GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

BEIJO (poesia com o João... um deus desconhecido...)

Teu beijo
desperto da noite
veio sussurrar
teu desejo
a escuridão
desflorar
sedução

terna emoção
beijo oferecido
camélia nocturna
perfume sentido
solidão
ave soturna
desprendida
da noite despida
tombada de beijos
aos meus pés

musa vagueia convés
do barco da tua boca
teus lábios molhados
prendem a voz rouca
a dizerem pecados
e eu aqui... já louca
por esse sopro da tua boca
de desejos guardados
como beijos secretos
em segredo despertos
sentidos profanados
olhares sábios repletos
de sentires ousados
teus meus lábios
beijados
...
musa


Tenho as mãos frias
Os passos indecisos pelo passeio
Bate-me o coração de um calor indefinido
Sinto no ar ainda a ressonância inebriante da tua voz

Abres-me a porta e enche-se o ar de ti, esqueço o frio
Se só sinto o calor da tua face, abraço-te
Devolves-me o calor como ao gelo que derrete
Tenho de tocar-te e sobre a roupa

vou moldando uma carícia ainda ansiosa

as tuas mãos esculpindo a minha détente

e as minhas esculpindo-te a pele inteira

Agora a minha boca é já uma paixão que te arrepia
Sorvem-se nossos lábios na sofreguidão mútua que é o nosso segredo – meu amor
Cresce em mim tua pulsão, em ti a minha
E suportamos limites quase dolorosos
Porque sabemos

Que vamos entregar-nos
Tu recebes-me na mais húmida carícia do teu ventre
Eu penetro a mais íntima fronteira com doçura e força

Desejo, fogo, sofreguidão, trémulo arrepio
O meu corpo contra o teu
Eu dentro de ti crescendo
e tu sorvendo-me
(quero o teu orgasmo)
e eu fruindo

e depois não há retorno
respirações, gemidos, gritos
pára o tempo, prolongam-se os instantes, sabemos lá
só existe aquele ponto em que nos entramos quase sem sair
só existem nossos corpos arqueando-se
e já só ouvimos nossos corpos retesando-se
no prazer sem nome nem limites que nos deixa amantes.

Húmido amanhecer

Bate a chuva na janela
Uma carícia
Filtra o dia uma tranquila luz…

Ainda colado a ti acordo
E recordo a tua pele
aveludada
o meu corpo contra o teu
o teu brilhando sobre o meu

Já esta noite o tempo parou
eu dentro de ti jovem e duro
em extasia
tu recebendo-me
na tua casa quente e túrgida
de desejo e fantasia

Ensinas-me a música da luxúria
Apeteces-me mais

Por isso

Beberei por mais um dia todo o teu calor
Sorverei de novo com calma o fragor da tua carne
Penetrarei até ao âmago de ti de peito aberto

De novo com faminto ardor
nossos lábios se procuram e se entregam
Num beijo só percorro a tua boca
o teu pescoço, o teu peito acolhedor
Minhas mãos teus flancos arqueando
O cheiro inebriante do teu ventre
me avassala
e lambo

O teu clítoris generoso e doce
Quero-o…
Quero de novo
fazê-lo
beijá-lo
chupá-lo
sorvê-lo
e tu queres e queres e gemes quero mais

E depois
Vou encontrar-te finalmente, minha amante
O teu calor devora-me os sentidos
E sinto cada instante de ti, cada tremor...

Cai lá fora a chuva acolhedora, nasce o dia
e longamente misturámos nossos fluidos, nossos olhos
meu amor.
...

João

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