RETALHOS DE FOGO

Há um rio de fogo

Lavrando o sal da pele

Em adoçado sentir

No corpo quente

Colmeia mel

Odor da flor

Por abrir

Sente

Amor

Porque me chama o teu fogo...

Porque me seduz o calor

Que do corpo das tuas palavras emana...

Beijo-te... Porque o desejo...

Pensei que fosse o teu estado natural...

Um fogo que desagua depois entre as tuas coxas quentes... Trementes... Sempre temendo não suportar tanto prazer...

Não é...

Beijo-te aí...

... Incendeias me...

Ficaram por resgatar todos os fogos postos, por palavras e desejos...

SIM...

Queima-me a imaginação,

a ambição de Sentir um dia

o teu Sentir...

De te possuir um dia

Sentindo na pele, nas minhas mãos cheias de ti, no meu mastro erguido por dentro do que És, o teu corpo vibrando ao som forte das tuas palavras...

da memória das palavras seduzidas de fogo, nada foi planeado nada foi desejado nada foi esquecido... o que as palavras nos fizeram... e não são minhas as palavras...

fico sem palavras diante do teu desejo... nada faz sentido e tudo faz sentido...

Sentir é algo que pressinto que "sabes fazer" muito bem...

Se fosse coisa que se "aprendesse", queria que ma ensinasses...

Serias a mestra do meu Sentir, então... E eu o teu mais devoto aprendiz...

Retalhos de fogo ardente

Que o desejo consente

Nos sentidos o bramir

Da eloquente sedução

Tudo o que faz parte do sentir

Sem que nada o possa proibir

Há rios de chamas a correr

Em nós o chamamento do prazer

Atalhos de loucura e excitação

Consentimento amanhecer

Nascente emoção

Reencontro talvez

Ou meiga insensatez

Ou talvez não

...

musa