GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

quarta-feira, 8 de junho de 2011

CAFÉ DA MANHÃ

Levo-te o café à boca
A noite parece ainda dormir
No umbral do teu olhar
Parece ainda sentir
Belo intenso madrugar

O gosto da madrugada
O chilreio dos pardais
A manhã já clareada
Luzindo gume de punhais

Onde foi que nos pedimos
Onde foi que nos perdemos
Os olhares que nos sentimos
Os beijos que nos demos
As palavras que gostamos tanto
As âncoras os nós os remos
Perdidos de riso e pranto
Por tudo que ainda temos
Por tudo o que já tivemos


Os beijos que amanheciam
Em vale de lençóis floridos
Nossas bocas se pediam
Em olhares enternecidos

Mãos cortando o silêncio doce
Presos gestos na escuridão
Como se ainda a noite fosse
A esconder nossa paixão

E o café dessa manhã
Fica na mesa a arrefecer
Madrugada doce avelã
Que nos faz acontecer

Da tua boca lábios romã
Trazes de noite a tua fome
A pele sabor canela e romã
A romper o dia que ainda dorme

Pele que eu sacio sem saber
Ternura que me sabe no peito
Bebo-te café aroma prazer
Em cafezais no nosso leito

Sacio loucura na tua sede
Quanto mais amo mais louca sou
Dominada inteira na tua rede
Sou companheira e a ti me dou

Não sei se vivo se vou morrer
Ainda a madrugada acontecia
O café já não pude beber
Pois tua pele me arrefecia

Em calor ardente dócil distante
Tinha o dia em mim a começar
O sol rompia como amante
Da noite que amei e estava amar
musa

LAMENTOS DE BOCA

Da boca lanço a vontade
Em rosada liberdade
No desfiladeiro sensual
Mordido beijo fulcral
Dos teus lábios sentidos
Escorrendo bruma docilidade
Os edílicos prazeres rendidos
Da boca uma eternidade
Lamentos sussurros bramidos
Em dócil intimidade
Dos lábios serenidade
Orquídea língua rara
Na escarpa escondida
Colorida arara
De penas florida
Fina humidade
Rebelde candura
Riso selvagem
Provocante brandura
Doce saudade
Mansidão loucura
Libertinagem
Doçura
Do teu ser
Em mim

Lamenta vontade consentida
Todos os beijos dados de boca
Onde eternizo vãos momentos
E me rendo toda perdida
Desse desejo sem fim
Que me põe quase louca
Escorrem meus pensamentos
Dos meus lábios carmim
São preferidos sentimentos
Minha flor suavidade
É da boca felicidade
Em nervuras de prazer
Do tanto que já beijei
Em tantas bocas florescer
Pelos lábios eu me dei
Outros desejos despertei
Água deixei escorrer
Fui nascente de outras tantas
Não sei mesmo de mais quantas
Eu vivi para morrer
Em beijos de bocas molhadas
Eu senti o beijo distante
Provei do beijo amante
De outras bocas já cansadas
De outras bocas amargadas
Em doce lábios fui cantante
De beijos loucos proibidos
Onde tive meus sentidos
Num beijo fulgurante
musa

terça-feira, 7 de junho de 2011

CORPO DE MEL

Há uma colmeia em meus dedos
Dança em meu olhar fantasia
Sou abelha no seu favo
Na tua boca me perderia
Deixaria meus segredos
Do seu mel eu tiro um travo
Zumbindo por essa luxúria verde
Nos seus lábios mato sede
Gosto amargo doce bravo
Tuas mãos são minha rede
Carícias dessa colmeia
Onde teu fogo me ateia
Me faz queimar de doçura
Me faz perder nessa loucura

é por causa do seu mel
homem doce

quero lhe dar esse mel na boquinha
lambuzar-me em sua pele
nessa boca pequenina
que de tão doce sabe a fel

tu me desinquieta quando me fala assim...
 ai que vontade…
mel saciedade
quero ver essa língua esticada só para lamber meu mel

te encosto na parede... desço as mãos em suas coxas escorrego à sua frente...

hummmm e que mais…

faço um gesto indecente…
dos mesmos dedos mortos de sede
em que gastos orgasmos procuram caminho
ensino aos lábios esse carinho
a boca no seu mel se lambuzando
a língua em círculos se deliciando

e carne com carne gozando

e tudo mais pode acontecer
dois seres enfeitiçados
em insano e louco prazer
 por instantes consagrados
num dócil dever

para morrer de doce loucura contigo...

utopia não sinto quimera
não desejo alquimia
consinto do tanto que quero o teu beijo
faz do meu corpo primavera
verde selva em poesia
 no corpo inteiro
gasta o desejo
a fantasia
beijo gostoso e sem pressa
na tua boca me perderia
é a vontade confessa

assim tu me fazes arrepiar

tua carne tua alma uma promessa
de ternura excitação
que eu preciso dominar
 minha nobre emoção
em ti muito depressa
sim…  beijo profundamente...
como que sugando tua alma

e o teu querer me acalma

sonho essa nossa paixão
sentidamente

quero-te
querer guloso corpos suando
olhares delirando
bocas se beijando
sentido decoroso
que em tudo permitido
num doce beijo delicioso
num só sentido

e eu já sinto teu cheiro em mim

pele branca com travo de maresia e cheiro a rosas
 sobre seu peito em fantasia de crioulo cheiroso
danço minhas poesias rodopio minhas prosas
a sal e mel gosto entranhado em tua minha pele
esse teu querer-me enfeitiçado
 faz ter-te no meu cio
guardado...

quero lambuzar minha cara no teu mel
e depois deixar-te lamber meus lábios molhados de ti

jamais senti o que senti

quero rastejando igual serpente
sobre o teu corpo molhado de cio
lamber-te a pele quente
a cada travo sentir o frio
metal que minha língua afia
para sempre e todo o dia
te querer ainda mais

todo dia, todo dia

todo o dia cheirar-te o rasto
e dominada pelo seu cheiro
fazer do teu corpo meu pasto
potranca esfomeada por seu sexo inteiro
em teu cavalgar abocanhada
dócil ganadeiro
e eu como hábil garanhão
abrindo tua fenda com meu mastro erecto
 domino-te com meu tesão
nesse teu desejo desperto

arqueando dorso excitada
deixo-te ferrar meu desejo
fêmea ágil dominada
por um único beijo

te quero
minha amada
vou partir
mas vou cheio de ti
já te pude sentir
onde nunca te pedi

e eu fico contigo
beijo em teu favo de mel
 sereno esse teu abrigo
onde me faço em papel
a cada poema lavrado
em sentidos poesia
deixo meu gosto guardado
nesta nossa fantasia
musa

domingo, 5 de junho de 2011

AMNIÓTICO PRAZER

Em útero desejo
Águas calmas
Corpos unidos
Nas bocas beijo
Duas almas
Uma só pele
Consentidos

Húmidos
Entranhados
Fundidos
Ligados

… do cio orvalhado na ponta dos dedos que rasgam orgasmos

O rio entranhado na secura da pele

… dos olhares sensuais em obscenidade plena

Os segredos tidos afiados punhais último acto de cena

No palco dos sentidos gozamos de prazer
Molhados perdidos deixamos acontecer
É um rio de emoções em plenitude ardente
Tacto a tacto de paixões que falo e flor em amor consente
Em amniótico querer húmidos quentes colantes
Gememos gritamos falamos loucura obscenidade
Num sentir num terno vir fazemo-nos amantes
Eivámos como dois seres contaminados de vontade
Em nudez transcendental
Pela via natural
Matamos a saudade
De gozo fulcral
Em meigos prazeres
musa

sábado, 4 de junho de 2011

DEDO DELÍRIO

… tu pões-me louco…
E eu danço nessa tua loucura
… imaginar-me a lamber-te…
meter um dedo dentro de ti…
… sabes que gosto de te fazer isso
… depois metê-lo na minha boca… sentir o teu sabor…

Há um gosto preso de odor
Aceso cheiro a entranhas excitadas
Aroma que na tua boca amanhas
Cio cruzeiro que guia meu corpo terra
Lavrado com o arado da tua boca
De papilas flamejantes exaltadas
Pelo orvalho doce tombando na serra
Dos dois picos que me deixam louca
Onde de olhar tapado tua boca não erra
Essa humidade que não é pouca

E de olhos vendados sentindo meu cio
Na ponta do dedo gosto de loucura
Sobre o teu lábio seco macio
Dando a provar doida ternura

Sentada sobre o teu peito
Sentes humedecer
Flor em prazer
Tua pele
Meu leito
Escorre mel
Onde me deito
E sou-te fiel
Do meu jeito
Esse doar
Paixão
Furacão
Tesão

Sobre o teu peito começo a amar
Teu corpo marcado de território meu
Impregnado fluidos afluentes
De aroma cio teu
Húmidos e quentes
Rio consentes
Escorrer
Prazer
Sentes
musa

sexta-feira, 3 de junho de 2011

CHAMAMENTO

Chamo reclamo grito lanço uivar
Do meu cio emano doce soluçar
O corpo inteiro ao teu rendido
O meu tesão ao teu sentido

Quero-te meu Marquês louco corsário
Pirata cruzando meus mares de prazer
Velas negras desfraldadas mastro temerário
Vigilante armada de tão doido querer

Em tuas águas navego
Fazes correr rios de mim
Entres as minhas mãos ergo
Teu mastro meu festim

Pulsante sentido colado
Navegar em doce sal
Todo corpo suado
Seios entesados
Tesão corporal
Bicos elevados
Sentir magistral
Tuas mãos remos
Minhas mãos lemos
Em nós navegamos
Nos fazemos prisioneiros
Corpo a corpo nos beijamos
Sensualidade provocamos
Dois piratas guerreiros
Nossa vontade ousamos
De insanos prazeres
Em mar de luxúria tesa
Alimentamos chama acesa
De intensos viveres
Rubros quereres
Amamos
musa

GELO MIRIADE

apetece-me escrever poesia com a tua pena
sobre o meu corpo moreno suado
inspirar-me com as tuas mãos
deleitar-me com a tua boca
com o teu olhar sentir-te
molhar a tua pena
no tinteiro profundo
da minha garganta
escorrer tua tinta leitosa
sobre os lábios incendiados
os meus sentidos pele com pele
escrevermos o poema… a sós

Eriçada púbis do umbigo à flor
Mil diamantes gelados
Inflamam calor
A começar
Nos lábios

Fazem vibrar de tesão
Soluçar trémula pele
Afoguear tição
Brasa acesa
Chama presa
Favo de mel
Cubos de gelo
Fantasia
Eriça o pelo
Sinfonia
Doces gemidos
Dançam sentidos
Começa a derreter
Mãos mais quentes
Envolvem prazer
Escorrem afluentes
Da gruta molhada
Cio carvão
Quase incendeia
Louco tesão
Meu fogo ateia
Vibra loucura
Calo meu grito
Sacio secura
Termino infinito
Brados de prazer
Recomeça procura
Querer mais e mais
Espanto emoção
Orgasmos colossais
Fazem sensação
Teu grito de guerra a me excitar
Curvas sobre vontade
Fazes-me vir fazes-me gritar
Explodir com saudade
Fazes-me sentir
Gelo miríade
musa