GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

ESCULTURAL SENTIDO

Esculpimos
Tacteando
Versos em sentidos
Modelados
Puro desejo cego
Brando toque
Nos lábios gretados
Escorre pó da pedra
Da melhor...em estado bruto imenso
Cegos de vontade presos em delírio
Serpenteamos esses sentidos
Nos braços do silêncio intenso
Nessa escuridão
Contornos em delével silhueta
Humedecendo
Nossa vontade desperta
Em louco martírio
Crescendo
Os dois já rendidos
Querendo

E… ao de leve fumegantes no escuro
Quase brilham…  e espalham seus aromas cavernosos... densos...
... meus lábios caminham sobre os teus sem lhes tocar
de tua entrega o mais doce aroma tendo e lendo

As palavras pousadas como corpos amarras em porto seguro
e tocam-nos, muito ao de leve... com a humidade da caverna enevoada dançam sombras brilhantes no toque dos teus dedos... esperando

Bandos de gaivotas que da areia levantam em reboada
e então o arrepio quente afunda o doce rasgar e aspiro o teu ar ...beijos teus olhos abertos em aquário delirante
nossas águas se misturando em lábios e línguas perto dos meus
dedos percorrem interiores proibidos...um não de querer... um pára de continuar... num quase vir quase ficar afundo sentidos em coral de desejo rubro como fogo serpenteando em nossas bocas se incendiando de lume aceso
da mesma forma com que me tomas em teus abraços rodopiando sobre leito de sal e doçura quase como fogo preso
tal a loucura que sentimos
nos pedimos
corpos arrebatados em prazer e sedução
inebriados nessa ousada inebriante paixão…
e…  deles pinga em fio escorrendo seivas anunciadas, brutais espasmos em silencio que a noite toca... e volteia... e volta... das nossas bocas aproximadas em transe dança quase se tocam num travo de cio tesão expande retesado o teu ventre em fúria mansa... sentes dormentes os pelitos eriçados e suplicas... sopra-me... sopra-me ao de leve... muito ao de leve neste tufo ardente ...
língua percorre ventre humido e quente....sentindo um sabor salgado...deixando humedecido
... cio desejoso fogo sentido de percorrer caminhos mais estreitos e perigosos
... teu delírio escorrega em fluidos vertidos duma vontade louca de penetração desejosos de hastear bandeira gotejando desejo ardente...
e as tuas pernas a levantam e cruzadas sobre mim, expões... teu bolo de prazer em espasmos me exige sem fim... penetro-te, doce a principio... depois um pouco mais... como espada em bainha, e fundo te espremo como se nunca fosses minha... e minha és...
e do reino da vontade sobre teu doce convés faço me vassala em teu leito ousando prazer desmedido por esse teu querer bravio mar quase loucura como se de morte fosses ferido pois nobre esse teu chamar desejo é meu e eu sou tua... em corpo e alma e sentido abandonado…
e te abraçando até aos ossos sinto, teu corpo retesado e dado numa entrega de sempre e sons fazemos de vento estonteante sussurro... era isto que eu queria... era isto que buscava... teu corpo em flor demolhado e de beijos sugado... de amor te entregava doce pecado…
fazes me flor em tua tempestade de pétalas caídas
sou a rosa entregue sem espinhos em botão
de ti sonho sonhos acordados, vividos e no meio da entrega reconheço este dançar de sempre... esta sincera comoção que te faz brotar em flor sorrindo e em carícias florindo chegadas e ficares... em teu leito me espraio descansado como vagas ondulando fortes mares e... doçuras de pele revolta em quente praia se solta e deixa aninhar e acolhe e nos pedimos... a musa errante em vestes brancas de cambraia… os dois sentimos... lá longe tu a olhares… chegamos...
onde partimos...
voltarei e voltamos
para ficares…

musa & Carlos

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