GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

domingo, 24 de outubro de 2010

MEHENDI

Mehendi
As tuas mãos tatuadas
De sentidos a henna
Brincam arabescos
No bico da pena
Os pés adornados
Enfeitiçados
Suave pintura
Quase loucura
Deslumbram-se sentidos
Na pele lavrada
Em riscos furtivos
Sedução
Transcendental
Transformada
Paixão
Desenhada
Natural
Mística
Hindu
musa

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

NEGRA LINGERIE

Sou negra concha em teu peito de fogo
Sinto teu desejo a roçar a pele de renda
Guipure de preta seda lança fios do jogo
Para que nessa teia eu me seduza e renda

Encostada ao teu peito em verso ardente
Na humidade branda do suor adocicado
Sinto a brandura da pele rudeza quente
A trespassar-me teu dócil louco pecado

Impetuosa vontade aflora teu falo obsceno
De costas coladas eu sinto-lhe suave latejar
Desliza por entre negra renda fluido veneno
Loucura fetiche gozo desejo doce palpitar

Pernoito corpo alvorada em dolente excitação
O teu mumificado em desesperada intimidade
De costas lhe sinto pressa nobreza penetração
Na entrega carne poética vibrando leviandade

Imploram nossos sentidos na afável sedução
Teu meu capricho delírio em busca de prazer
Ah!... como eu te sinto sim desejo duro tesão
A desflorar negra renda na pele a endoidecer
musa

SEARA ÂNSIA

São parcas as palavras 
nesta distancia de volúpia antiga
Querer seara ânsia 
em flor num fogo de Agosto
Tocar a tua pele dorida 
com a lança de uma espiga
Beber do teu suor 
qual morno ardente mosto
Amar-te entre cheiros silvestres 
papoilas trigo e 
o encantamento das cigarras
Despir diante de ti minhas vestes e 
entregar-me na ânsia das tuas garras
Gato selvagem rompendo ondulante
Por entre o trigo queimado 
de tórrido sol amante
Delirante caça atrevida 
em labirinto fechado
Entre a morte e a vida
Caçando a presa amedrontada
Inquietantemente seguida
Num campo de trigo 
e de joio entrelaçado
Encurralada na seara alta e loira 
de ponta em espiga 
é papoila em flor
Cada ramo maduro é viga 
haste que sustenta esse amor
Delimita seu chão em cio duro 
que afasta a presa apaixonada
Deixando seu odor correndo 
como um rio na terra rasgada
Sagrado vaza da sua fonte a ferver
Excitada inflamada agitada
Mel de entranhas por prazer
De mil desejos cruxificada
Até morrer
Entregue aos gemidos 
extenuantes de acre e fel
Abrindo seu monte 
em espasmos perdidos
Abandonada
Seara dossel
Eis que no encontro fatal 
toda a seara se agita
Em sussurros sentidos
E desse grito imortal 
a fera em seus braços se fica
Nesses momentos vividos
De fel e mel
fulcral
...
musa

FAZ-ME SENTIR MUSA

fazes-me sentir musa envolta em bruma de pensamentos exóticos a querer ser clareira misteriosa deusa de momentos ao teu lado de todo o universo de teus abraços sentir-me louca e transtornada pelas tuas caricias primitivas de anjo do pecado levando-me para o inferno do desejo na selva de todas as constelações de todas as vontades consentidas...


... e a roçar a indecência de toda a porosidade etérea das lamurias de mago Apolo nos teus lábios um beijo por profanar o teu corpo túmulo por abrir e aí me quero deitar de afago carente entregue ao teu sangue quente e ao teu sexo possante e escravo da flor do meu corpo delirante...


...e meiga a mais dócil de todas as musas secreta e confidente pitonisa a exalar da fleuma inebriante deixar-te mel na tua pele deixar-te estonteante perfume de rosmaninho ao morder-te a orelha e ver teu semblante atormentado com tanto carinho levar-te ao céu e já teu corpo suado a pedir não... continuar a amar-te no desespero de tanta saudade sentida desse teu ser antigo que já foi meu por paixão por prazer numa outra vida...


...porque és um perigo que desflora a minha alma quero ser atormentada de raios rasgando esse firmamento onde me queres loucura e contentamento prenhe de tanta sedução no azul frenético do meu olhar de muitas mulheres a roçar a banalidade em mim deixar-me penetrar por falo de cetim que procura caminho por entre a tempestade no meio de fria chuva dilúvio de excitação quando tocas meu seio arminho e escorregas na senda vazia até ao meio de toda a minha vontade fazendo brotar em convulsão nascente húmida em privada propriedade...
...
musa

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

PRECE CIO


“Quero descobrir esses caminhos secretos, invadir teus pensamentos, partilhar essa excitação e matar a saudade numa cama… Contigo!”


... quero-te louca poesia pele com pele... aos sussurros doces excitação prazer paixão...


"Peles suadas unidas num só corpo... com gemidos de paixão e de prazer... dois corpos unidos na busca de um orgasmo explosivo..."


... quero-te na excitação do verso desflorado com a magnânima vontade consentida de prece cio aos meus pés ajoelhado em oração de prazer...


" De joelhos... de pé... deitados... Quero-te de todas as formas... Quero te dar toda a minha intimidade... Todo o meu sémen..."


De joelhos
veneras
altar de pele
ajoelhado
esperas
condenado
favo de mel
adocicado cio
provocas rio
ensandecido
gozas comigo
louco perdido
em meu abrigo
altar sedução
quase castigo
explode excitação
morre teu beijo
em meu desejo
consentido
musa

terça-feira, 19 de outubro de 2010

BANHO DE FOGO


Pego fogo na água quente
Incendeio as mãos na tua pele
Que em chamas consente
Meu doce mel

Sente
Corpo molhado
Gozo provocado
Odor marcado
Delira

Acordes de pele molhada
Gotículas de doce água salgada
Em sons de beijos de lira
Trilho nas águas incendiadas
As nossas mãos dominadas
Deixo a água cair sobre ti
E saboreio-te com a minha língua
E a arder já senti
Essa chama mingua
Que de fogo liquido em chamas
Me provocas e me amas
A tua língua percorre
Todo meu corpo húmido ardente
E na flor do corpo se morre
Por prazer consente
Banho de fogo
Água
Chamas
musa

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

BICO DE PALAVRAS


Enlace
disfarce
solicitude
extravagancia
virtude
elegância
esgrimida nos sentidos
em punho erguidos
gestos precisos
dança de corpos
contornos indecisos
momentos mortos
arestas limadas
frentes desejadas
esquinas desfeitas
formas eleitas
volume denso
desejo intenso
olhar grosseiro
teu travesseiro
deito a alma
carne esgotada
mão cansada
serena calma
deixo-me ser
acontecer
quase vir
sentir
emoção
tesão
paixão
desistir
ilusão
musa


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

ENLACE

Enlace
Disfarce
Segredo
Degredo
Corpos
Aquecendo
Ardendo
Branco negro
Cumplicidade
Vontade
Encaixe perfeito
Nesse tão a jeito
Fundem-se dois
E depois
Prazer
Verter
Ter
Orgasmos
Espasmos
A eito
Começar no peito
Pescoço mordido
Amor consentido
Sentados no leito
Deixar vir
Sentir
Pedir mais
Beijos colossais
Preliminares ardentes
Actos fatais
Sedução
Consentes
Paixão
Fervor
Emoção
Amor
musa