GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

quarta-feira, 14 de junho de 2017

PARA TI MEU AMOR


PARA TI MEU AMOR

Cheguei aos teus braços
Com metade da vida já vivida
E muitos sonhos alinhavados
Nas dobras do esquecimento
Raízes em fel enredadas
De uma memória de cansaços
Arrancadas do chão
Em súplica e sofrimento
Palavras de uma escrita antiga
Gravadas no memorial do tempo
Velhos despojos de pedras tombadas
A tangível luz quebrada na cintilação
Talvez no teu olhar escondida
A pedra basilar da excitação
Uma arqueologia carnal perdida
Ou somente as mãos cansadas
De como eu sombra a vaguear
À procura de um peito aberto
Um corpo inteiro por sentir
Um jardim meigo e secreto
Onde o amor possa existir
...
musa

MÃOS QUE FALAM

MÃOS QUE FALAM

As tuas mãos falam
Na vez da voz do teu silêncio 
Rompem na pele anseio e sentir
Sussurram as pontas dos dedos
Contam de inquietos segredos
Desabrocham a rosa a querer florir
As tuas mãos são palavras vivas
São gemidos semeados em chão de sentidos
São mãos irrequietas e furtivas
Roubando orgasmos e bramidos
São quentes e impulsivas
Declarações secretas de amor
E de louca intimidade
São ternurentas e atrevidas
Conduzem a boca ao odor
Em loucura e cumplicidade
Em gosto gozo sabor
Por caminhos de saudade
Vadiam em silente pensamento
E silenciosas conversas
De paixão e entendimento
Falam a linguagem das promessas
O dialecto do sentimento
...
musa

AGORA

AGORA

Esta vontade
Que chega do nada
Explosão de sentir
Agora saudade
A pele guardada
De fluidos sentidos odores
De gozo querer fruir
A essência inquieta aveludada
De gestos movimentos torpores
Como torre a ruir
Lagrimas em escombros
E o infinito dos teus ombros
Das mãos e dos cansaços
A ausência dos teus abraços
A dar sentido à nulidade
De um zero maior
Como se a preencher todos os espaços
Coubesse a intimidade
Do nosso amor
E fingimos amar pelos dois
No agora e depois
...
musa

terça-feira, 6 de junho de 2017

VEM À TERÇA-FEIRA

VEM  À TERÇA-FEIRA


Vem à terça-feira despir-me a alma
Para vestir-me de sentir


Furtivo fauno do génesis e da memória
A caçar ostras no mar fundo do olhar
Num estremecer de tanto vir
Profundo desejo de mil cervos cativos
As mãos a condecorar de amor e glória
A honrar encanto e porvir
Como mil gazelas a cavalgar as ancas
A hastear gozos e a arfar em vagidos
Orgasmos a cavalgar de crinas brancas
Os olhos a cintilar de tão humedecidos


E o rosto exausto e abandonado
E todo corpo arqueado
Seios entumecidos


No vale esquecido o rio a correr
Como no calendário de todas as terças-feiras
Águas tumultuosas de líquido endoidecer
Chama acesa de todas as fogueiras
Vem à terça-feira por querer
Os olhos em fogo oferecidos
De combustão e de prazer
De excitação e de gemidos
De pulsão e de sentidos
musa

terça-feira, 25 de abril de 2017

ÍNTIMA LIBERDADE

ÍNTIMA LIBERDADE

Adivinhando dois Cravos querendo
Dividir em que fica o amor à liberdade
Dois seios nos olhos do desejo crescendo
Como se o verso fosse a mão tocando intimidade

Discreto o decote rubro gozo escondendo
Segredos em duplicado e doido sentido
Que a boca já o tem como prometido
A língua em círculos a flor lambendo

Que a poesia do olhar rima com excitação
E a liberdade quer-se poema com algum prazer
Poder-se escrever com os olhos da mão

Dois Cravos de liberdade em loucura sensual
A encarnada saudade do seduzido viver
A livre intimidade tão louca tão carnal
musa 

sexta-feira, 31 de março de 2017

AONDE VOA O PENSAMENTO

AONDE VOA O PENSAMENTO

Dar-lhe-ia umas asas
Se ele quisesse ir mais longe
Nas memórias ternurentas que ficam a esvoaçar
Perto da alma aonde têm lugar
Os abraços sentidos
Os olhos humedecidos
Quando a relembrar
Penso em ti

A tua voz cântico do meu silêncio nas veias a correr
Um rio de riso aonde me fazes aprender
Velhas canções e sonhos antigos
E voamos a pele de prazer
Resgatamos corpos da saudade
E paramos o tempo
A cada segundo de intimidade
Ficamos mais perto
Em pensamento

A insustentável leveza da sensível utopia de viver
Magnânimo infinito secreto
Aonde aprendemos a ser
Palavras de um único verso
O poema de querer
O mais pequeno da poesia
Que ao ouvido se possa escrever
Talvez um dia
Eu ouça dizer
AMO-TE
...
musa

quarta-feira, 29 de março de 2017

TUA FOME

TUA FOME (28 Março)

Alimentas-me de amor
Como se a terra inteira
Fosse a fome
Geograficamente cartografada
Na imensidão a canseira
De norte a sul caminhada
Intimamente
E o sol o garanhão
O galope e o furor
A pele acetinada
O fogo a encobrir
A doce excitação
O torpor
E para lá do horizonte
A luminosidade a tingir
A silhueta do esplendor
Onde dorme
A fonte
O orvalho a cair
Na mão fechada
Sacias a tua sede de poesia
E todo o sentir
Na boca o entardecer
No olhar a melancolia
Na claridade o amanhecer
O alimento fantasia
Em chão de prazer
Um instante do dia
...
musa

segunda-feira, 27 de março de 2017

DO SILÊNCIO PRETERIDO

DO SILÊNCIO PRETERIDO

Rasga-me a carne
Que outrora amaste
Com uma só mão
A abrir porosidade
O suspirar desgaste
Do silêncio preterido
Os sulcos da excitação
O veio do gemido
Da boca a saudade
A intuição do sentido
O segurar da haste
O fluido intimidade
O gozo da liberdade
A pedra nua em flor
A louca cumplicidade
O prazer talhado amor
E o tanto que baste
Sermos silenciosamente
Tão perto como distantes
Ou tão somente amantes
Apaixonadamente
musa

domingo, 26 de março de 2017

CÓPULA

CÓPULA

Tão somente
Fundir-se
Corpo e mente
E o instinto afecto
O sentir secreto
Dividir-se
A matemática da fruição
Soma da excitação
Algo em subtração
Vir-se
Homo erecto
Adição
Em sono profundo
Sentir-se
Átomo do mundo
Tesão
Somar
Subtrair
Multiplicar
Dividir
Tão só copular
Para existir
...

musa

sábado, 25 de março de 2017

INVADIR-TE

ao Rb…

INVADIR-TE

Foi bom ter-te reencontrado agora
Lembrar as loucuras que já vivemos
Sentir que ainda nos queremos
Sem pressa sem demora
Ocupar o teu olhar
Sem hora

E o fogo mel da tua boca a derreter
Da vontade e do desejo
Enternecido o beijo
Íntimo prazer

Recordar as mãos que já foram dadas
Beijar o corpo na intimidade
E as línguas entrelaçadas
A matar a saudade

A pele dos sentidos em ávido suor
O sexo humedecido excitação
Relembrar que já fizemos o amor
Entrega ternura química paixão

E a cega necessidade de invasão
Quereres de novo invadir-me
Ou tão somente possuir-me
Por doçura e sedução
musa

quarta-feira, 15 de março de 2017

TALVEZ

TALVEZ

Talvez não ame
Outro corpo que não o teu
E nomei as coisas banais
Em gestos loucos de querer
Dos lábios com que declame
Versos que levam ao céu
Estrofes excitantes e carnais
Num poema de prazer
Gélido calor
Ah… e a intensidade
Talvez a síntese do amor
Do olhar a sensualidade
Que faça endoidecer
O gozo áspero das veias
O rubor do sexo humedecido
O íntimo estremecer
A pele que incendeias
O ardor do sentido
O sorriso
O gemido
Talvez o fluido
Uma goticula a escorrer
A prova do talvez
Do que se há-de fazer
A cumplicidade nudez
Entre os lençóis a brancura
Das mãos à estranha loucura
Do silêncio dos porquês
Que fazemos acontecer
musa

segunda-feira, 13 de março de 2017

AMBOS

AMBOS

Anoitecemos ambos
Ungidos de sombras cruas
Formas de luz
A alvura do pano seda
A vestir as mãos nuas
Luminosidade que seduz
Fogo labareda
A incendiar
A noite

A cama o fim da noite
Súplica estendida
Dobras a cintilar
Esmaecida
A brilhar
Cetim

Noite algodão
Engelhada ternura
Carmesim loucura
Carnal em mim
Noctívaga ensombração
No leito candura
Escuridão
Sem fim
musa 

domingo, 12 de março de 2017

EUFORIA

A minha mão
No teu sentir
Escondidos os sentidos

Vontade a cumprir 
Sentimos desejo
Harmonia 
A doce sensação de existir
Profanos gemidos
A excitação do beijo
Ao gozo rendidos

Sintonia 
Tremulo endurecer
O súbito prazer
A libido euforia
Secreto querer
A louca tentação
Em fogo magia
Divinais segredos
Sensuais os dedos
Amor paixão
Ensinam a húmida poesia
...
musa

sábado, 11 de março de 2017

FOGOSIDADE

FOGOSIDADE

Há nas memórias
Um jeito antigo de te cativar
Um caminho pelo teu olhar
Onde deixamos algumas histórias
Por terminar

Atrás do tempo num espelho
Vestida nua de vermelho
De cetim a vibrar
Em sedução

A viva fogosidade
Do tecido a roçar
Temperamental intimidade
Carnal sensualidade
Pura excitação
Doido ofegar
Da pele e mão
Ao prazer

Do beijo ao querer
Sentir desejo
Estremecer
Loucura

Rubra tortura
Da flor fogosa
Húmida rosa
Apetecida

Convida
musa 

quarta-feira, 8 de março de 2017

MULHER

MULHER

Eu sou a Mulher
Inspiradora
Sensível
Sonhadora
Sensual
A mulher carnal
Templo desejo
A mulher virtual
Sentir ensejo
Intimidade
Sedução
Passional
Tentação
Mulher poesia
Em floração
Melancolia
Orgasmo flor
Humidade
Altar amor
Cumplicidade
Gemido
Gozação
Sentido
Paixão
musa

terça-feira, 7 de março de 2017

GOZO PERDIDO

GOZO PERDIDO

Na ponta dos dedos
Soletrar o verbo vir
Manejar a língua como um sabre
Como quem as pernas abre
Ao prazer de sentir
E de querer a existir
A endoidecer queima e arde
O fogo e a loucura
A doce tortura
Da excitação
Do poder da mão
O corpo todo a estremecer
Húmido carnal
E de beijos derreter
O desejo metal
Duro e latejante
A fogueira do sentido
O rumo perdido excitante
Da dança do amor
O tímido amante
Secreto escondido
Discreto rendido
Ao beijo esplendor
Do gozo entumecido
...
musa