindo da oportunidade de risco ponderado, ou mesmo pisar o risco tomando o pulso da adrenalina, nas rédeas soltas de um universo conspirador.
Não consigo deixar de pensar nos amantes afastados, na dor escondida do ausente amor, agastados nas suas vidas rotineiras, emprestados ao silêncio da responsabilidade civil, de máscaras, luvas e viseiras, o cruel castigo divino sem culpados nem inocentes.
Tempo não existe. Mil perguntas sem resposta, e a mesma dúvida, justiças indiferentes, soluções falidas, repetidas mil vezes sem conta, que ardil sentimento se vive assim, que tumulto toma conta das suas vidas, que amor, afronta, se consome sem chama ou cinza, e o que conta afinal, que tragédia ou drama se imortaliza numa grande paixão, tão surreal destino a descruzar o caminho.
Não deixo de pensar nos amantes afastados, nesta dramática situação, de viver um amor escondido, tristes e cansados, do peso do silêncio e do sentido, a ténue linha da razão, loucura e sensatez, ou a fluidez do delito, o gozo e o grito, a sombra da culpa no humedecido olhar de saudades.
Que amor sobrevive sem intimidades, sem o toque, o beijo, a carícia, o sentir...
"
Revolvido silêncio no mais íntimo tesão
A flor fechada há tanto tempo
Na mais doce e secreta solidão
E um morno fogo de ausente lamento
Sem a poesia de sedução
Apenas a carícia da mão
A lembrar chama da tua boca
O quanto ávida e louca
Provoca excitação
E húmida e quente fazendo tremer
Ardente o corpo de paixão
Em labaredas de prazer
Tremulos os dedos
A provocar
Loucura de querer e a dizer
Conta-me ao ouvido mil segredos
Fogo aceso do teu olhar
E o pénis entesoado
com "vontade de foder"
E tantos os gemidos
A gritar e a ofegar
Incendiando os teus sentidos
O corpo molhado
De um cansaço bom
Nos lábios um róseo tom
Quase arroxeado
Volta e vais ver
Vais sentir
O que é suar e estremer
Se me fizeres vir
...
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