Tenho dentro de mim uma rosa de esquina amordaçada
A fogosidade da noite e da rua
A decência e a virtude despedaçada
O cansaço a timidez e a alma nua
Essa nudez desfaçada
Que a carne por gozo e dor sua
Por mais que não queira e não faça nada
Sou flor desabrochada
A boca pérfida no botão
A língua de sêmen manchada
A mão na haste excitada
Onde goza a sedução
O peito aceso paradoxo de luxúria prometida
O sonho preso aos caminhos da perdição
Na vivência prostituída sem querer
A vida me deu esse prazer
Pelas ruas corpo e alma vendida
Em becos surdos de solidão
Não há gritos nem gemidos
Na surdez da vida
Nos devaneios sentidos
Rosa em flor de pétalas orvalhadas já sem brilho
A lua conhece o trilho
As manhãs cansadas
As mãos esgotadas
O olhar florescido
O ser perdido
...
musa
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