GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

PECADO DOIRADO


Vislumbra enternecido
Meu sonho de ouro
Num só sentido
Teu tesouro

Escondo segredo
Em húmido leito
Apetecida
Clareira louredo
Bosque meu peito
Penumbra da vida
Louros preceito
Sentida

Do meio das coxas entreabertas
Há mil moedas a brilhar
Mil portas secretas
Deixam vislumbrar
Discretas
O mar

Guardo-te os sentidos
A humedecer nas mãos ardentes
Os orgasmos fingidos
Que tu sempre sentes
Dos meus olhos despidos
Ausentes frios e quentes
Mármore liquido magma ouro
Em tuas mãos deixo acontecer
Faço-me quimera vazadouro
Nas mãos do mago florescer
Como flor aresta dócil tesouro
Lentamente a tumescer

Solitária na minha floresta
Corro de ramo em ramo
Dedos enredados
Limando a aresta
Dos cantos recortados
Qual salto de gamo
Sobressaltado
Por seus gemidos gozados
Em profano pecado

Deitada em gozo doirado
Nas mãos molhadas
O ouro escorrendo
Meu deleite consumado
Vou vertendo
Todo pecado
Doirado
musa

segunda-feira, 19 de julho de 2010

MAÇA PECADO

Atrás das montanhas
Pecado vermelho
Nádegas desejo
Maça na mão
Sedução

Firme aconchego
Carinho leito
Os lábios chego
Num morno beijo
Dado a preceito
A boca ergo
Encosto o peito
Sinto a pele
Suor frio
Aroma a mel
Fluidos rio
Ardente loucura
Oferece pecado
A seda pura
Doce rendado
Rubro tesão
Fruta proibida
Mar emoção
A trincar convida
musa

LUA DE MEL

Há uma lua de mel
Nos teus lábios loucos
Uma falua aprisionada
Onde se negam poucos
Quase mundo na tua boca
Montanha nua coroada
Cratera tesa oca
Quimera nada
Mamilo erecto
Desejo
Dois fios de saliva
Beijo
Selecto
Emoção sentida
Gosto predilecto
Desperto
Onde goza a vida
Há sensualidade
Sedução
Sentir
Há humidade
Tesão
Quase vir
musa

SOMBRA AZUL

Uma sombra azul inflama desejo
Chama de óleos intensos
Começam num beijo
Suores densos

Pujança de sentidos
O corpo erguido teso
Os dois despidos
Desejo preso

Os seios túrgidos possantes
As mãos doces peganhentas
Almas dançantes
Nuas sedentas

A flor ardente
Pede a tua
Haste nubente
Segura a lua

Claridade tesão
Corpos incendiados
Chama paixão
Endiabrados

Fluidos frios
Na pele quente
Esboços sombrios
Docemente
Tentação

Colados sedução
Em carícias loucura
Sexo fusão
Delicia ternura
Comoção

Nas minhas costas doce sentir
Teu mastro guloso crescente
E na tua mão meu quase vir
A flor rio prazer consente
musa

sexta-feira, 16 de julho de 2010

FÊMEA CLARIDADE


A sombra sem rosto
Traz a claridade
Dentro de mim
Sem sombra gosto
Na penumbra azul
Unhas cor carmim
Teço pérolas luz
Em voile tule
Seda seduz
E as mãos nuas
Sobre o peito
Fazem dois sois
Duas luas
Sobre luar leito
Fêmea abandonada
A flor oferecida
Cabelos negros de nada
Entrelaçadas contas da vida
Por dentro obscuridade
Tez imaculada
Nudez obscenidade
Pele acetinada
E a rubra rosa escondida
Humedece
Pela sensualidade
Sentida
No corpo nu endoidece
Prazer flor perdida
Vaidade
Tece
musa

quinta-feira, 1 de julho de 2010

FLAMA AZUL

tenho a flor em chamas azuis entumecidas
lábios que sangram de húmida dor secura
afluxo sangue  às mucosas enraivecidas
de tesão dominado por voltagem loucura

nervuras espasmos em tórrida excitação
uma fome negra a esvair-se sexo vontade
desejo formando cratera lava em ebulição
torrente rio esmegma fluidos ansiedade

margens vulcão acordado em meigo sentir
boca do corpo que se abre de par em par
doces ondas enfurecidas num quase a vir
orvalhados sentidos querendo ser um mar
musa

BOCA AMORA

Lábios negros amoras provocantes
Pétalas púrpura de orquídeas selvagens
Traços boca de contornos insinuantes
Águas loucas em pérfidas voragens

Sangue seco sobre terra de Siena cor
Pintura estalada em agreste moldura
Doces lábios gretados intempérie de dor
Onde tempo rubi brilha estranha loucura

Beijos ensandecidos húmidos sensuais
Exótica flor oferecida em carnudos veios
Pecados imaginados consentidos carnais
Pousados esses lábios vermelhos seios
musa

ASAS

Asas pelos meus sentidos
Insinuam-se na pele tentações
Cada poro estremece de loucos gemidos
Como se corpo nu fosse muro de lamentações

Imaculada em branco recato
Desnuda branda nudez
Termina o seu acto
Pura embriaguez

De joelhos em transe malícia
As asas abertas de olhos fechados
A cabeça pendendo em jeito molicia
Segredos ardentes de penas incendiados
musa

segunda-feira, 28 de junho de 2010

CORPO DE BEIJOS

Num beijo mesclado de serenidade lunar
Alados beijos de asas refrescadas lanço a teus pés
Um matinal beijo perfumado de fresca brisa do mar
Corro de beijos teu corpo nu de lés a lés

Aliso leito onde despido tomaste meu corpo ardente
De beijos surpreendido poro a poro em meu feitiço
A pele humedecida lavraste de língua docemente
Entre os dois fogo aceso num brilho olhar mortiço

Amo a tua boca desses beijos loucos ávidos molhados
As tuas mãos que me tomam em grandeza de emoção
Os nossos sentidos nós loucura tórrida trespassados
Desejo vontade ternura possuídos num eterno tesão

Sabes todos os segredos pele a pele fendido nosso ser
Penetras entranhas vulcão rios de intensa sedução
Levas-me em céus em paraísos em infernos de prazer
Terra amor invades corpo alma em absoluta paixão

Sei que tempo e sentimento unidos estão em laço distante
Sou fugidia como sal tornado doçura num abraço despedida
Sei que feneço voo desapareço deixando triste meu amante
Porque o amor não sobrevive à ternura ausente desta vida
...
musa

terça-feira, 22 de junho de 2010

DESPEDIDA

Os meus dias são feitos dor sentida
Que queima a alma sensível fogo
Dilaceram a carne frágil entorpecida
Casco de barco em braços de lama e lodo
Naufraga fundo todo um ser que clama
“És o meu fogo brando
Que inflama desassossego
Quando desejo se aninha
Em bando de beijos que ergo
Na fenda orvalhada
De sentir…”
Beija como quem ama
e… parte sem se despedir…
Cansada… de um tempo instável
Que não é mais meu
De horas em sentir insaciável
Que teu tempo nunca me prometeu
De dias que me têm no seu sentir
Afasto-me do que inebria meus sentidos
Deixando-me levar deixando-me ir
Levo esses momentos injuriados e feridos
Parto em isolamento por querer
Não por que a nada me sabes
Mas que por cansaço me deixo vencer
Mas por que por dentro me ardes
E possa eu deixar-te inundar-me toda adentro
Ocupando tudo o que há por preencher
Alisas arestas limas traços
Recortas-me de um tempo
Em que largas amarras cordas laços
E eu que de imperfeições sobrevivo
Sem nunca ter estado nos teus braços
Já tanto te amei e já fiz amor contigo
Possas um dia compreender
Esse meu silêncio
Entender
Remetida ao cansaço amordaçado
Até porque gostei de te conhecer
Possas talvez estar ao meu lado
Até porque dos tempos um dia
Eu fiz de tudo por te merecer
Até sempre e sempre faria
Talvez a viuvez dos meus sentidos
Te reencontre de novo em mim
Dos meus olhos lábios tidos
De beijos de mãos que se tocaram
Em desassossego e frenesim
Se prometeram e se apaixonaram
Sem culpa e sem compromisso
Onde tempo parece ter parado
Onde amor sempre foi omisso
E dentro de nós ficou guardado
Para contemplar teu olhar
Esteio da minha alma
Para um nunca mais amar
De ingrata lividez e doce calma
Guardo prado onde nunca estive
Sacio saudade que me fica no peito
Confesso esta paixão que não contive
e… a dizer-te a ter-te…
amei-te do meu jeito

musa

sábado, 12 de junho de 2010

PIÉTA DESEJO


QUERO O TEU CORPO TODO
QUAL PIÉTA DO DESEJO
QUERO TUA NUDEZ
TEU BEIJO
A TEZ
MORENA
LOIRA
BRANCA
ORIENTAL
A BOCA PEQUENA
OLHAR FATAL
AS MÃOS DECALCADAS
NO TEU CORPO VERSO
E O DESEJO IMPRESSO
ESCORRENDO SUOR
DE EXCITAÇÃO
AS CARICIAS PROVOCADAS
DA QUIETUDE O REVERSO
O FRIO E O CALOR
DO TESÃO
TREMER DO TEU CORPO INTEIRO
COLADO AO MEU
AS PELES DESLIZANDO
OS CORPOS SUANDO
EU TUA MUSA
TU MEU COMPANHEIRO
JUNTAMOS TUSA
TINTA DE PENAS
NO MEU TINTEIRO
MOLHAS A PENA
NUM RASGO CERTEIRO
DÓCIL SERENA
DEIXO TE SER
DOS MEUS LÁBIOS POETAS
RIMAS DE ESTROFES SECRETAS
EM VERSOS LOUCURA
QUASE A ENDOIDECER
DE TANTA SECURA
POR NÃO TE TER
musa

quarta-feira, 9 de junho de 2010

POR UMA AUSÊNCIA

(... DIZ-ME QUE NÃO SONHEI... DIZ-ME QUE O CHEIRO DO CIO REGRESSADO...  É PÁTINA DE VELHOS TEMPOS REVIVIDOS NO NOSSO INSTANTE DE ONTEM...)


Na tépida manhã desfalecida
Banhada de ímpar luz astral
Olhar abre-se para a vida
Comunhão carne mental
Desprende-se suave beijo alado
Em fios de tentação vencida
E o sonho encontrado
É a verdade sentida
Apetece-me algo intenso
Arrebatador
Húmido
Apocalíptico
Sentidos em fogo
Voraz
Tão provocador como o sonho
Que acabei de ter contigo
Viver-te
Que tanto me apraz
Querer-te
No nosso abrigo
Dormitava no teu regaço
Amante das névoas de Hipnos
Que segurava o meu cansaço
Tacto afago na plenitude do sentir
Sonhava
Sonho bailando pálpebras a sorrir
Envolvida no teu doce abraço
Diz-me tu…
O que fazias de gatas e de joelhos
Nesse momento sonho
De sentimentos velhos
De que me componho
Explica-me para que eram as velas
E as ameixas
Velha patina de aguarelas
E… sempre as mesmas deixas
Num jogo de sombras
A luz das velas
Iluminava a fenda
Escorrida de néctar
Rubro de ameixas
Num jogo de entra e sai
Sem ensaios e sem emenda
Poder sentir-te
Com todos os cinco sentidos
Sem pedir-te
Sem palavra que ofenda
Sem gestos fingidos
Vieste ao chamado do sexto sentido
E o que me pediste…
De olhar em súplica perdido
Barbara… deita a tua cabeça no meu colo
Impulsivamente respondi não
Chamamento a solo
Violinos que tocam suave paixão
Era o sonho tornado demasiado real
Foi o que sonhei contigo
Sonho intenso descomunal
Deixado transparecer
Sem que desejado fosse
Mas aprisionado contigo
E tu…
Vieste ao meu encontro
Voltando a ser…
O meu eterno e doce
Abrigo…
musa

sábado, 29 de maio de 2010

AO PECADOR

na sombra luminosa 
de teu sagrado feitiço
fome voraz caprichosa
manjar ardente e viço
voltejava luz mel puro
pingando do teu florete
turgido possante duro
entre seios no corpete
em dóceis mãos de seda
de muso ao meu serviço
ardia em doce labareda
dizeres do frontispício
sentia-me deliciosa mesa
desse teu supremo banquete
de pele quente tusa e tesa
na tua boca louco minete
e a natureza providenciou
suas colinas de pele macia
como prado seda em verde tom
seios firmes poema encantou
de palavras sentidas poesia
pois Santo Antonio lhe deu o dom...

...
musa

terça-feira, 18 de maio de 2010

PRAZER HÚMIDO

Comecei no teu olhar
húmida gota perdida
deslizando a brilhar
cheguei ao ponto de partida


Na tua boca cresci de beijos quentes
num bailado de línguas sequiosas
enroladas húmidas ardentes
em doces danças desejosas


Água em fogo salgada
mil poros foram crescendo
outras gotas da gota provocada
na húmida pele foram nascendo


E a nascente de prazer explosão
língua a língua tacto a tacto
foram engrossando caudal tesão
até representarmos o primeiro acto


E do ribeiro de nós dois
tal a fome de corpo e alma
margens transbordamos para depois
nos amarmos em pleno gozo e calma


Rio já somos colados um no outro
pele com pele fundida liga aço
deste amor prazer que nos sabe a pouco
na turbulência leito onde rio me faço


E chego ao mar na foz do teu querer
de doce a salgada pelo prazer atingido
morro-me água do orgasmo viver
em oceano loucura pelos dois sentido


Água imensa em corpo paixão
espelho azul ninho de outros olhares
brincas flor de lótus tímida sedução
carícias preliminares vagas cansares


Provocas convulsivo rio enchente
múltiplos orgasmos em teu mastro teso
incendeias clitórico fogo lentamente
desmedido prazer em teu olhar preso


Meigo tesão em fúria incontida
somos ribeiro rio mar fusão
sensualidade líquida desprendida
em gotas prenhes orvalho provocação
...
musa