GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

SAL NA PELE


Secarei todas as salinas da tua pele... poro a poro
Rompidas neblinas de beijos proibidos
Jogos escondidos de olhares e mãos
Por entre eflúvios almiscarados...
Néctares pluviosos de odores perdidos
Húmidos quereres provocados
Enchentes de sentidos
Transparências opacas
E rubores inflamados
No seio de vontades inconsequentes
Ousados sussurros
E atrevidos toques
Molhados e quentes
Deleite que provoques
Entre avanços nervosos e recuos tímidos
Misterioso sentir
Cerram-se os olhos
Num longo repartir
Perante novas descobertas
Abrem-se os suspiros
Voluptuosas névoas secretas
Delírios de uma lua nova no céu da tua boca
Constelação de sentires no teu regaço
Palpitar de desejos profanos
Um universo de emoções
E músculos entumecidos insanos
Movimentos traiçoeiros de monções
À nossa flor da pele dos sentidos
Dedos que parecem percorrer um mapa
Fazem correr rios invertebrados
As minhas mãos nas rotas do teu corpo
Fogem e escorregam loucos e apressados
Tato de pontos cardeais em movimento
Loucuras perdidas entre belas colinas
Escarpas assoreadas de meiga humidade
Escorrem e fluem nervosas até esse vale
Dançam no sal da tua pele levantando crinas
Sombras abraçadas em sopros de vento
Brisas geradas entre delicados tremores
Agitam o pensamento
A terra treme de amor
O tempo urge
Céus em diluvio
Paixões em uníssono
Acende-se o fogo
Ardor sem dor
Ardem lágrimas de contentamento
Esplendor dos sentidos
Cume do sentir
Chama do lamento
Pináculo do indizível
Templo das palavras
Bonança que assoma
Sensualidade que se estende
Desejo que assim se deita...
Rumos desencontrados
Esvaziar que a tudo enche
Vórtice que tudo engole
E alma que enfim descansa
Caminhamos...
Sem dar um passo
E o que haverá do outro lado
Paz... e…
Gosto do mistério
Daquele que ainda nada sei
Mas sinto
Que de mim já tudo sabe
Sentindo
Tudo pode acontecer
Eu sinto
Fome
Palavra traiçoeira
Tudo tem um recomeço
Se as forças não faltarem
Que nada te falte
Uma caricia
Ou um bife
Acho que vais escolher o bife
Saciariam os meus anseios
Sou telepata
Esqueceste
Sou um romântico
Uma aventureira
Esqueci por breves instantes...
Lembro todo instante
Confesso que o bife demorará mais a chegar onde a caricia se instala
Fecha os olhos... e sente...
Uma mão ateia o teu rosto ensinando caminho ao sentir
Fogueira que se acende num dedo que caminha no contorno do teu perfil
Só um?
Chama que se apaga na humidade dos teus lábios
Talvez nasçam outros perdidos no salivar da emotiva conquista
Não faleis em salivar
Dona dos meus apetites
Que nos perdeis aos dois
Quanto palpita o teu coração
Deixas-te ir no galope dessa revelação
Palpita mais o estomago
Dou-te assim tanta fome
Aqui estivesses assim saberias
Instintos fatais
Poço de segredos
Dias não são dias
Fome esganada
Vai comer homem
Nem Bocage foi tão claro
Como? Se me tirais a comida do prato!
Sacias me de riso acordas outras fomes
És duro de roer
Pois com os olhos não se aquieta o palato...
Nunca pelo prazer da carne se saciou o estomago
Tremem me os dedos...
Sentem no tanto os talheres
Já me chamaram vulcão mas desconhecia o tamanho da minha magnitude
Mesa farta
Que esta mulher tanto me aparta
Nunca chegarei perto dos teus sentires
São-te teus o sentir e a inquietude
Triste sina ouviste Deus assim o céu me e negado
Não tragas divindades para nosso altar de sentidos
A santidade e o pecado
Quem sabe atenderei tuas preces
Que tal devoção sem dúvida mereces
Devoto de...
Boa cama e boa mesa
Cuidado com as rimas que impões
Só falei em sobremesa
E é depois do almoço
Sobre a mesa seja se assim vos aprouver
Bem me parecia que me esperava um altar
Falta saber se de tortura ou de prazer
Tanta devoção não escolhe local para rezar...
Fiel devoto
Já manejas bem as tuas armas de ataque ao prato sem tremelicar
Algum engenho me há-de ajudar...
A tua arte agrada-me
E a mim delicia-me onde a tua se esconde...
Já me encontraste
O gps diz que ainda não
Nunca confies em máquinas
Segue o teu instinto
Instinto fatal que a lado algum me leva
Desassossegado e faminto
Acho que vai ter que ser a tecnologia mesmo
Gostei deste bocadinho... tenho 15 mn para ir comer alguma coisa
Beijo poético
Beijo danado
Que venha com asas
Para levar outro de volta
musa

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