Esculpimos
Tacteando
Versos em sentidos
Modelados
Puro desejo cego
Brando toque
Nos lábios gretados
Escorre pó da pedra
Da melhor...em estado bruto imenso
Cegos de vontade presos em delírio
Serpenteamos esses sentidos
Nos braços do silêncio intenso
Nessa escuridão
Contornos em delével silhueta
Humedecendo
Nossa vontade desperta
Em louco martírio
Crescendo
Os dois já rendidos
Querendo
E… ao de leve fumegantes no escuro
Quase brilham… e
espalham seus aromas cavernosos... densos...
... meus lábios caminham sobre os teus sem lhes tocar
de tua entrega o mais doce aroma tendo e lendo
As palavras pousadas como corpos amarras em porto seguro
e tocam-nos, muito ao de leve... com a humidade da
caverna enevoada dançam sombras brilhantes no toque dos teus dedos... esperando
Bandos de gaivotas que da areia levantam em reboada
e então o arrepio quente afunda o doce rasgar e aspiro o
teu ar ...beijos teus olhos abertos em aquário delirante
nossas águas se misturando em lábios e línguas perto dos
meus
dedos percorrem interiores proibidos...um não de
querer... um pára de continuar... num quase vir quase ficar afundo sentidos em
coral de desejo rubro como fogo serpenteando em nossas bocas se incendiando de
lume aceso
da mesma forma com que me tomas em teus abraços
rodopiando sobre leito de sal e doçura quase como fogo preso
tal a loucura que sentimos
nos pedimos
corpos arrebatados em prazer e sedução
inebriados nessa ousada inebriante paixão…
e… deles pinga em
fio escorrendo seivas anunciadas, brutais espasmos em silencio que a noite
toca... e volteia... e volta... das nossas bocas aproximadas em transe dança
quase se tocam num travo de cio tesão expande retesado o teu ventre em fúria
mansa... sentes dormentes os pelitos eriçados e suplicas... sopra-me...
sopra-me ao de leve... muito ao de leve neste tufo ardente ...
língua percorre ventre humido e quente....sentindo um
sabor salgado...deixando humedecido
... cio desejoso fogo sentido de percorrer caminhos mais
estreitos e perigosos
... teu delírio escorrega em fluidos vertidos duma
vontade louca de penetração desejosos de hastear bandeira gotejando desejo
ardente...
e as tuas pernas a levantam e cruzadas sobre mim,
expões... teu bolo de prazer em espasmos me exige sem fim... penetro-te, doce a
principio... depois um pouco mais... como espada em bainha, e fundo te espremo
como se nunca fosses minha... e minha és...
e do reino da vontade sobre teu doce convés faço me
vassala em teu leito ousando prazer desmedido por esse teu querer bravio mar
quase loucura como se de morte fosses ferido pois nobre esse teu chamar desejo
é meu e eu sou tua... em corpo e alma e sentido abandonado…
e te abraçando até aos ossos sinto, teu corpo retesado e
dado numa entrega de sempre e sons fazemos de vento estonteante sussurro... era
isto que eu queria... era isto que buscava... teu corpo em flor demolhado e de
beijos sugado... de amor te entregava doce pecado…
fazes me flor em tua tempestade de pétalas caídas
sou a rosa entregue sem espinhos em botão
de ti sonho sonhos acordados, vividos e no meio da
entrega reconheço este dançar de sempre... esta sincera comoção que te faz
brotar em flor sorrindo e em carícias florindo chegadas e ficares... em teu
leito me espraio descansado como vagas ondulando fortes mares e... doçuras de
pele revolta em quente praia se solta e deixa aninhar e acolhe e nos pedimos...
a musa errante em vestes brancas de cambraia… os dois sentimos... lá longe tu a
olhares… chegamos...
onde partimos...
voltarei e voltamos
para ficares…
…
musa & Carlos
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