GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

FUSÃO DE DELÍRIOS SENTIDOS


Traz a tarde nas tuas palavras

Incendiando sentidos
Nesta viagem
Iniciando delírios
Aqui perdidos
E na imagem
Pousa tua boca sedenta
Sobre os seios da poesia
Uma aurora abre o corpo
Na tarde louca e lenta
Delirante fim de dia
Nos meus olhos morto
Sem que eu queria
As tuas palavras
Lanhos de desejo
Acolhem sentidos
Marcas púrpuras
De um beijo
Gemidos
Afundo
Tua dor
Na minha
Pele
Abandono

Torpor rasgado
Num veio silencioso
Abandonado
As tuas palavras represálias
Em gume de sentidos
Sémen precioso
Escorre das dálias
Nos jardins proibidos
O chão lodoso
Mostra a carne macilenta
E os meus líquidos do ser
Invadem tarde magenta
Quase a morrer

Essa tua fome teu querer
Está-me nos lábios doce
Mora intenso olhar
Quase a desprender
Como se choro fosse
E eu quisesse amar

Morreria
Por todas essas palavras
De ti sei que sentiria
No sémen da tua alma
No sangue do teu pensar
No grito da tua solidão
As secas flores amargas
Em lodo chão de calma
Por dentro a queimar
Até a exaustão
A tarde alva
De poesia
Solidão 
 ...
Ouço ao longe a ronca
E as horas negras escorraçadas
Na coberta noite amordaçada
Barcos atentos esfriam nas águas geladas
Ouvindo sirene do mar
Na minha cama entorpeço
De sentidos que espiam medo
Mágoas sossego esqueço
Como é tão louco amar
As minhas mãos cerradas
Gritam a pele que toca de ti
A minha boca fechada
Ao teu segredo
Que senti
Por dentro fica-me a vida
Sem a querer por inteiro
Marca como tinteiro
O bico da pena
Escriba

Por dentro invade-me tua manada
Em vagas desassossego frio
Correm pradaria seca agreste
Tentando preencher vazio
Como se fora nada
Como se fora o fim
Ou vento que fizesse
Águas que correm rio
E eu a ti te desse
Teu ser em mim
Escorresse
Vida
Por um
Fio
...
musa

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