GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

EMULSÃO DE SENTIDOS

OlharBrilhante — 16:48
e como me  imaginas?
Barbara — 16:48
um sedutor atrevido
Barbara — 16:49
de olhar malandro
Barbara — 16:49
mãos irrequietas

OlharBrilhante — 16:49
tenho um segredo... só seduzo quem quer ser seduzido....
Barbara — 16:49
boa alternativa à conquista sedutora
OlharBrilhante — 16:50
talvez seja até esse o verdadeiro jogo da sedução....
Barbara — 16:50
escudo reflector
Barbara — 16:50
só assim acontece … encandeando esse teu olhar brilhante… o jogo tem sedução
OlharBrilhante — 16:51
não consigo seduzir…  sem ter sido seduzido....

Barbara — 16:51
a sedução é isso
Barbara — 16:52
o resto é…

OlharBrilhante — 16:52
e agora a pergunta, seduzi-te?
Barbara — 16:52
nas palavras sim
Barbara — 16:52
mas sedução de sentidos imaginados também
OlharBrilhante — 16:52
Hummmmmm

Barbara — 16:53
agora falta o palpável
OlharBrilhante — 16:53
fala-me desses sentidos imaginados
Barbara — 16:53
o sumo dos sentidos
OlharBrilhante — 16:53
concordo, falta mesmo
OlharBrilhante — 16:53
explorar os recantos do teu corpo.....

Barbara — 16:54
...Há uma semana que tinha recebido uma mensagem para se encontrar pessoalmente com um desconhecido. Um homem que a seduzia, que a mimava de palavras, que a acariciava de sussurros ao telefone, provocando-a até à exaustão, explorando as suas fraquezas e fantasias de mulher mal amada, só, mas apesar de ser uma sibila, uma profetisa, uma alma muito intuitiva, deixou-se ir, deixou-se conquistar por aquele sedutor desconhecido, ignorando todos os avisos da sua alma protectora. ...

OlharBrilhante — 16:55
a alma tem razões que o mundo não quer ver....

Barbara — 16:55
... Já na sua cama, amou-a loucamente com a sua língua, o seu membro, a sua boca, os seus lábios, sem nunca entregar a sua alma, friamente estampado no seu rosto, coberto pela escuridão da noite, o medo e a vingança, de olhos fechados entregou-se nos braços da mulher musa, sem qualquer sentimento, com todos os seus sentidos atados, sem consentimento e consentido, vibrou os prazeres da carne, pulsante e túrgido, afogado em delírio fulgente, duro como uma pedra, frio como o mármore, onde o preço pago pelo prazer é a dor, o castigo temperando a nudez e o erotismo, a obsessão de ter e de se dar somente por desejo.

OlharBrilhante — 16:56
a volúpia de um momento, se bem que doce....
Barbara — 16:57
As vezes os prazeres dessa volúpia ficam no desassossego do que foi o desejo tido
OlharBrilhante — 16:57
e a alma diz que vale sempre a pena, mesmo que seja para nunca mais...
OlharBrilhante — 16:57
desejo tido, desejo prolongado no tempo?
Barbara — 16:57
consinto... sem culpa nem compromisso
Barbara — 16:57
desejo assumido instante

OlharBrilhante — 17:00
Assim é o desejo... o meu desejo; instantes assumidos, vividos, sofridos, rasgados de dor e paixão... a sofreguidão de tocar teus seios, teus lábios doces, teus lábios salgados... trocar teu sexo pelo meu num espasmo húmido de lava que tudo toca e derrete

Barbara — 17:02
fogo ânsia abrigo última instância castigo e o teu peito moldado no meu como se de lume incendiasses caminho pelas tuas mãos em chamas pela minha pele lavrada desejo em todo teu olhar brilhante

OlharBrilhante — 17:05
Vejo agora e neste instante, as montanhas que são apenas tuas, contidas nas palmas das minhas mãos... olho, sorrio, e toco os seus cumes com os meus dedos com a suave delicadeza das nuvens de algodão doce... ao sabor da brisa ao sabor do meu desejo...

Barbara — 17:09
há fluidos que escorrem no desespero dessas mãos ... planaltos que se curvam aos teus lábios sequiosos de nascentes trémulas de excitação vontades acrescidas na emoção dos espasmos palpáveis dos teus sentidos afogueados acendendo brasas de mim

OlharBrilhante — 17:09
deixa que acenda em ti essas brasas....
Barbara — 17:10
lume ardido pela imaginação...
OlharBrilhante — 17:10
sim....
Barbara — 17:13
a caravana passa... o olhar do Tuaregue desflora aridez cálida no deserto do teu sentir... prazer esvoaça desses olhos brilhando desejo na planura da areia seca... e já o corpo é rio é mar pelas tuas mãos...

OlharBrilhante — 17:14
deixa que meu corpo navegue nas tuas águas serenas balançando nas tuas ondas
Barbara — 17:14
deixo te ser casco em minhas labaredas...
OlharBrilhante — 17:15
meu casco já arde de forma incontrolável....
Barbara — 17:16
humedecida em teu desejo lago de desassossego inundando margens de sentidos sedução...
OlharBrilhante — 17:17
seduziste-me.... apenas resta dizer sim quero-te
Barbara — 17:19
nas minhas águas envolves-te serenamente... buscando profundezas de inimaginável sentir ...
OlharBrilhante — 17:21
sim sim sim

Barbara — 17:22
nessa trilogia de querer surpreendes musa ousada em busca de fogo de palavras para manter acesa tocha de sedução...
OlharBrilhante — 17:24
sim?

Barbara — 17:25
sim ... onde distâncias perdem limites pelas fronteiras escancaradas de corpos vadios em cavalgadas vorazes de prazer partilhado...

Barbara ana diz (18:57):
e... fica dentro de mim...
uma alma poetisa
de mil caras...
vêm morar-me ... poetas
outras musas
outras damas
almas essas secretas
barbara ana diz (18:58):
que já amaram em muitas camas
e... sou eu
dama musa rosa de esquina
ousada atrevida
olhar de menina
vontade consentida
barbara ana diz (18:59):
em abraços desassossego
onde verter o medo
 eu serei emoção
virar de ruas caminhos
outras estradas outros destinos
barbara ana diz (19:00):
mas sempre ... sempre sentada
na mão a pena
o olhar no papel
vontade acorrentada
e da alma que acena
historias de vidas
relatos de cordel
quase nada
barbara ana diz (19:01):
musas consentidas
damas amantes
por mais palavras que escreva
que deixe testemunho dessas almas distantes
nunca há quem as veja
barbara ana diz (19:02):
na mesma estrofe
no mesmo verso
as ditas consonantes
que conjugam o universo
...
sentidos
aqui e agora
instantes

Olhar diz (19:05):
muito belo!... mas a ousadia é só em palavras?

barbara ana diz (19:10):
imagens por palavras somente...

Olhar diz (18:21):
nao sei... cada um sabe de si
as palavras são os ecos da alma... é bem mais ousado ser ousado nas palavras do que nas imagens

barbara ana diz (18:22):
tu mostravas?
bonito o que escreveste
Olhar diz (18:22):
se eu mostrava? depende
barbara ana diz (18:22):
mostrar o quê
...
Olhar diz (18:23):
tu sabes
barbara ana diz (18:23):
não há nada para mostrar
Olhar diz (18:23):
não tenho grandes pudores... acho que os perdi na linha da vida, algures entre uma virgula e uma exclamação.
barbara ana diz (18:24):
tb não
mas gosto do meu recato
da minha intimidade
Olhar diz (18:24):
e sim... muito há para mostrar, apenas depende.

barbara ana diz (18:25):
depende de consentimentos
de vontades
de entendimentos
Olhar diz (18:25):
e cumplicidades, de momentos,
Olhar diz (18:26):
de vontades.... de desejos
barbara ana diz (18:26):
sim
encontro de sentidos
Olhar diz (18:26):
e de pecados mal contidos...
Olhar diz (18:27):
nunca te mostraste? a ninguem?
hora das verdades
barbara ana diz (18:27):
pela web cam?
muito raramente
Olhar diz (18:27):
sim
Olhar diz (18:28):
e como foi
valeu a pena?
barbara ana diz (18:29):
mostrar me como ctg??? certo?
Olhar diz (18:29):
diz-me tu
barbara ana diz (18:29):
nada de nudez e coisa e tal
jamais de la vie

Olhar diz (18:29):
nunca digas nunca
barbara ana diz (18:29):
desfrute virtual nunca

Olhar diz (18:30):
aprendi com sabor amargo a nunca dizer nunca
barbara ana diz (18:31):
tb nunca digo nunca
Olhar diz (18:31):
acabaste de dizer
barbara ana diz (18:31):
mas deixo me levar pelo acontecer
Olhar diz (18:31):
ora
barbara ana diz (18:31):
em principio é nunca
Olhar diz (18:32):
é um principio
pois te chocarei ao dizer que eu já o fiz?
barbara ana diz (18:32):
nada me choca
os actos ficam com quem os pratica
cada um é livre per si
Olhar diz (18:33):
é sim. Foi uma das situações do "eu? Nunca..." e vê bem....
e adorei... isso foi o pior
ou não

barbara ana diz (18:34):
claro que não
se te sentiste correspondido do outro lado
porque não
havendo consentimento
Olhar diz (18:35):
mais do que isso... havia uma avalanche de sentidos e calores... foi num ápice que a distancia foi vencida como pudemos
barbara ana diz (18:36):
as palavras conduzem os sentidos
Olhar diz (18:36):
e olha... mais uma vez os sexos se trocaram entre pixéis coloridos... daqueles que nos fixam olhares e sentidos
Olhar diz (18:37):
e houve a sensação de triunfo... o longe foi tão perto
triunfo
barbara ana diz (18:37):
sim acredito que sim
já uma vez escrevi sobre isso
barbara ana diz (18:38):
imaginando é claro
Olhar diz (18:38):
imaginando é como o fizesses....
por actos e omissões....
barbara ana diz (18:38):
há calor fluidos tensões emulsões…
barbara ana diz (18:39):
ao escrever
Olhar diz (18:39):
e o olhar?
Olhar diz (18:41):
e o ver o peito a arfar no ecrã, e pressentir o endurecer dos mamilos, e ver os lábios retorcendo-se... e talvez quem sabe, o ver desaparecer uma das mãos. Deixar órfão o teclado... fazer notar um vazio com sabor  a doce veneno...
barbara ana diz (18:42):
...
digno dum sedutor...
Olhar diz (18:42):
digno de quem sente cá dentro....
barbara ana diz (18:43):
e sentes bem...
Olhar diz (18:43):
senti sim....
barbara ana diz (18:43):
buscando sempre se encontra
Olhar diz (18:44):
entao irei buscar-te....
barbara ana diz (18:44):
com que sentidos...
Olhar diz (18:44):
os que vierem no vento sul...
barbara ana diz (18:45):
fustigados pela ventania em abraços de brisa marítima
Olhar diz (18:47):
deixa-me ser assim fustigado... pelos teus abraços marítimos
barbara ana diz (18:48):
com que poesia te inundas de ventos assim humedecidos pelas carícias soltas de raios sol afogueado de desejos e vontades
Olhar diz (18:49):
com a poesia do teu olhar, com os versos de teus lábios, com a suprema liberdade do teu sexo
barbara ana diz (18:51):
lavrada sedução solta de palavras em nós me atas de desassossego inebriando sentidos inimagináveis...
Olhar diz (18:52):
pudera eu tocar tua alma Barbara, como se da Musa...
barbara ana diz (18:53):
a musa e a barbara... a barbara e a musa... onde se distanciam pelos sentidos...
Olhar diz (18:55):
pois imagino, em meus mais profundos desejos, amar as duas, entrelaçando os nossos corpos numa sinfonia a 3 tempos
barbara ana diz (18:56):
menage a trois...rsrs
Olhar diz (18:56):
sim!
porque afinal nunca é a dois...

barbara ana diz (19:11):
procuro a palavra exacta para decifrar todo este sentido
só me ocorre uma
de tudo o que tenho para colocar lá no blog
terá o titulo
barbara ana diz (19:12):
TESÃO... emulsão de sentidos...

Olhar diz (19:12):
sim
concordo

barbara ana diz (19:12):
quantos orgasmos da alma numa masturbação de escrita de sentidos
acontecem...
...
Olhar Brilhante versus Musa

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

TUA VOZ

... és a voz delírio consentido em meu entardecer numa nostalgia de vontades em crepúsculo acontecidas... és mansidão dos meus sentidos...
Ouvi tua voz
Senti nela grito
Macho cio
Sexo lavrado
De papilas
Degustado

Tua voz
Murmurando
Gotejava
Flor do corpo
Inflamada
Suspirando
Molhada
Soluçando
Prazer
Deixando 
Acontecer

Voz louca
Roçando
Ouvido
Rouca
Gemido
Profano
Sentido
Mundano
QUERO TE
Tu sabes
Sentes olhar
Vertido azul
Naves
Arqueadas
Norte e sul
Hasteadas
Bandeiras
Desassossego
Sem que tu queiras
Já sinto medo
Perder te
Jamais
Porque ter-te
Nunca é
Demais
musa

HÍMEN LUAR

Hímen luar
Teu feitiço
Embriaga
Escuridão

A lua envolta
Acoplada a vaguear
Pelo céu solta
Nuvens humedecidas
Em danças de sedução
Deixam-se levar
Dissipam-se escurecidas
Pela lua tentação
Quase excitar

Nuvem lua
Corpos céu
Imagem nua
Roubado véu

E os céus encobertos
Ficam negro tesão
Pingos caem secretos
De misteriosa paixão
Por sonhos despertos
Ao hímen roubado
Da noite enluarada
Em pose deitada
 Meu teu corpo enfeitiçado
Molda-se de jeitos fusão
Os dois somos um
E eu sou tua
Num arrebate desejo
Sem pudor algum
De amor consentido
Eclipsamos a lua
Num sentido
Beijo
musa

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

FUSÃO DE DELÍRIOS SENTIDOS


Traz a tarde nas tuas palavras

Incendiando sentidos
Nesta viagem
Iniciando delírios
Aqui perdidos
E na imagem
Pousa tua boca sedenta
Sobre os seios da poesia
Uma aurora abre o corpo
Na tarde louca e lenta
Delirante fim de dia
Nos meus olhos morto
Sem que eu queria
As tuas palavras
Lanhos de desejo
Acolhem sentidos
Marcas púrpuras
De um beijo
Gemidos
Afundo
Tua dor
Na minha
Pele
Abandono

Torpor rasgado
Num veio silencioso
Abandonado
As tuas palavras represálias
Em gume de sentidos
Sémen precioso
Escorre das dálias
Nos jardins proibidos
O chão lodoso
Mostra a carne macilenta
E os meus líquidos do ser
Invadem tarde magenta
Quase a morrer

Essa tua fome teu querer
Está-me nos lábios doce
Mora intenso olhar
Quase a desprender
Como se choro fosse
E eu quisesse amar

Morreria
Por todas essas palavras
De ti sei que sentiria
No sémen da tua alma
No sangue do teu pensar
No grito da tua solidão
As secas flores amargas
Em lodo chão de calma
Por dentro a queimar
Até a exaustão
A tarde alva
De poesia
Solidão 
 ...
Ouço ao longe a ronca
E as horas negras escorraçadas
Na coberta noite amordaçada
Barcos atentos esfriam nas águas geladas
Ouvindo sirene do mar
Na minha cama entorpeço
De sentidos que espiam medo
Mágoas sossego esqueço
Como é tão louco amar
As minhas mãos cerradas
Gritam a pele que toca de ti
A minha boca fechada
Ao teu segredo
Que senti
Por dentro fica-me a vida
Sem a querer por inteiro
Marca como tinteiro
O bico da pena
Escriba

Por dentro invade-me tua manada
Em vagas desassossego frio
Correm pradaria seca agreste
Tentando preencher vazio
Como se fora nada
Como se fora o fim
Ou vento que fizesse
Águas que correm rio
E eu a ti te desse
Teu ser em mim
Escorresse
Vida
Por um
Fio
...
musa

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

PERVERSO ACTO

cada corpo tem a sua magia própria, tem esquinas ocultas que só um novo olhar decifra

vozes que falam à deriva pela virtualidade de brumas estaladas na fantasia de luas fáceis

sentir nas mãos que escrevem a orla em fogo de archotes acesos desejo de porcelana frágil a construir pontes ao avesso de silêncios vontade

essas suadas vontades que se querem sentir eternidade em passos famintos de olhares presos atrás da tela onde se alçam pensamentos coloridos

tela de cores, sentidos atentos, desejos contidos... vontades gémeas

sentires surpreendidos...

sem ponta de começo nem pensares à vista na corda de um fim

será surpresa ou delicado o toque de corares contidos em olhares que se não trocam pela distancia que foge e que se procura

será?...

rubro sentir quanto o rubro colorir da pele enamorada por essas palavras a fruir na sensual permissão contida do instante imaginado surpresa delicada

olhar brilhante que se ocupa das esquinas esmeriladas pela sedução apregoada

será permissão, será instante, será contido, ou simplesmente será imaginação, tanta quanto o desejo forja na volúpia dos sentidos ?
faz de mim a pedra burilada pelo reflexo do teu olhar amaciando na forja fogo do teu desejo incontido a premissa instante imaginada volúpia de insanos sentidos em derrapagem pelas palavras profanas de encanto vontade ousada
...

Olhar Brilhante versus musa

PICANTE SENTIDO

picante sentido 
desprende-se assim de nossas palavras
em segredo dos passos que damos neste chão
de desejos vontades instantes consentidos
em deliciosa volúpia de sedução...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

PECADO DOIRADO


Vislumbra enternecido
Meu sonho de ouro
Num só sentido
Teu tesouro

Escondo segredo
Em húmido leito
Apetecida
Clareira louredo
Bosque meu peito
Penumbra da vida
Louros preceito
Sentida

Do meio das coxas entreabertas
Há mil moedas a brilhar
Mil portas secretas
Deixam vislumbrar
Discretas
O mar

Guardo-te os sentidos
A humedecer nas mãos ardentes
Os orgasmos fingidos
Que tu sempre sentes
Dos meus olhos despidos
Ausentes frios e quentes
Mármore liquido magma ouro
Em tuas mãos deixo acontecer
Faço-me quimera vazadouro
Nas mãos do mago florescer
Como flor aresta dócil tesouro
Lentamente a tumescer

Solitária na minha floresta
Corro de ramo em ramo
Dedos enredados
Limando a aresta
Dos cantos recortados
Qual salto de gamo
Sobressaltado
Por seus gemidos gozados
Em profano pecado

Deitada em gozo doirado
Nas mãos molhadas
O ouro escorrendo
Meu deleite consumado
Vou vertendo
Todo pecado
Doirado
musa

segunda-feira, 19 de julho de 2010

MAÇA PECADO

Atrás das montanhas
Pecado vermelho
Nádegas desejo
Maça na mão
Sedução

Firme aconchego
Carinho leito
Os lábios chego
Num morno beijo
Dado a preceito
A boca ergo
Encosto o peito
Sinto a pele
Suor frio
Aroma a mel
Fluidos rio
Ardente loucura
Oferece pecado
A seda pura
Doce rendado
Rubro tesão
Fruta proibida
Mar emoção
A trincar convida
musa

LUA DE MEL

Há uma lua de mel
Nos teus lábios loucos
Uma falua aprisionada
Onde se negam poucos
Quase mundo na tua boca
Montanha nua coroada
Cratera tesa oca
Quimera nada
Mamilo erecto
Desejo
Dois fios de saliva
Beijo
Selecto
Emoção sentida
Gosto predilecto
Desperto
Onde goza a vida
Há sensualidade
Sedução
Sentir
Há humidade
Tesão
Quase vir
musa

SOMBRA AZUL

Uma sombra azul inflama desejo
Chama de óleos intensos
Começam num beijo
Suores densos

Pujança de sentidos
O corpo erguido teso
Os dois despidos
Desejo preso

Os seios túrgidos possantes
As mãos doces peganhentas
Almas dançantes
Nuas sedentas

A flor ardente
Pede a tua
Haste nubente
Segura a lua

Claridade tesão
Corpos incendiados
Chama paixão
Endiabrados

Fluidos frios
Na pele quente
Esboços sombrios
Docemente
Tentação

Colados sedução
Em carícias loucura
Sexo fusão
Delicia ternura
Comoção

Nas minhas costas doce sentir
Teu mastro guloso crescente
E na tua mão meu quase vir
A flor rio prazer consente
musa

sexta-feira, 16 de julho de 2010

FÊMEA CLARIDADE


A sombra sem rosto
Traz a claridade
Dentro de mim
Sem sombra gosto
Na penumbra azul
Unhas cor carmim
Teço pérolas luz
Em voile tule
Seda seduz
E as mãos nuas
Sobre o peito
Fazem dois sois
Duas luas
Sobre luar leito
Fêmea abandonada
A flor oferecida
Cabelos negros de nada
Entrelaçadas contas da vida
Por dentro obscuridade
Tez imaculada
Nudez obscenidade
Pele acetinada
E a rubra rosa escondida
Humedece
Pela sensualidade
Sentida
No corpo nu endoidece
Prazer flor perdida
Vaidade
Tece
musa

quinta-feira, 1 de julho de 2010

FLAMA AZUL

tenho a flor em chamas azuis entumecidas
lábios que sangram de húmida dor secura
afluxo sangue  às mucosas enraivecidas
de tesão dominado por voltagem loucura

nervuras espasmos em tórrida excitação
uma fome negra a esvair-se sexo vontade
desejo formando cratera lava em ebulição
torrente rio esmegma fluidos ansiedade

margens vulcão acordado em meigo sentir
boca do corpo que se abre de par em par
doces ondas enfurecidas num quase a vir
orvalhados sentidos querendo ser um mar
musa

BOCA AMORA

Lábios negros amoras provocantes
Pétalas púrpura de orquídeas selvagens
Traços boca de contornos insinuantes
Águas loucas em pérfidas voragens

Sangue seco sobre terra de Siena cor
Pintura estalada em agreste moldura
Doces lábios gretados intempérie de dor
Onde tempo rubi brilha estranha loucura

Beijos ensandecidos húmidos sensuais
Exótica flor oferecida em carnudos veios
Pecados imaginados consentidos carnais
Pousados esses lábios vermelhos seios
musa

ASAS

Asas pelos meus sentidos
Insinuam-se na pele tentações
Cada poro estremece de loucos gemidos
Como se corpo nu fosse muro de lamentações

Imaculada em branco recato
Desnuda branda nudez
Termina o seu acto
Pura embriaguez

De joelhos em transe malícia
As asas abertas de olhos fechados
A cabeça pendendo em jeito molicia
Segredos ardentes de penas incendiados
musa