Sei que
vens
Como
a chuva humedecida
Na terra
trémula do sentir
Sei que
vens
No cio
desgrenhado das árvores despidas
O chão
verde saciado de chuva apetecida
Em grossas
gotas orvalhadas prestes a cair
Sei que
vens
Sinto-me
assim em ti perdida
As mãos
com antigas saudades sentidas
Sem nunca
de ti ter que me despedir
Quente
ardente de um prazer esperado
Sei que
vens
Com todo
esse sentir de gozo guardado
Deixando
acontecer nascer fluir
Da chuva
molhando cio provocado
A terra
seca da pele em tesão
Humedecendo
de excitação
Sei que
vens
Já sinto
o cheiro da terra molhada
O ar
aromatizado do teu odor
Nuvens
de caricias da tua mão
O céu
despertado de sabor
Num degustar
de beijos
Na fome
de todos os desejos
Sei que
vens
Saciados
sentidos de louco amor
Deixamo-nos
perdidos em cama de segredo
Somos
água e terra fundida de vontade
Brisa
de folhas sussurradas a medo
Por gotas
de chuva caindo em sensualidade
Num manto
escurecido de alva ternura
Prazer
esperado de insaciável loucura
Sei que
vens
Provocando
diluvio e sol no meu ser
Entranhas
da terra formando um rio
A cada
confronto fazendo-me vir e vir
Deixando
escorrer todo meu cio
Desabrochando
de imenso prazer
Fazendo-me
ser e sentir
Num intenso
tesão
Sentida
emoção
…
musa
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