GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

sexta-feira, 18 de julho de 2014

CARTAS DE AMOR FURTIVO

Carta zero – para o Pedro
São 12h45 minutos de um final da manhã de uma quarta-feira do dia 30 de Abril de 2014, ano a ter em conta para memória futura onde tenha que se encontrar um trilho que leve pelo caminho das palavras do encantamento da sedução.
Deixaste-me o desafio na noite anterior pedindo-me para te seduzir a mente e eu teria a tua alma e o teu corpo.
Escrevo-te as minhas palavras crivadas de uma enorme frustração por me ter sido recusada uma aventura com alguém com quem eu mantinha um relacionamento de sedução.
Esta tarde seria o nosso terceiro encontro e ele simplesmente recusou alegando excesso de trabalho e sem tempo para poder encontrar-se comigo, algures num motel das redondezas, num confronto explosivo de embate de corpo em busca de gozo destemido de prazer.
Acontece raras vezes e deixo-me levar pelo chamamento do cio latente nas ranhuras das palavras que vertem desejo e vontade num misto de mistério e loucura a ser degustado a dois perdendo a noção do tempo e do espaço em que confinamos corpos e sentidos.
Pouco ou nada sabes de mim, mas também não é necessário que saibas que é a alma e o corpo que aceitou o desafio de aceitar-te a alma e o corpo não sabendo qual o fim a dar-lhe.
Chamo-me Lupina, tenho o rosto que vês à tua frente e a forma que a tua imaginação ousar dar-me.
Venho sem livro de instruções e tens todo tempo do mundo para descobrires como funciono e para que servem todos os botões que a cada toque que imaginas na minha pele, desencadeiam um movimento brusco de encontro a ti provocando-te a surpresa do acontecido.
Tinhas fechado os olhos e entre a leveza do sono e o estremecimento do instante, apareci-te pairando na poeira do sol da manhã, entrando pelas tiras do reposteiro da janela veneziana, sombreando o tampo limpo e arrumado da tua secretária, numa dança de luz e sombra, com os parcos objectos que manténs diante de ti, numa rotina de dias e de trabalho.
Nas horas que o cio te cativa o pensamento, vês-te atrapalhado com a excitação ruminando-te as partes num desassossego intermitente, fazendo soar a campainha da sensualidade vibrante de encontro a leituras de bolinha vermelha pelos meandros virtuais do erotismo e pornografia de imagens e sons.
Fechas a porta e baixas o estore da janela e aguardas a dança dos corpos num filme duro e agressivo de sexo explicito e repetitivo obrigando-te a adivinhar cada passo do guião e a concluir que queres mais do que aquilo que vês com os teus olhos e a ousar exigir que qualquer musa ou deusa se materialize diante de ti e faça contigo o filme da tua vida.
Agora que me invocaste, Lupina, aguardo a estreia da tua mente no emaranhado das minhas palavras para que seja feita a tua vontade conforme assim foi lançando o desafio sem leis ou regras no deambular da inspiração deste encantamento virtual.
Não te prometo obedecer-te porque ainda não fui completamente desmistificada, nem eu mesma sei o que sinto e quero e levito nesta misteriosa tarefa de libertação do casulo de uma metamorfose sedutora de rebeldia e ilusão com consentimento do verbo que nos guia como rosa dos ventos em brisa de luxuria e magia.
Aguardo descobrir-me a cada palavra tua e envolver-me de sensualidade, cumplicidade, intimidade e ousadia, no deslumbre da tua mente que me deixa curiosa atrevendo-me a questionar-me sobre o que realmente quererás de mim e por que eu...
E sei lá o que nos reserva este mundo de devaneios, havemos de saber.
Escolhida para ser sem saber o que serei, deixo-me levar pelo sabor dessa tua sedução com travo de malícia e jogo fechado de propósitos, Lupina em cativeiro e solta em pradarias da imaginação deambulo nos silêncios e esperas do próximo passo em que de palavras atrevidas te entregas e assumes o desconhecido sedutor que ousa a libertação do futuro pelo deslumbramento do sonho edificado de escrita e emotividade diante de uma rivalidade de desejos e vontades despidas de excitação por desflorar.
Sem promessas nem expectativas entro pela tua mente a caminho de uma alma e de um corpo que nem sei se existem.
***
Carta primeira – para a Lupina
Adoro o teu nome. Lupina transporta-me a imaginação para uma loba, experiente e ainda com desejos por cumprir. Uma loba que caça sempre com a certeza no pensamento e que raras vezes vai ao engano. Serás, portanto a minha Loba e eu o teu Pedro. Sim, Pedro é o meu nome e pelos vistos jà me conheces um pouco pelo que li. Adoro tudo o que tenha a ver com erotismo, desde as pinturas, fotografias, prosa e poesia. E foi esta ultima a culpada de todo este meu atrevimento e ousadia. A poesia que escreves tem o "perfume" que me excita e embala o pensamento. E dela que vem a minha ideia de ti, de uma mulher experiente e vivida e com desejos latentes ainda por cumprir. O inicio da tua prosa deu-me razão,... Ainda caças embora não tenhas tido sorte neste teu ultimo encontro, pelos vistos. Falta de tempo para um encontro marcado é falta de educação, e para não me alongar mais nos adjectivos, deixo este assunto por aqui. Minha Lupina as tuas palavras transportam-me para paisagens corporais, sons e sabores que quero muito que se concretizem na realidade. Reduzindo a mensagem ao minimo: quero-te. O que me leva a fantasiar o modo como eu te quero. Mas tu para mim ainda és uma caixinha de surpresas e como tu própria afirmas, vens sem livro de instruções... Sinto em ti um perfume de swing, depois uma ideia expressada por ti de uma possessividade (o que acho no minimo estranho, mas enfim), sinto um perfume de Lesbos, mas posso estar mais uma vez enganado e a fantasiar. Não sei, portanto se serás a minha "partouze" Catherine Millet se a minha "submissa" O., ou eventualmente a minha Vénus das Peles. Qualquer um destes caminhos me agrada assim como uma junção de dois ou dos três. Poderás, no entanto não seres nada disto e mais uma vez revelares-te para mim duma forma completamente diferente... A ver vamos. Para começar por caminhos simples, digo-te como gostava de te ter. Talvez um encontro marcado num qualquer motel como o que na tua mensagem anterior mencionaste. Para simplificar o inicio, tu entravas primeiro e avisavas-me por sms do numero do quarto... eu entrava passado um quarto de hora para teres tempo de te prepararares e de me esperares numa encenação de luxuria e recato... Estarias nua com um lencol por cima sem estar entalado... estaria poisado sobre ti, que estavas deitada de costas, joelhos levantados e lençol por cima... o quarto estaria na semi-penumbra... Eu entrava e não falava... despia-me e iria levantar a ponta do lencol junto aos teus pés... tu abrias as pernas um pouco... eu entraria no meio delas com a minha cabeca e ombros, inebriando-me com o perfume da tua orquidea carnivora... beijava-te o interior das coxas... devagarinho... iria subindo numa vagarosa progressão... até chegar perto da tua fonte... que estaria molhada aguardando a minha lingua... Saboreava-te... Tu gemias e docemente apertavas-me os ombros com as tuas coxas indicando-me que eu estava no caminho certo para o teu céu... entrava em ti com um dedo e lambia-te à volta... queria excitar-te e deixar-te à beira de um orgasmo... procurava o teu grêlo... lambia-o e chupava-o... os teus gemidos ficariam mais fortes... a minha mão subia pela tua barriga até ás tuas mamas para as sentir (sendo um dos desejos que mantenho desde que te apreciei o decote)... quando sentisse que te aproximavas do orgasmo, subia por ti acima... beijando a tua barriga... mamas... chupando-te os bicos... beijando-te o pescoco e finalmente ficando com o meu rosto em frente ao teu... para minha surpresa tinhas uma mascarilha colocada o que dava um ar de fetiche a esta minha primeira visão de proximidade. Beijava-te na boca e o meu caralho deslizava para dentro de ti fazendo-te gemer no meio do nosso primeiro beijo... Depois no meio de risos fariamos as apresentações... "Olá eu sou o Pedro, prazer em conhecer-te", "Eu sou a Lupina e o prazer é todo meu"... O resto serás tu a contar-me... Aguardo-te, portanto minha doce Loba Lupina, Musa dos meus desejos!
***
Carta segunda – para o Pedro
Haverá uma pele de cordeiro esperando a mansidão dos teus gestos, porque gosto de ternura e dedicação e confesso que fazer o amor investindo na intensidade do prazer aprimora os gostos surpreendendo o mistério da euforia na intimidade.
Adorei a tua carta, surpreendendo a minha libido despertada em pleno centro burburinhando de gente movimentada pela rua entre a esplanada do café e os olhares cruzados com desconhecidos atrevidos em passo lento pelo passeio da avenida, ao sol de um final de tarde quente e o frio da cadeira metalizada arrefecendo a humidade entre as pernas suando de inspiração.
Gosto quando me dizes: quero-te. A ideia de me sentir uma odalisca balançando entre véus diante de ti disputando a tua atenção entre as fêmeas da alcateia deixa-me possessa de rebeldia, esforçando os dotes de sedutora para arrebatar esse teu desejo que sei que tens gratuito, e exclusivo pelo que sou e inspiro diante do teu olhar, até ao mais recôndito do teu sentir.
Gostei do teu cenário, banal, ordinário, mas eu quero mais do que isso, muito mais do que imaginas e vais ter que me surpreender se ousas querer-me.
Eu vou “boss”... mas vais ter que me convencer a ir. Vais ter que me surpreender.
De cio requintado, desconheço o teu território, desconheço as marcas do teu cio ainda que sinta o teu perfume, e confesso que me agrada senti-lo de perto entranhado na tua pele, numa mistura de cio e sexo, odores evaporados pela explosão do desejo, em cio excitação.
Já me fizeste uma sugestão de encontro, mas não vou aceitar. Quero mais do que isso.
Não vou dizer-te o que quero e como quero, terás que ser tu a adivinhar os meus desejos, a guiar-te pelo teu instinto de macho em submissão dos caprichos da sua fêmea, “boss”, mas submisso, deixando-se dominar pela tentação.
Gosto de beijos íntimos demorados... da provocação de orgasmos lentos e impulsivos, do gozo da língua perdida na fonte escaldante, do roçar de uma barba aparada lubrificando desejo e excitação, do canto do gemidos entre uivos e risos de tremores sucessivos da boca colada a uma rigidez húmida e possante e o delírio das gotículas soltas na ponta da língua, refreando êxtase, em dança de preliminares partilhados até ao auge do prazer.
Gosto dos trilhos abertos de surpresa por beijos e mãos e a pele colada e quase entranhada fundida em fogo e frio a tremer de excitação.
Gosto de beijos na nuca e no interior das coxas, dos seios sugados demoradamente, e de ficar assim, excitada a imaginar como serão os teus beijos...
Gosto de me deixar penetrar e ritmar o balanço das coxas sobre as coxas apertadas do macho em cio desmesurado de tesão.
Há-de haver um instante de quase morrer e um roçar de seios de encontro ao teu sexo dorido e latejante o fará reacender em dureza e fome.
E depois o olhar... dominando-te. Imagino os teus gemidos de quase desespero e paixão, seduzindo-te excitando-te convidando-te a um delírio de ousadia em desafio de propósitos partilhados pele com pele.
Talvez te provoque intimidade cumplicidade sensualidade, reconheço que esse, “quero-te”, me derrete bastante e abre caminho aos teus intentos, e o beijo, o beijo é fatal para mim, explora o beijo em mim e deixas-me rendida a uma sedução de loucura.
Lembra-te que quero mais. Lembra-te e não te esqueças disso de não me levares por caminhos banais, por artifícios de sedução estabelecidos na literatura, sem interferências de erotismos ou pornografias cinematográficas, por isso esmera-te na tua imaginação.
Há uma palavra que gosto muito... “exquise”... lembra-te de ser “exquise” comigo, de me fazer sentir “exquise” no teu mundo.
Usarei a mascarilha em tempo oportuno e far-te-ei sentir o meu lobo submisso em dominação de sentidos.
Desejo-te. Sei e sinto, que os dois atingiremos mais do que o êxtase ou a supremacia do orgasmo em sintonia e sublimação de sentir.
Fico a imaginar-te entre os meus dedos. Esta noite pensarei em ti.
***
Carta terceira – para a Lupina
Depois de te ler fiquei com tesão, podes regozijar-te!! Fiquei alguns dias relendo o que me mandaste. Procurei pistas de ti nos escritos antigos, teus. E ontem, comecei mentalmente a alinhavar esta resposta para ti. Sonhei contigo... um primeiro sonho de mistério, desejos, beijos profundos, mãos que procuram febris os contornos e os feitios dos corpos, suados... em êxtase. Acordei de madrugada, eram três e meia... Levantei-me com uma erecção tremenda. Fui até ao sofá da sala e masturbei-me para ti. Para esse teu olhar brilhante maravilhosamente emoldurado por uma mascarilha veneziana. Foi um bom orgasmo. Foi rápido lá chegar. Foi bom fechar os olhos e visualizar-te. Não sei se só me olhavas ou se eram tuas as mãos a escorrer de lava quente e pulsante que me espremiam gota a gota depois das primeiras erupções de prazer. Este é teu, todo teu. O primeiro de muitos, espero. Como não deste seguimento ao meu repto de continuação, do como eu gostaria de te ter, classificando o cenàrio de banal e ordinàrio, embora inicialmente tenhas confessado gostar do mesmo (???), vou continuar a minha fantasia... (tendo em conta o grande parentisis em que me das pistas e conselhos na tua missiva). Puxas-me para mais beijos e seguras-me os quadris para que eu entenda que não queres que me mexa dentro de ti. Fico assim, embainhado, beijando-te profundamente... sentindo as tuas mamas no meu peito... quentes, roliças e ainda molhadas da minha saliva. Beijas-me e esfrega-las em mim, conservando-me preso na armadilha dos teus quadris... Beijas bem, esfregando os teus lábios nos meus, chupando a minha lingua, enrolando-a na tua, numa dança sensual que só me aumenta o tesão, imaginando-te noutros beijos, na rigidez possante que se agiganta em tua homenagem e embainhada dentro de ti, sentindo-te pulsante. Todo o teu corpo é uma armadilha de onde não quero escapar. Quero ser teu. Que me proves. Que me ensines o teu corpo. Que me montes desenfreada. Que esfregues em mim a tua nascente... na boca... no queixo... na barriga... no sexo. quero rastos luzidios-brilhantes-maritimos, da tua essência, em cada centimetro do meu corpo. Quero dedicar o meu tempo contigo a dar-te prazer e a fazer-te vir. A teres prazer com a minha lingua, dedos, Falo... de todas as maneiras e feitios. Haja imaginação que o meu corpo a nada se nega para ti. O cenário? Esse pouco me interessa, confesso. Quero a paisagem carnal do teu corpo e tendo-te, tudo o resto se esvazia de significado e importancia. Quando os beijos pedirem sabores de diferentes cambiantes, sais debaixo de mim e vens procurar o intruso que te invadiu as entranhas, sem o teu consentimento... é um duelo que assisto de bancada... tu semi-cerrando os olhos e apagando o sorriso guloso a custo... ele altivo, brilhante com o sumo que de ti roubou... Segura-lo com uma mão, depois com duas, aproximas o rosto e aperta-lo para veres um tom acima do roxo ameixa e num inchar de quase rebentar... Sem aviso abocanha-lo apertando-o no céu da tua boca... Eu gemo de olhos fechados... Conta-me tu o resto, que eu não vi...
***
Carta quarta – para o Pedro
Sublime. Confesso que não esperava ter-te nessa altivez não mais do que duas ou três vezes, mas assim de novo ereto oferecido à finura da boca esforçando-se satisfazer-te em húmida quentura de suavidade e delicadeza, recebendo-te em profundidade e loucura. Roço a língua no poço de lava quente e viscosa penetrando a saliência rosada com gosto salgado de cogumelos selvagens crus, gemes contorcendo-te diante de mim de mãos perdidas nos meus cabelos apertas a minha cabeça contra o fundo do teu ventre e lá, bem no meio das tuas pernas exibes o delírio tugido do teu desassossego entregue à minha boca que te faz estremecer de prazer.
Lembro-me de me teres convocado a meio da noite, só possível em sonho, já que a distancia nos separa alguns milhares de quilómetros, acordei irrequieta, transpirada, domada por uma incessante excitação, fazendo-me apertar as coxas e encolher a vontade mas exigindo a minha mão em descida de “rapel” pelas curvas enfurecidas de tesão, indo de encontro à caverna húmida e latejante do sexo aturdido de desejo em busca de prazer, uma torrente de prazer sem fim.
Multiorgásmica obriga-me a contrações fortes e sucessivas querendo mais e mais, impossível ficar satisfeita com dois ou três orgasmos por isso a satisfação imperativa do prolongamento das caricias e a necessidade de mais penetrações e jogos eróticos em busca de relaxamento e descontração desse descomunal desejo de “foder”.
Somente o meu olhar é suficiente para te excitar ainda mais, desejando-me cada vez mais, recebes a minha língua em beijos demorados deixando-a procurar a tua língua devagar, deixas que segure a tua mão e a leve para o meu sexo empapado e a pouse na púbis deserta e macia fazendo-a deslizar para o clitóris ardendo de tumefação, liberto-a da minha mão e deixo que ela sozinha amanse o trilho elevado do meu desassossego e liberte todos os orgasmos possíveis, uns atrás dos outros, fazendo-me arfar de agitação, louco de excitação aproximas a tua boca e bebes alguns, elevas as mãos procurando os seios rígidos, esfregas-te na flor orvalhada e desfolhas pétalas trémulas nos teus lábios sorvendo o rio límpido e fogoso pedindo-te dentro, cada vez mais dentro e profundo, recebendo-te com fúria, abrindo as pernas, afastando as coxas, investes contra o olhar agigantado e saliente em colisão de orbita acesa de loucura e brilho.
Sentes os espasmos e contrações apertando-te, e deixas-te vir num jorro quente e rápido, desaurido extenuado sobre o meu corpo, abraço-te e beijo-te o pescoço.
Liberto-me de ti e quase colada a tua pele suada percorro desde o teu queixo descendo o teu peito o ventre até às tuas coxas, deixo um rasto de beijos bem molhados e risco com as pontas dos dedos sem marcar as unhas, sigo os passos da boca provocando-te arrepios, sentindo a minha respiração ainda ofegante bem perto de ti.
Enviaste uma sms pedindo-me para ir ter contigo ao aeroporto. Já estavas dentro do carro, eu segui as tuas indicações e achei-te no parque subterrâneo. Tinhas nas mãos uns lenços e uma venda de cetim negra, pediste-me autorização para me vendares ali mesmo, confiando-te a minha excitação, juntei as mãos que foram atadas pelo lenço, pediste me para te deixar levares-me sem saber para onde.
Não demoraste muito a chegar, eu sei que há um motel a cerca de 300 metros do aeroporto, mas não sei se foi para lá que me levaste.
Ainda no carro tiraste-me a calcinha e o sutiã, e acariciaste-me demoradamente, e eu deixei porque pressenti que estaria num lugar discreto, pois ouvi abrir e fechar a porta da garagem.
Subi umas escadas, orientada por ti, fizeste-me sentar na cama e diante de mim pediste as minhas mãos ajudando-te a libertares-te das tuas roupas.
Sempre vendada e com as mãos atadas, desapertei-te um ou outro botão da camisa, puxavas o meu rosto de encontro ao teu corpo, e respirava-te, sentia o teu perfume, e algum nervosismo na tua pele quente, roubavas-me pequenos beijos, fazias-me estremecer e excitavas-me mais e mais.
Despiste-me o vestido, percorrendo todo meu corpo com as tuas mãos apalpando a minha nudez, vibrante e ofegante de excitação, aproximavas a boca levemente, mas paravas e recuavas, sentia a tua respiração, sentia um desejo louco da tua boca.
Aconteceu muitas vezes. Torturavas-me de espera, incendiavas a minha pele com a demora.
Foi assim muitas vezes até que regressamos ao aeroporto sem nunca me teres tirado a venda nem desatado os pulsos do lenço.
***
Carta quinta – para a Lupina
Não é o aeroporto... Tu ouves quase os mesmos sons, mas estamos no estacionamento de um centro comercial... Há pouco jogamos o jogo da espera que tanto incendiou o teu corpo, agora iremos jogar o jogo da pressa e do sobressalto... Quero-te destapada, solta, atenta e cheia de tesão. Agora o ónus das escolhas pertence-te. Vais escolher três locais dentro do centro comercial... O primeiro será o local onde te vou beijar na boca perdidamente e demoradamente, apalpar-te as mamas e enfiar-te os dedos na tua gruta plena de humidades... A mudança de local será feita a cada vez que te vieres para mim... No segundo local vais ter de me chupar de joelhos e ao mesmo tempo acenderás o teu fogo interior com os teus dedos até ao orgasmo, mais uma vez... No terceiro local vou ter-te de costas e entrar em ti e mais uma vez os teus dedos virão apressar essa tua nascente pulsante para que o orgasmo chegue... Se superares estes desafios com galhardia irei então levar-te ao aeroporto para que regresses a tua vida normal e com o corpo saciado de prazer, te aumentado a vontade de me teres, de comigo viveres fantasias e juntos explorarmos as infinitas possibilidades da tesão que ambos temos e que queremos partilhar um com o outro. Aguardo pela tua versão dos acontecimentos, pois quero saber como os sentiste... Nunca conheci ninguém como tu. Única, é como te defino. Uma pedra preciosa que tive a sorte de encontrar. A minha joia rara, que quero muito preservar comigo, seja de que forma for. Consegues sempre surpreender-me e preencher a minha libido de fantasias e de tesão. Leio e releio cada palavra tua, macerando-as, extraindo-lhes a essência, viajando contigo na espuma dos teus desejos, ansiando cada vez mais ter-te para a realização das fantasias que vamos partilhando. Na tua carta anterior revelaste-te mais uma vez a musa dos meus sonhos... no uso cuidado da palavra, nas imagens que criaste na minha imaginação e na tesão que me proporcionaste ao ler-te. Houve três imagens que jamais vou esquecer e que irei sempre associar a ti daqui em diante. Não tas vou revelar por agora. Posso somente dizer-te que preenches as minhas fantasias e que subiste pontos na minha escala de valores, onde já tinhas alcançado a pontuação máxima. Acredito que será muito difícil encontrar quem te consiga igualar. Adoro-te. Quero-te. Imagino-te num mar de infinitas possibilidades e sorrio satisfeito. Penso-te todos os dias com carinho e muita tesão. No meu desassossego vou-te dedicando os meus orgasmos. Os que me provocas com as tuas palavras, e os outros, quando te sonho vestida unicamente de mascarilha veneziana e onde te faço vir imensas vezes e das mais variadíssimas formas. Aguardo pela tua resposta para que me contes como correu a tua viagem e como me queres da próxima vez...
***
Carta sexta – para o Pedro
Retiraste-me a venda, contrariamente ao previamente acordado, dizendo-me que ficaria o tempo todo que estivesse contigo, vendada, o lusco-fusco do ambiente mostrava-me emparedada entre duas viaturas, num estacionamento completo de um subterrâneo que não consegui identificar, ainda dentro do teu carro, apoderaste-te de mim com volúpia e luxuria, invadindo confins secretos com a tua mão, tapaste-me a boca quando eu ia dizer algo, em gesto de pedir silêncio aproximaste-te e foste desbravando terreno resguardado pelo tecido acetinado do âmbar vestido, deslizando a tua mão do joelho acima, aproximando a tua boca do meu pescoço, a leveza do tecido convidava-te a escorregar mais para perto como se todo meu corpo estivesse coberto de mel, brilhava o cetim endurecendo a tua mão e o teu sexo e o teu olhar desesperava por um ténue gemido abrindo caminho ao infinito pessoal da terceira pessoa do verbo vir.
Quando nos dirigimos ao elevador havia mais gente para subir, a porta abriu-se e tu impediste-me de entrar, puxando-me para trás, fiquei ainda mais afogueada pelas tuas segundas intenções, pois estávamos cinco patamares abaixo do nível do solo o que premeditava que houvesse gente a querer entrar nos andares seguintes até ao rés-do-chão do primeiro piso do centro comercial.
No assento do carro ficaram expostas as minhas calcinhas, e era uma sensação louca andar sem nada por baixo, caminhando por entre gente. Será que alguém adivinharia essa ousadia...
O elevador chegou e entramos para o vazio do compartimento. Mal a porta se fechou, encosta-me à parede envidraçada e espelhada, beijando-me o pescoço, uma mão sobre os seios e a outra carregando aleatoriamente nos botões dos andares do elevador, divertia-te a enlouquecer o raciocínio eletrónico da mecânica dentada do sobe e desce fazendo luzir em tremente confusão o pedido que alternava a subida sem saber onde parar primeiro.
A tua boca colou-se à minha com tanta sofreguidão, quase amor, como se fosse o primeiro beijo da tua vida, e assim o senti. Confesso que nunca soube o sabor de um verdadeiro beijo de amor, esse amor com desejo, amor com tesão, amor quase loucura. Uma verdadeira tentação, acedi e correspondi, em total entrega e dedicação, rendi-me ao teu beijo, entreguei-me a ti.
Do beijo crescente de humidade, deixei que a ponta dos teus dedos procurasse debaixo do vestido a nascente da tua fome, o rio do teu desejo, a fonte suprema da excitação, deixei-te fazeres-me estremecer na ponta dos teus dedos, procurando-lhe o sitio exato onde aterrar em movimentos circulares como uma ponta esférica rolante onde a tinta humedecida deixa um rasto na tua mão, ensinei-te o caminho de acender o brilho límpido do olhar como prémio do teu bom comportamento, o gesto encharcou a tua mão, e sentiste o orgasmo liquido vibrante e agitado e quente e avido de mais, segurei a tua mão e cadenciei os próximos orgasmos, a excitação explodia na tua mão, e a cada toque de que o elevador ia parar, o coração batia ainda mais forte e tentava empurrar-te da minha frente, querendo recompor-me, com receio de que fosse alguém entrar no elevador, mas tu colavas-te a mim e continuavas a beijar-me o pescoço e os seios à mercê do decote e da tua boca, e a tua outra mão tentando fechar as portas do elevador sem sequer lhe dar tempo de elas se abrirem por completo.
Uma e outra vez, fomos surpreendidos por alguém tentando entrar, mas impedidos e espantados pela situação da porta se fechar rapidamente, recuavam e desistiam, assim fizemos a viagem até à saída do elevador, unicamente os dois sozinhos lá dentro.
O vestido de cetim mostrava manchas de humidade que me levaram a correr em direção aos sanitários, mas tu empurraste-me para o corredor de entrada para as salas de cinema, numa porta aberta para manutenção e limpeza, fizeste-me entrar para o escuro e fechaste a porta retirando as fitas que impediam a porta de se fechar e o cartaz que indicava o impedimento da sala.
No escuro sentado num degrau do anfiteatro alcatifado, puxaste-me para o meio das tuas pernas e desapertaste as calças, era pujante o teu desassossego, latejavas entre as minhas mãos e gemias entre silêncios respirados fortes, recostado apoiado nos cotovelos, pernas escancaradas, sentada entre os teus joelhos, antebraços apoiados nas tuas coxas e as mãos puxando e repuxando a tua glande, acariciando as tuas virilhas, libertando-te dos boxers, fazendo-te libertar almíscar peganhento e morno, agigantando a tua inquietação, ofereci-lhe a minha boca com alguma dificuldade em recebê-lo, e suguei-o devagar te obrigando quase a gritar, fizeste-me ajoelhar diante de ti e sem tirar a boca dele, levaste a minha mão ao meu sexo e pelos dois numa esfregação ora lenta ora rápida, atingimos o orgasmo ao mesmo tempo, e bebi-te.
O ultimo beijo que te dei sabia a ti.
Estava extremamente excitada e queria mais. Mas a entrada de uma funcionaria de limpeza no corredor dizendo-nos que a sala do cinema que ia começar era mais adiante, obrigou-nos a levantar das escadas e a sair da escuridão. Os dois, rimos nervosos, pelo gozo e atrevimento e saímos para o corredor do centro comercial, tentando disfarçar o rubor das faces e a descompostura das roupas amarrotadas pelo amasso das mãos enfurecidas de caricias, caminhava ligeiramente a tua frente, e tu seguias-me esperando descobrir qual seria o próximo local de brincadeira.
Neste instante conseguiste deixar-me excitada ainda que tenha tentado controlar isso, imaginei o teu rosto sorrindo pela situação constrangedora de sermos quase apanhados em flagrante beijo intimo, e sabes, apetecia-me ter-te agora aqui. Como se a adolescência começasse de novo a surtir efeito perto dos cinquenta.
Começo a sentir-me perturbada com a possível existência humana do teu ser em confronto com a vontade que cresce de poder tocar-te, sentir a tua pele, a sibilação do teu respirar, o desejo que se assume agitado nos meus sentidos, e a angustia que aflora a imaginação em quase frustração e desilusão por reconhecer que tudo isto não passa de um conduto salvo imaginado em fantasias partilhadas pela ousadia de “lupinisses” atrevidas.
Entramos num elevador cheio de gente, esperando que ficássemos somente os dois, antes de chegar ao estacionamento, mas isso não aconteceu e mesmo quando saímos no nosso lugar, muita gente saiu connosco e nos seguiu até ao carro.
Entramos no carro e esperamos que os carros arrancassem, ficando a sós. Disseste-me para sair e levaste-me para a dianteira do carro quase encostado a parede mas com espaço suficiente para que me debruçasses sobre o capot e...
Fizeste-me gemer e vir e nem as costas doridas sobre o frio metal me arrefeciam a excitação desmesurada que me provocas quando me tocas, quando me invades as entranhas e te enches de mim, sentindo-me escaldante e possessa no desejo desenfreado de me entregar a ti.
Gosto da natureza ao ar livre e imaginar os nossos corpos em liberdade e rendidos ao sol convidativo de uma nudez testemunha do nosso intenso desejo por acordes de dedos trepando sensações em cumplicidade e intimidade apetecida.
Haverá algum paraíso por descobrir que possamos dizer que é só nosso...
Beijo-te Pedro (curioso que existe mesmo vontade de te beijar... não esperava que isso acontecesse...)
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Carta sétima – para a Lupina
Minha querida Lupina, Loba dos meus sonhos e desejos e guardiã da palavra medida e exacta, que me proporciona tanto prazer na leitura, de tudo o que tu me escreves. As saudades são imensas e desde o nosso último encontro que não descanso o espírito pensando em ti a todas as horas dos meus atarefados dias. Quero-te novamente e a tua afirmação que neste mês irias a um evento social, ficou-me a tinir cá bem no fundo deste meu espírito inquieto e insaciável. Percebi o teu recado subliminar. Queres-me lá... de surpresa. Imagino-te ansiosa na entrada, olhando para todos os lados, perscrutando o horizonte visível dessa maré de gente, tentando descortinar o meu rosto, a minha presença. No tal dia vou preparar-me a preceito, para que quando me vejas, o teu rosto se ilumine com um sorriso largo e toda tu te alegres (se fossemos bonecos de banda desenhada atrevia-me a dizer que até os beicinhos da cona batiam palmas de satisfação... eh eh eh). Vou fazer-me invisível, para que só me vejas na hora certa... quero-te ansiosa até esse momento chegar... Vais passar pela excitação da chegada, pela desilusão de não me veres e mais tarde pela enorme alegria de me teres... Numa exaltação de todos os teus sentidos. Vou passar ao teu lado, vindo por trás e colocar um papel dobrado com um recado na tua mão. Vais olhar para mim... queres segurar a minha mão, mas eu afasto-me. Tu guardas o papel e tentas lê-lo sem me perder de vista. O local do evento tem um jardim enorme nas traseiras e eu no recado que te dei digo-te que estou por debaixo da tília dentro de quinze minutos e para vires sem cuecas... A tua excitação dispara e tu sorris com este último remoque das cuecas... É aquele toque masculino que tu aprecias tanto... Passaste os minutos seguintes desmarcando-te para que ninguém notasse a tua falta, foste ao wc e retiraste as cuecas... estavas molhada e tu como sabes que eu gosto de te sentir, saborear e cheirar, meteste os teus dedos dentro de ti, molhando-os e esfregando esse creme marítimo (abundante em ti, dizes tu, quando te ocupo o pensamento) em todos os teus dedos, perfumando-os de cona. Da tua cona. O último toque foi limpares o entre pernas com as cuecas, molhando-as mais. Fechaste-as na mão e avançaste decidida para a tília. Eu estava por detrás do tronco, tu vieste para mim e quando eu te puxava para te beijar, vieste com as cuecas para o meu rosto, dizendo... “é assim que tu me deixas meu pequeno demónio... molhada e a escorrer… podes torcê-las que ainda saboreias umas gotas”... Aspirei o teu perfume mais secreto e tirei-tas das mãos, aspirando profundamente o teu odor de cio e luxúria. Enquanto isso, uma mão tua veio confirmar as tuas suspeitas do meu tesão por ti. Estava rijo como tu gostavas e de imediato ficaste com a boca cheia de saliva, expectante. Guardei as tuas cuecas no meu bolso e beijei-te profundamente como tu gostas apertando-te num abraço demorado, sentindo-te o peito a arfar e apertando-te as mamas entre nós. Foi uma sucessão de beijos longos e molhados…muito molhados. De seguida segredei-te ao ouvido o que te esperava. “Quero beber-te. Vais-te virar para a árvore, empinar bem esse rabo e abrir as perninhas… Eu vou ajoelhar-me por detrás de ti e vou lamber-te toda”. À medida que te ia beijando o pescoço, ia-te girando. Ficaste de frente para a árvore, apoiando-te nela e empinando o traseiro, como sugerido. As minhas mãos ávidas do teu corpo encontraram caminho por debaixo do teu vestido, e vieram por ali acima, arranhando-te suavemente, até a tua nascente ansiosa… passeei um dedo, estudando os teus contornos, a tua forma, sentindo o dedo sendo beijado por esses teus lábios palpitantes. Ajoelhei-me, segurei-te pelas nádegas, abrindo-te e vim poisar os lábios nos teus, beijando-te, provando-te, enfiando-te a língua, numa simulação de entradas curtas e rápidas. Uma mão tua veio pela frente aliviar-te… a tortura a que te submetia era demais, mas tu precisavas do alivio de um orgasmo que eu tardava em dar-te, de propósito. Gosto de te sentir “em pontas”… Finalmente abriu-se o dique dos teus orgasmos e eu deliciado ia-te bebendo… Quando por fim acalmaste a mão e o corpo, levantei-me com o queixo ainda molhado, para te beijar na boca. Para que te provasses em mim. Foi mais um beijo profundo inesperadamente interrompido por ruídos de palavras de pessoas que se aproximavam dali. Viraste-te para ver quem era e eu aproveitei para me retirar… deixando outro papel com outro recado, junto aos teus pés com a seguinte orientação… “portaste-te bem. Tens direito a recompensa. Aguardo-te no carro para satisfazer qualquer desejo ou fantasia que ainda tenhas e que queiras realizar hoje. Teu, Pedro”. Aguardo portanto pela tua ante visão dos acontecimentos… Beijos por todo o lado
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Carta oitava – para o Pedro
Não sei se ainda te vem à memória o meu cio inteiro. Devo explicar-te porque não compareci ao teu encontro no carro e desapareci todo este tempo, deixando que o desejo expulso de dentro de nós fosse repousado de silêncio e de espera. Imediatamente a teres ido embora do jardim da tília, fui requisitada pelo meu marido para ser apresentada a uns amigos que ele acabava de reencontrar no evento e que não via há muitos anos.
Ainda que impaciente e desagradada pelo fim da noite, aguentei até que abandonamos a festa e chegada a casa corri para debaixo do chuveiro ficando horas sob o jacto de água quente amansando a minha frustração de não ter podido completar o nosso jogo de sedução em amorosa sintonia de vontades.
A água escorria pelo corpo excitado, desejando-te. As minhas mãos simulavam as tuas, escorregando o gel perfumado de baunilha pela pele molhada, formando uma segunda pele em camadas de tesão, os poros dilatavam-se de desejo em arrepios de suspiros aumentavam tamanho dos seios empinando-os formando bicos aguçados e rijos, desciam pelo pescoço circulavam no peito e em concha tomavam medidas dos seios duros, beliscando os bicos torturava a flor que humedecia ainda mais, circulava o ventre e descia entre pernas, voltava sobre a púbis pelada, pressionando a flor desmanchada pela quentura da água escorrendo, a doçura do gel agora transformado em espuma abrandava os movimentos, até entre abrir os lábios inchados de excitação, imaginava o peso da tua mão fazendo-o, em caricias lentas, encontrava a ponta do iceberg encharcado de tesão, esfregando-o cadenciando o gesto, rapidamente o primeiro orgasmo aflorando em vibração furtiva fazendo todo corpo contorcer-se, em desgaste de sentir, pedindo a penetração dos dedos, a louca vontade de ser penetrada ou chupada em repetitivos orgasmos, eles escorriam em catarata, sucessivamente cinco e seis e nove, um desbaste de sensações imperativas torturando a mente e o corpo cansado de assim ser sacudido por tanto tremor, vinha-me contigo em mente, e gozava quase te sentindo ali.
Trémula e ainda excitada, sai do banho e vesti-me com pressa, decidida a nessa mesma tarde, procurar um amigo colorido, que saciasse o meu ímpeto urgente de sexo, uma aventura pela aventura, lembrei-me do João, pela intimidade e cumplicidade da nossa relação de amizade, liguei-lhe e marquei encontro com ele para o final da tarde, junto ao mar escarpado das Pedras Amarelas, muito perto da foz, um pequeno promontório onde os carros param a altas horas da noite, desligam as luzes e deixam que sussurros e murmúrios amorosos devastem a escuridão noctívaga em sedutores encontros.
Às dezassete e trinta conforme o combinado, ele apareceu um pouco antes do lugar escolhido, abandonei o meu carro que deixei estacionado perto do hotel Casa Branca e entrei no carro dele. Deixamos os cumprimentos para quando ele parou o carro frente ao mar azul e quieto em vastidão diante de nós, ainda que um fim de dia ventoso o sol ainda era quente, trazia um olhar maroto e gostei de ver o seu rosto bronzeado pelas férias recentes que o tinham levado até à Grécia. Aproximou-se o suficiente para me beijar com sofreguidão, como sempre acontecia, fazendo escorregar a sua mão pelo decote, procurando algo pontiagudo o suficiente para lhe despertar ainda mais vontade em desejo quase loucura, era sempre assim, apanhava-me a jeito e não resistia a começar com beijos e terminar com beijos ousados e escaldantes, desafiando as leis da gravidade e do atrevimento, deixando-me completamente excitada e húmida fazendo-me transpirar ousadia.
Contei-lhe que te tinha conhecido. No principio ele não achou muita piada e afastou-se de mim, dizendo que então eu já estava servida de aventura e era melhor ir embora. Abracei-o tentando reparar o ciume provocado, mostrando-lhe que cada um tinha o seu lugar, e que nenhum substituiria o outro, e que o que me faziam sentir era único e imprescindível, agarrando fortemente a sua mão, ensinando-lhe de volta o caminho para o devaneio.
Naquele preciso momento foi quando atendi a tua chamada. Tentei disfarçar que estava sozinha, e atendendo à tua ousadia, pedindo-me para me tocar, fiz sinal ao João que ficasse em silêncio e coloquei o telemóvel em voz alta para que ele ouvisse o teu pedido. Ouvias os meus gemidos e imaginavas-me já em casa, deitada sobre a cama depois de ter saído do banho, perguntavas se me estava a vir, pedias mais e mais, e a mão do João em êxtase delirava com o jogo de sedução, ele aproximava-se e salpicava a pele humedecida de beijos e mais beijos, atordoando-me, por vezes gritava com essa tortura de movimentos, e tu dizias que nunca me tinhas sentido assim, por vezes o desconforto do banco do carro fazia-me soltar pequenos ais que tu entendias como sendo delírios da minha mão, exercitando a flor em busca de mais orgasmos, impulsivamente gemia e dizia não quando os avanços dele eram mais ousados comprometendo a situação pelo facto de estar às claras num lugar bastante frequentado, e sermos vistos a qualquer momento, sem sermos surpreendidos pois faltava a condição dos vidros embaciados que protegiam o instante de olhares curiosos.
Sentiste a minha terrível excitação e convocaste-me a uma visita imediata aos teus aposentos, pedindo-me para ir ter contigo sem desligar o telemóvel.
Tinha que te confessar isto. Todo o gozo sentido foi para ti e por ti.
Tua insaciável Lupina.
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Carta Nona – para a Lupina
Liguei-te cheio de tesão, pois estava com um casal amigo e falávamos de swing. Eu sugeri fazê-lo contigo. Seriamos dois casais. Eles queriam saber se estavas à altura, por isso liguei-te e pedi-te que te masturbasses para mim (estando o telemóvel em alta voz para eles ouvirem e comprovarem como eras tesuda). Bom, estava tudo a correr lindamente não fosse uns nãos inusitados que disseste entretanto que me deixaram com a pulga atrás da orelha. Eles olharam para mim em sinal de aprovação e eu sem desligar fui-te dando as indicações para a vivenda deste casal amigo. Fui esperar-te a porta, beijei-te como sempre, apertando-te, sentindo-te e deixando que me guiasses a mão para a tua flor orvalhada. Estavas molhada e saborosa, pensei, lambendo os dedos que te tinha enfiado. Depois veio a tua surpresa... disse-te que tinhas de entrar de olhos vendados, pois tinha uma surpresa para ti. Se aceitasses e uma vez lá dentro não podias dizer uma palavra sequer. Olhaste-me intrigada e expectante ao mesmo tempo. Sabias que ia haver foda e as minhas surpresas eram sempre boas, por isso anuíste em que te colocasse a venda e que te guiasse para o interior da casa. O som que se ouvia na sala eram os nocturnos de Chopin tocados pela Maria João que tu bem conheces. Deves ter ficado admirada por isso, pois eu sou um amante do rock e do heavy metal, mas nada disseste. Comecei a despir-te da cintura para baixo e beijei a tua flor orvalhada. Gemeste deliciada, incentivando-me a mais... Mas eu tinha de te despir e fui tirando-te a roupa que trazias para cima. Primeiro o casaquito de malha de Benetton côr rosa, depois a blusa branca rendada e finalmente o soutien. Ficaste nua e expectante... Abracei-te, beijei-te na boca, sentindo as tuas mamas no meu peito. Pendurei os teus braços a volta do meu pescoço e fui-me despindo, enquanto te beijava. Sentias-me ali contigo e a despir-me e estavas calma. Quando acabei de me despir, fiquei novamente junto de ti, encostando o meu corpo ao teu, beijando-te as mamas, chupando-te os bicos, fazendo-te gemer mais uma vez... Desta vez desci para a tua cona com os meus lábios para te provar a sério e para te fazer vir em torrente, como é costume. Quando me sentiste lá, pousaste as mãos na minha cabeça, num incentivo mudo de aceitação. Beijei-te á volta, no teu monte de Vénus deserto, nas tuas coxas e de vez em quando passava perto do teu grêlo, bafejando-o ou suspirando em cima dele. O jogo da espera como tu lhe chamas dava cabo de ti... Querias-te vir, estavas em pontas e mais que pronta para desaguares na minha boca. Começas-te a puxar-me a cabeça para onde me querias com a boca. Finalmente acedi e poisei os meus lábios nos teus outros lábios carnudos e inchados de tanto tesão... Estremeceste e puxaste-me com mais forca de encontro a ti. Lambi-te como tu gostas. Primeiro de alto a baixo, abrindo-te as pétalas rosadas da tua flor e finalmente no teu grêlo em pequenos círculos até o aprisionar nos meus lábios, chupando-o... Foi ali o começo dos teus orgasmos... Abria-se o dique e tu vinhas-te em vagas sucessivas de prazer, na minha boca. Quando te bebi toda, levantei-me para te dar descanso. As tuas pernas e a tua barriga ainda tremiam em convulsões de prazer. Encostei-me de frente para ti para sentires o meu tesão no meio das tuas pernas. Ao mesmo tempo fiz sinal ao Paulo, que nos via deliciado no sofá com a sua mulher, para se aproximar. Depois disse-te ao ouvido; “a tua surpresa vai começar agora, tem calma, não te assustes e confia em mim.” O Paulo veio por detrás de ti, encostando-se devagar. Ao primeiro contacto fugiste de encontro ao meu corpo. Eu segurei-te e disse-te: “Vá tem calma, está tudo bem.” Consentiste que o Paulo se encostasse a ti e ficaste ali no meio "ensandwichada" por nós os dois. Ias ter duas pilas só para ti... Imaginei o turbilhão de pensamentos que te atravessava o pensamento naquela situação que era nova para ti, mas que fazia parte de um dos desejos que me tinhas confessado. Quando te habituas-te a ideia, estendeste uma mão para trás para apalpar as pernas do Paulo e também o seu caralho. Era mais comprido que o meu, mas mais fino. Puxei-te por uma mão para que te baixasses. Ficaste de quatro, comigo na tua frente e o Paulo atrás de ti. Levei o meu caralho para a tua boca para que o chupasses, enquanto o Paulo te acariciava as nádegas delicadamente, acalmando-te. Chupavas-me deliciada, gemendo... entretanto um dedo entrou em ti, soltando novamente a excitação que sentias. Era o Paulo que te queria fazer vir com os dedos para comprovar essa tua capacidade inigualável de soltar orgasmos. E tu começaste-te novamente a vires-te na sua mão. Eu segurava-te pelo queixo e entrava na tua boca profundamente, cheio de tesão com aquela situação privilegiada de espectador “estimulado”. Quando estava quase a vir-me saio da tua boca e venho para o lugar do Paulo, metendo-te o meu caralho teso e a pingar da tua saliva bem dentro da tua cona. É claro que o Paulo veio para a frente, para o lugar que eu tinha deixado vago. E tu entregue a luxúria e a tesão, chupava-lo deliciada... No sofá, esperando pelo meu sinal, aguardava a Cristina, enfiando os dedos na cona, desmesuradamente… Eu e o Paulo viemo-nos quase ao mesmo tempo... eu enchendo-te a cona de leite e deixando-te a pingar e o Paulo enchendo-te a boca para tu o provares e beberes... ao mesmo tempo tu tremias descontrolada dando vazão a mais uma onda de orgasmos, fazendo-te cair para o lado, desamparada... Foi a vez da Cristina te provar, enquanto nós dois descansávamos. Chegou-se a ti de mansinho, começou por te passar os dedos nas ancas... na barriga... sentindo-te e acalmando-te. Depois foi para as mamas e tu deliciada esticaste-te toda no tapete onde estávamos. As mãos delas percorriam-te o corpo devagar. Ás vezes usava as unhas docemente. Eu não sabia se tu sabias que estavas a ser acariciada por outra mulher, mas estava deliciado de ver a tua disponibilidade para o prazer. Depois ela ajoelhou-se perto da tua cabeça e beijou-te nos lábios. Notei um pequeno estremecimento do teu corpo. Como correspondeste ao beijo, ela continuou e beijou-te profundamente na boca. Nesta altura ela deitou-se a teu lado encostando-te as mamas no braço. Viraste-te de lado para ela. Mamas com mamas, boca com boca e as pernas a cruzarem-se umas com as outras… Ela sabia como te fazer gemer. Agarrou-te nas mamas e lambeu-as vagarosamente á volta… até te chegar aos bicos, sugando-os com força, fazendo-te soltar um gritinho… depois veio com uma mão para o meio das vossas pernas… Fiquei sem saber se te tocava ou se se tocava a ela própria, pois os gemidos, agora vinham dos lábios dela. Tu apertavas as pernas dela com as tuas e movimentavas os quadris fortemente. Fiquei curioso, mas não me manifestei… o espectáculo proporcionado suplantava todas as expectativas… Foi então que num movimento rápido vocês ficaram as duas em posição de sessenta e nove… E foi maravilhoso de ver, ali, duas fêmeas com cio, lambendo-se, provando-se, gemendo e chegando quase simultaneamente ao orgasmo entre ruídos roucos e abafados… gemidos e gritos. Olhei para o Paulo. Estava como eu, fascinado e já com o mastro no ar. Cheguei-me a ti e destapei-te os olhos, perguntando; “então minha querida, somos melhores que a tua companhia anterior ou não?” Tu sorriste e disseste baixinho; “já me conheces melhor que ninguém…”. Todos nos rimos e depois continuamos a festa, mas desta vez sem vendas nos olhos, portanto conta-me tu, como te sentiste na continuação da nossa tarde de fodas e orgasmos…
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Carta décima – para o Pedro
Jamais me passaria pela mente, ou eu mesma ousaria tal situação, porque cinquenta anos de vida, ainda que bastante recheada de aventuras desafiando a rotina dos sentidos, sempre evitei pisar certos riscos que supunha não fazerem parte da minha satisfação pessoal, em nada contribuindo para a minha realização como mulher livre, sem tabus, culta, divertida e responsável.
Conhecendo-me bem foi uma estratégia bem delineada, bem pensada, de forma a que fosse um sucesso esta aventura assim proporcionada em nome da sedução e do mistério, e tu sabes como eu gosto de ser seduzida misteriosamente cúmplice das tuas aventuras.
Fim de tarde, apareceste para confirmar de novo os meus dotes de caçadora de sentidos. Cheguei estacionando ao lado do teu carro e saímos os dois ao mesmo tempo, beijando-nos e abraçando-nos como se não houvera amanhã. Dentro do teu carro ouvia-se “Ilumina-me” e a voz do Pedro Abrunhosa ecoava nos meus ouvidos diluindo a saudade nos beijos que segredávamos um ao outro sem conseguirmos nos desunir do abraço que teimava em cerrar fortemente a nossa vontade feita de um desejo por cumprir. O vento fresco convidou-te a entrar no meu carro e o sol brilhava de palavras nos teus olhos chamando-me linda, e irrequieto, aproximavas-te cobrindo-me de beijos, fazendo do lugar dos bancos da frente, um espaço exíguo para que os dois pudéssemos dar azo à nossa imaginação, e as tuas mãos, os teus dedos insistem em partir em descobertas por todo lado, sentindo os contornos do meu rosto, procurando a textura da pele escondida debaixo das roupas, segredas-me que me queres, ouves murmurar que sim e o quero-te que tanto te deixa louco de tesão não demora a surtir efeito avolumando as tuas calças, arrepias-te com a minha respiração no teu pescoço e sorrimos como dois adolescentes provocando e deixando-se provocar, brincas com as minhas cocegas e convidas-me a sair dali para o recato de quatro paredes. Ainda dentro do carro cumpres a promessa de me tirar todas as medidas e ousas a mão para dentro das minhas calças, abrindo o botão depois o fecho, travo-te gemendo de excitação, e com receio de aumentar ainda mais a humidade que já me havias provocado. Entretanto chegam ao parque de estacionamento outros carros e a cada vez que um se aproxima, os nossos corações desencadeiam uma aceleração ritmada com receio de sermos apanhados em intimidades abusivas, saltando à vista os apalpões e o endurecimento no meio das tuas pernas. Já a minha humidade mantém-se discreta. Cedo ao teu pedido e saímos do carro em direção ao hotel onde nos encontramos no parque de estacionamento, conforme havias recebido instruções via sms uma hora antes de chegares perto do destino que te faria cair nos meus braços. Pedes um quarto na receção e eu a teu lado mantenho-me quieta, silenciosa e resguardada pelos óculos escuros, tentando passar despercebida e quase transparente não fosse o nervosismo que me impele a ficar bem perto de ti como que protegida pela tua presença, sabendo ao que vou e para onde me levas impulsionados pelo desejo que fizemos crescer todos estes dias, propositado na intimidade que cultivamos de poesia. Já no elevador manténs-te afastado olhando-me e questionando o meu silêncio perguntas-me se não tenho nada para te contar, algo a te confiar, não resistindo à tua curiosidade de macho cioso dos seus dotes, queres que te diga como me senti, com a última surpresa a que me “obrigaste” generosamente convidada a ser partilhada com os teus amigos, mas mantenho-me calada e dou a volta na tua frente virando-me para os espelhos do elevador, encarando o teu rosto espelhado, agarras-me enquanto te encostas a mim, apalpas-me e sinto-te a endurecer mais, de repente o elevador para. Ficamos assustados e rimos-nos nervosos, ficando a espera do que acontece a seguir. A luz de presença acende-se e uns cinco minutos depois ouvimos a voz da rececionista avisando que há uma falha de eletricidade, pedindo para manter-mos a calma e que logo que possível restabelecem a situação. Dizes obrigado e que esta tudo bem. Continuas a olhar-me ao espelho sob a luz ténue, aproximas-te e beijas-me com sofreguidão, em dez minutos provocas-me três orgasmos arrebatados pelo teu dedo obsessivo de vibrações e tremuras sob o molusco tugido e húmido brotando da dualidade de lábios rosados levemente engelhados na ranhura que vais aprendendo a conhecer e contornar as formas elegantes da flor cheirosa e doce. Não te conténs e aproximas a boca sedenta, obrigando-me a um contorcionismo frente aos espelhos e mais ainda a um conter de gemidos quase uma tortura de silêncio, ecoando o prazer provocado, agarro-te os cabelos e puxo a tua cabeça para trás, sacudindo-te tal como o grau de excitação que fazes sentir, fazendo-me retrair, contrair, vir incessantemente, e tu gozas o gozo liquido, até eu te pedir para parares, levantas-te e sem nada pedires baixo-te as calças e apodero-me da haste da flor gotejando de seiva, bebo-a, acaricio-a com a língua em dança circular, afago-a entre as mãos, deixo-a vibrar na minha boca, gemes, gritas baixinho, suspiras, rendido ali diante de mim e dos espelhos, quase a vires-te dizes que não aguentas mais, o elevador começa a subir a porta abre-se diante de gente desconhecida, que ameaça entrar mas, olhando-nos perplexos, roupas descompostas e cara de caso, recuam, pedem desculpa e ficam a rir-se, a porta fecha-se e o elevador sobe até ao nosso andar. Saímos a correr para o quarto de mãos dadas e a rir tal é a nossa euforia. Entramos no quarto, fechamos a porta sem ter o cuidado de trancá-la, de costas para ti começas a despir-me, apalpas-me as ancas, o ventre, beijando as costas, o pescoço, a nuca, libertas os seios do soutien, desnudas as pernas e as roupas tombam no chão com a urgência do sentir. Despes-te e vens deitar-te ao meu lado na cama, beijos rápidos e gulosos fazem o reconhecimento de todo o território que exibe a nudez branca do desejo, cruzando gemidos suavemente fundimos calor e tesão, entre as mãos, as bocas, as línguas e a proximidade com que os sexos se esfregam, pressionando-se, colando-se, em busca do êxtase, tremendo e oscilando sobre a pequena cama inundada, nos lençóis entranhado um odor de cio antigo como o tempo, nas voltas de um kamasutra banal sobressai um punhado de orgasmos resgatados do fundo das entranhas por pura mestria e dedicação à arte de foder. A tarde passou-se rapidamente e num crepuscular apelo dou-me como rendida e hasteio a bandeira branca, guardando na memória o teu gemido solto na minha boca.
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Carta Décima-primeira – para a Lupina
 Minha querida Lupina, ainda guardo na memória o broche maravilhoso que me fez derreter em creme na tua sequiosa boca. Chupas com a mestria das cortesãs... ora lambendo com suavidade ora mergulhando pelo caralho abaixo provocando-me gemidos descontrolados. Sabes como me provocar e como me dar prazer.
Depois do nosso ultimo rendez-vous sinto-te cada vez mais minha e em cada entrega vai aumentado a nossa cumplicidade e confiança um no outro. Confessaste-me em conversa que não gostavas de levar no cú, chegando a dizer que nunca sentiste atracção por essa pratica ancestral e que sentias até alguma repulsa no referido acto. Pois esta carta de hoje vai no sentido de te convidar a perderes essa virgindade tardia e a desfrutares das maravilhas da devassidão da entrada traseira. Quero papar-te por trás. Comer-te esse cú bem comido. Para que saibas ao que vens vou descrever-te ao pormenor como penso fazê-lo e caso aceites o convite não poderás, depois de entrares no quarto, recusar qualquer um dos meus avanços ou vontades. Entras, aceitas, és minha, com mais ou menos queixume tudo se passará como agora te vou descrever:
Entras no quarto com vestido comprido, acenado com umas cuecas brancas em sinal de rendição-consentimento. Espero-te nú em cima da cama. Vens beijar-me na boca. Depois sentas-te na beira da cama e levantas o vestido para eu te ver o cú, ansioso por esta nova experiência. Beijo-te as nádegas e dou-te algumas dentaditas para te ouvir outros tantos gritinhos. Depois irás virar-te de frente para mim e despirás o vestido e o sutiã, ficando nua, aguardando pela minha aproximação. Levanto-me da cama e venho sentir-te, abraçar-te, beijar-te. O meu caralho teso encostado ao alto na tua cona faz-te aumentar a humidade existente que por si só, já te deixava enncharcada... escorres perna abaixo e sentes o passear vagaroso do teu rio no leito das tuas coxas, fazendo-te tremer de antecipação...
“Vou preparar-te o cú, para que me possas acolher e dar prazer” digo-te, fazendo-te estremecer mais uma vez...
Deito-te na cama de costas, abro-te as pernas. A tua cona seduz-me, mas hoje ela será actriz secundária nesta peça de sedução-submissão que se prepara para a estreia... Embora a tua excitação seja enorme vou usar um creme lubrificante para que o vai vem do meu caralho no teu cu te seja prazeroso depois da dôr inicial. Sim porque vai doer um pouquinho, esta invasão prometida, mas nada que tu não possas aguentar e desfrutar. Passeio a minha mão em concha pela tua cona húmida e latejante, depois um dedo de alto a baixo, molhando-o e fazendo-te gemer. De seguida coloco o creme generosamente em dois dedos da outra mão. Volto á tua cona, afagando-a e ao mesmo tempo aproximo um dos dedos lubrificados da entrada virgem do teu cú. Esfrego-o bem esfregado, espalhando o creme em volta. Sinto o teu “anel” apertado e começo a enfiar devagarinho o meu dedo. Aos poucos vais consentindo a invasão sentido ao mesmo tempo a outra minha mão passeando na tua cona, desassossegando-te, como tu costumas dizer...
Um dedo todo lá dentro é tempo da fase dois... vou masturbar-te um pouco para depois aos poucos ir enfiando o outro dedo. Começo de volta do teu grelo, sentindo-o inchado de tesão... rodeio-o, esfrego-o em movimentos circulares, fazendo-te gemer e suspirar. Depois meto dois dedos dentro de ti sentindo o teu ponto G também inchado e a precisar de ser massajado. Começo de volta dele e depois directamente, pressionando-o, sentindo-o esvaziar e tu a começares a vir-te... é nesse exacto momento que o segundo dedo da outra mão vai procurar juntar-se ao primeiro. O orgasmo distrai-te dessa invasão e a dor que sentes é consentida pelo prazer que te domina agora a atenção. Com os dois dedos bem dentro do teu cú começa então a fase três... lentamente começo um vai-vem com eles fazendo-te gemer mais uma vez. A lubrificação ajuda a minimizar a sensação de incómodo e de dôr... inclino-os para cima de encontro aquela parede fina interior que separa o cú da tua cona. A sensação é nova para ti mas tu vais gostar, pois sempre gostaste de ter a cona esfregada. Depois de meia dúzia de vai-vens, começas a deixar de sentir dor e incómodo e para tua surpresa sentes-te a tolerar a invasão e a gostar do que sentes. Nesta altura estarás pronta para levares com o caralho por trás. Tiro os dedos de dentro de ti para que te colocar na posição. Coloco-te uma almofada por debaixo das nádegas, peço-te para levantares as pernas. Assim fazes e vens com os joelhos para as tuas mamas, ficando aberta e exposta para mim. Volto a espalhar creme no teu cu, abundantemente. Coloco o preservativo e de novo espalho sobre o caralho, assim vestido com fato de gala, mais uma generosa dose de creme. Coloco-me de joelhos encostado a ti. Depois volto a penetrar-te com um dedo e tu gemes mais uma vez. Um gemido fraco, ficando eu sem saber se de dôr se de prazer-surpesa... ando á volta com o meu dedo, alargando-te a entrada estreita ao mesmo tempo que aproximo o meu caralho da porta desejada. Quando sinto que estás de novo descontraída, retiro o dedo e aponto a cabeça do caralho mesmo á porta do teu cu, pressionado, Soltas um gritinho ao sentires que empurro a ponta para dentro de ti, mas aguentas firme sem fugires, procurando no meu rosto o pazer estampado que te delicía. Uma palmada certeira faz-te descontrair e facilitar a entrada. Quando a cabeça entrar toda eu vou parar de empurrar e vou acariciar a tua cona fazendo-te sentir essa complexidade de sensações onde a dor-prazer imperam.
Quando começares a sentir novamente a sensação do orgasmo a chegar eu vou começar o meu vai-vem fazendo-te delirar com tanto prazer-dor que tu te vais vir em esguichos de luxúria, provocando em mim o orgasmo pelo simples olhar do teu rosto em pleno gozo infernal. E vai ser assim minha querida Lupina que eu vou ter o prazer de inaugurar esse teu cú, tirando-lhe a virgindade que trazias guardada para mim sem saberes.
Aguardo pela tua resposta ao meu repto e aceito qualquer outra fantasia tua por cumprir, em troca desta. Mais uma vez será sem condições. A próxima será toda feita á tua vontade, assim na terra como no céu, onde te sonho de saudades e tesão por cumprir.
 Teu, Pedro
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Carta décima –segunda – para o Pedro
Meu Pedro como sonhas com o meu prazer... adorei a tua proposta indecente, essa tua insistente vontade em me desvirginar lupinamente, excita-me e provoca-me, o que me proporciona um gozo desmedido e fogoso, sustentando as minhas fantasias em lume bem aceso.
Acabava de receber a tua carta e estava a lê-la, quando soa no telemóvel sinal de entrada de mensagem, do Rui, era até tu apareceres, o único homem que me cobria de prazer extenuante, me encharcava a pele da alma de tanto que me fazia suar de orgasmos magistrais, ele tem um fogo na mão e na boca que me incendeia só de me olhar, e revolve as minhas entranhas de tanto prazer que me faz vir sucessivamente só com palavras ao ouvido, sem nunca me pressionar em demasia de exigências, a verdade é que os dois nos completamos, em cumplicidade e intimidade, chegamos a um ponto em que falamos sem falar, e sabemos e sentimos o que o outro quer e deseja fazer, experimentando o silêncio dos nossos corpos.
A mensagem dele dizia: - estou no Porto, posso te ver?
O Rui vive no litoral centro, e por questões de trabalho desloca-se ao Porto assiduamente, e quando se lembra de mim avisa-me, como foi o caso.
Respondi-lhe imediatamente que sim, tinha saudades dele.
Marcamos encontro à beira-mar. Chegamos quase em simultâneo, saímos do carro e abraçamos-nos efusivamente, matando as saudades, pude sentir no seu abraço e no seu beijo a vontade que permanecia intacta e engrossada pela ausência que tínhamos mantido, a ultima vez que estivéramos juntos, tinha sido logo no inicio do ano, pela segunda vez reencontrava mo-nos, talvez para eu lhe agradecer o presente de aniversário que ele me dera, fora meu uma noite inteirinha, todo meu, amando-me loucamente.
Ao ouvido foi dizendo-me: - tenho saudades dos teus orgasmos, de ti toda, mulher!
E é isso que ele me faz sentir, é esse amor de pele e sentidos que me crava nos poros e incendeia de desejo a cada toque.
Entramos no café, e ficamos a olhar-mo-nos pegando fogo, diante do mar, iluminando o ambiente acinzentado, lá fora as nuvens acastelavam-se umas com as outras ameaçando chuva, e o dia esfriado pela falta de sol aumentava o calor nas nossas almas desesperadas por intimidade.
O Rui perguntou-me se podia raptar-me, e sabes, adoro o sorriso dele, o olhar dele carregado de malícia, os olhos dele cheios de mel, olhar cor de mel, fazem-me derreter...
Fomos directos para o motel, e na cumplicidade de quatro paredes matamos as saudades de tantos meses sem nos vermos. Ele dá-me tanto prazer, cobre-me de prazer, extenua-me de prazer, mas nunca consigo render-me, jamais lhe pedirei rendição.
Ele sabe, conhece todos os meus pontos erógenos, adoro ver o rosto dele com todos os trilhos de suor e excitação desbravados, enrugando-lhe os traços, todos os murmúrios e os gemidos partilhados, e o silêncio cravado de pedidos de mais e mais, e as mãos conduzidas nas mais loucas caricias, e as bocas oferecidas a todas as vontades.
Mas nunca fizemos sexo anal. Ontem gozamos por lá perto, rendidos e excitados, brincamos de língua em anal prazer e foi tão cúmplice tão único tão doce, e o ultimo orgasmo do momento de amar foi em masturbação num sessenta e nove desmedido de língua enfiada no gozo anal sugando beijando delirando em estremecimento e êxtase, até nos vir-mos em penetração, fazendo sentido amar-nos.
Sabes, quero os dois. Cheguei a essa conclusão. O Rui dá-me um prazer louco com a boca dele, ainda nunca superado por ninguém, mas tu consegues fazer-me atingir orgasmos simultâneos em penetração, por isso quero ambos, é essa a minha fantasia, ter-vos aos dois.
Um dia destes tenho que vos convocar.
Quero-te muito meu Pedro.

Tua Lupina
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Carta Décima-terceira- para a Lupina

Minha querida e doce  Lupina
Já não me surpreende esse teu desejo e essa tua fantasia de duplicar o teu prazer. Por mim será mais uma etapa neste nosso caminho de partilha luxurioso. Está aceite o teu repto. Até andei a fantasiar com isso nestes últimos dias. Sabes como o imaginei? Um fim de semana a três, motel, hotel, residencial, whatever… No primeiro dia eu e o teu amigo estaríamos completamente á tua disposição, no segundo dia estarias tu á nossa mercê completamente submissa ás nossas vontades e desejos. Imaginei um quarto de hotel com cama de casal, eu e o Rui entravamos antes de ti uns minutos e esperaríamos por ti somente vestidos com um pequeno avental preto. Tu entrarias, sorrias deliciada e vinhas verificar o material por debaixo do avental de cada um e avançavas para perto da cama. Nós aguardávamos pelas tuas ordens e desejos. Chamarias o Rui para te despir. Querias beijos, preliminares e que eu observasse o teu prazer nos braços do Rui. Ele chegaria perto de ti beijava-te a testa, as bochechas e finalmente a boca num beijo de língua profundo apertando-te num abraço musculado de desejo. Depois desse primeiro grande beijo ele começaria o caminho descendente, beijando o teu queixo, pescoço, colo até se abeirar dessas tuas mamas maravilhosas e já acesas de prazer com os bicos espetados de desejo. Vagarosamente desapertava os botões da tua blusa, despindo-ta e deixando-te somente com o soutien da cintura para cima. Tu deliciavas-te tanto com as suas carícias como com as espreitadelas para o meu olhar de desejo de espectador imóvel e com uma inegável tesão por debaixo do avental preto. O Rui voltava á carga e beijava-te os ombros, os braços enquanto te desapertava o soutien, soltando-te as mamas rijas de tesão. Depois era nelas que concentrava toda a sua atenção, ora numa, ora noutra, umas vezes beijando, outras chupando, fazendo-te gemer de prazer. Tu parecias uma estátua de luxúria, tentando a imobilidade e apreciando cada segundo de prazer proporcionado quer sensorialmente quer visualmente. Descobrias agora o prazer que tinhas em ser observada nos teus momentos mais íntimos e mais secretos. Depois de muito te beijar e chupar as mamas, o Rui iniciava novamente a descida tão desejada e ajoelhava-se aos teus pés, beijando-te o umbigo e procurando desapertar a tua saia e retirar-ta para baixo. As tuas mãos vinham pousar na sua cabeça, pois tu sabias o que viria a seguir… ele, depois de te tirar a saia deixava-te em cuecas, parando por um momento de te tocar. Olhando embevecido para o que se escondia debaixo da diminuta peça de lingerie que usavas. Aproximou o rosto, passeou-o por cima do teu tapado monte de Vénus e começou a beijar-te em volta… um beijo abaixo do umbigo, outro mais perto dos quadris, mais outro na parte de cima da coxa… Tu eras a imagem completa do desejo e excitação. Querias a sua boca no teu sexo. Estavas pronta para teres o teu primeiro orgasmo. Eu, a uns metros de distancia deliciava-me com o espectáculo proporcionado, estando também a rebentar de desejo e excitação. Finalmente o Rui destapou-te a cona puxando as tuas cuecas para um dos lados e começou a tortura que tu tanto gostas. Quase com o primeiro toque da sua língua em ti, tu estremeceste. Ele com as mãos abria-te e lambia-te delicado, fazendo-te gemer numa melodia gloriosa de prazer. A língua ora vagarosa percorrendo-te de alto a baixo, a ponta da língua fernetica fazendo estremecer o teu grelo, umas chupadelas meigas nos teus lábios vaginais, outras mais vigorosas no teu clítoris e voilá… Foi rápido a fazer-te vir. Tu estavas mais que pronta e recompensaste a sua dedicação com um orgasmo liquido que o deixou molhado pelo queixo abaixo e que se prolongou no tempo, passando para outro, e mais um… uma série de orgasmos que te fazia gemer, tremer de excitação e que parecia nunca mais querer terminar, até que aos poucos foste afastando a cabeça do Rui do tua fonte inesgotável, para poderes acalmar a respiração e finalmente abrires os olhos deliciada com este primeiro embate onde gozaste como uma rainha. Agora querias-me a mim… dentro de ti… querias comparar… comprovar… qual dos prazeres era maior para ti. Conta-me então como me sentiste e qual dos prazeres preferes…
Teu, sempre

Pedro

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Carta Décima-quarta - para o Pedro

Meu adorado lobinho
Tu sabes como me fazer crescer água na boca. As tuas investidas arrebatam a luxuria do prazer profundo de uma penetração ritmada pela cadência dos beijos sem fim em dança de línguas em êxtase compensadas de fortes abraços que fazem parar o mundo a nossos pés e tiram todo fôlego a qualquer pontuação.
Às vezes deixo-me divagar por suposições, imaginando como seriamos felizes os dois e, quem sabe, o casal perfeito, com todos os temperos da felicidade.
Não resisti a chamar-te dois dias depois do nosso último encontro, tantas já eram as saudades, está difícil mesmo, viver sem estar mais perto, e tu vens sempre a correr como se o tempo fosse somente tu e eu.
O Verão humedeceu tanto, como acontece, quando tu me amas. Levei-te a conhecer umas dunas numa zona quase deserta, longe da cidade. O orvalho da manhã confundia-se com a chuva miudinha que caía na areia molhada cheirando a feno do campo com odor a maresia e a certa altura já não sabias se o areal cheirava a rosas ou a mar.
Sentámo-nos contra a duna frente ao acinzentado oceano, cor de chumbo e fresco, na areia molhada, mal sentindo o frio tal era a temperatura aumentada dos nossos corpos. Ficaste alguns minutos deitado na almofada seios, de olhos fechados, embalados pelo murmúrio das vagas contras as rochas explodindo no areal em ondas de espuma e algas. Deitado sobre o meu corpo abrindo devagar os olhos já as bocas se colavam e as mãos se perdiam guerreando fechos e botões numa batalha de desejo incontrolável, procurando trilhos de intimidade.
Nas tuas mãos sentias-me como o dia, desafiando o tempo e a temperatura, a nossa pele implodia de calor e loucura para se desenvencilhar da atrapalhação das roupas, pondo a nu os bicos duros, e a saia levantada, forrando a cintura, deixava-te baralhado sem saber bem por onde começar, onde te demorares e afundares a boca em beijos que só tu sabes dar.
Procurava-te o falo duro e escaldante, húmido e viscoso, dançava os dedos escorregadios sobre ele e fazia-te gemer, havia areia em secretos lugares, e ríamos desse atrevimento, mas com tanto desejo almejávamos a penetração mais do que alguma vez o tivéssemos desejado, doridos de espera, renegávamos preliminares deixando-nos levar pela aventura e loucura de nos sentirmos assim em liberdade.
Contidos em explodir nesse vaivém desenfreado, deitado na areia encostado à duna, tinhas-me entre as tuas pernas de joelhos, oferecia-te mãos e boca, chovia e cheirava a mar e havia sal e sémen nos cantos da boca escorrendo, e por cima de nós esvoaçavam gaivotas e o silêncio foi cruzado de gemidos de prazer e contentamento de orgasmos líquidos.
O Verão frio arrefeceu o meu sentir e tive vontade de partir e dizer-te adeus para sempre.
Talvez...
Nunca fui sensata em despedidas.
Beijo da Lupina


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