GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

domingo, 13 de fevereiro de 2011

LEITO DO AMOR

Vou ensinar-te o leito do amor
Fazer poesia sobre a cama
Erguer altar esplendor
Acender a chama
Da paixão

Vou incendiar-te de emoção
Humedecidos teus olhos belos
Enlaçados todos os elos
Sobre o leito espalhar velas acesas
Pétalas perfumadas de rosas vermelhas
Sobre a cama outras tantas surpresas
E o meu desejo de vontade espelhas
No imaculado leito provocação
São os meus olhos essas presas
Que tu amarras coração
Loucamente aprisionado
Nessa sedução
Apaixonado
musa

sábado, 12 de fevereiro de 2011

ORGIA ILUMINADA

Ensina-me teu caminho de luz
Pelo chão trilho de velas acesas
Num turbilhão o meu me conduz
A um destino de vontades presas
Que de loucos desejos me seduz
A um ninho de surpresas

Que meigo ritual fantasia
Essa tua estranha orgia
Provocando poesia
Em meus sentidos
Tão decididos
Por ti

Caminho descalça
Ali e aqui
As roupas caindo
Vou-me despindo
Tiro a calça
A camisola
Quase nua
Pronta a ser
Somente tua
Por prazer
Nua e crua
Dou-me

No teu pensamento sou-me
Caminho de nuances e sinais
Destino de sentidos desiguais
Pelo chão de velas a arder
Começo no corpo a acontecer
Em humidade tesão florescer
O que de paixão e prazer
Me deixo em mim ter
Iluminada
musa

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

PELE DE FOGO

Num círculo de labaredas
Cerca-me teu corpo ardente
Um soluçar de sentidos
Insistente gracejar
Fúria de chamas
A crepitar

Línguas de fogo rondam
Tua nudez arder
Desmedido prazer
Minhas mãos mondam
As ervas do fogo lento
Num olhar atento
Vigiam chamas
Que desejo
Inflamas
De beijo
Quente

Queimo delinquente
Na pira da tua pele fogueira
Consome-se de qualquer maneira
Arde devasso e delicado
O poema que sente
Teu corpo pecado
De gozo demente
Incinerado

Quase em brasas cinzas frias
Tal essa doida combustão
A pele estala de estrias
Na loucura do tesão

Delírio explode em chamas
Voraz martírio inflamas
No poema de vontade consumido
Corpo envolto em labaredas
Num desejo consentido
Pelo prazer enveredas
Doido perdido

Fogo ateias
Ao toque da derme
Chamas incendeias
A pele treme
Excitação
Sedução
Paixão
musa

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

VELADA SEDUÇÃO

Ela é tão mulher nos meus poemas

Quase uma insana prece velada
Chega a ser teoria e teoremas
Em sabedoria declamada
Cobre-a um manto de sedução
Essa cor de sangue aberto
A escorrer ferida paixão
De corte incerto
Quase transparência
Rubra essência
Traz o fulgor de intrépidos devaneios
Essa nudez resguardada do que sente
Por detrás do manto esconde os seios
O seu sexo húmido em desejo ardente
Queima-lhe em fogo e toda ela delira
Como se o manto caíra
E ela não soubesse
Poros abrem-se em valados de suor
Nua uma aranha tece

Na sua pele salgado sabor
Seda quente e doce
Como se fosse
Amor

musa

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

PROVOCO... eu sei...

Sou as palavras não ditas
Que a escuridão encandeia
Essas vozes malditas
Que sedução incendeia
A boca baton de pecado
Lábios carnudos avermelhados
O grito apregoado
Desses dizeres incendiados
Sou o fogo da sensualidade
O beijo da imortalidade
Em tímida excitação
Louca provocação
Ínfima verdade
Da emoção

Provoco
Eu sei

Nos lábios coloco
Tanto desse tesão
Pois de gozo já amei
Esse servo inspiração
E de murmúrios cantei
O poema sem refrão
O verso vermelho rimado
Com lábios sedutores
Boca de rasgo ousado
Trémulos inspiradores
Lábios finos abrasadores
Indomáveis predadores
De poesias paixão
De poemas sedução
musa

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

GOZO ALÉM-MAR

Tão longe que estás de mim
Águas esmeraldas nos separam
Terra de além-mar sem fim
Que quantas lágrimas choraram

Virtual sentido que fere luxúria meu olhar
Impressões digitalizadas de cio ardente
Fica esse deleite preso no teclar
Que a internet nos consente

Perco-me nas palavras produzidas
Onde derramamos doce tesão
Entre o amor e a paixão
Deixamos acontecidas
Nossas liberdades
Excitação

Pedida em gozo inocente
Rendo-me aos teus caprichos odor
Deixando-me nessa amurada onde sente
Toda a virtualidade do nosso amor
Impregnando a alma e o corpo vibrando
Como se na realidade nos estivéssemos amando
Entrego-me de costas sobre o teu peito
E faço-me tua nesse ecrã meu leito
Fazendo-te sentir suave seda doçura
Nessa provocação quase loucura
Os dois sentimos corpos desinquietados
E quase sinto morderes-me a nuca ofegante
E em rebelião nossos sexos desassossegados
Excitação em mãos dóceis delirantes
Instantes desesperadamente aguardados
Nos fazemos além-mar eternos amantes
Prometidos e apaixonados
musa

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

FIM DE CENA

Meu corpo o palco da cena
Já tombadas as cortinas
Ficam as rosas na arena
Incógnitas clandestinas

Permaneço na escuridão
Secretamente resguardada
Nas escadas as rosas pelo chão
A lembrar a cena malfadada

Fui tão mulher no palco escurecido
Declamei com a voz rasa d’água
No olhar todo o meu choro consentido
Aflorar a pele feita madrugada
A voz engasgada timbre gemido
Num só sentido feito de mágoa
Todo meu canto comprometido
A brotar em pranto da voz calada

Ficaram nos ouvidos
Incessantes ovações
Murmúrios acossados
Gritos destemidos
Tristes lamentações
Assobios provocados
Olhares perdidos
Risos desmandados
Dementes lascivos
Deprimentes
Cativos

Fim de cena no meu ser
Tão de mim transparecer
Lágrimas tombam o pano
Escondem meu emudecer
Esse desgosto tamanho
Assim deixado acontecer
Porque a voz pranto poesia
Ainda que doido prazer
É pura melancolia
Representada no ser
musa

domingo, 6 de fevereiro de 2011

CARICIAS

Ainda crisálida
Em tuas mãos seda
A pele pálida
Vira meda
Monte

Fina a fronte da tua pele palha
É escarpa dos teus sentidos
É véu que coalha
Toques tidos
Pelas tuas mãos labareda
A seda meda
Da crisálida rompida
Fazendo-me sentida
Borboleta sobre a tua pele
Mel humedecida
Derme perdida
Às tuas carícias
Doces delícias

Com que me fazes soltar
Do sensual casulo
Que devagar
Vens rasgar
E amar

Sensações em que me anulo
Sobressaio e ganho asas
Liberto-me prisioneira
Em mansas brasas
Viro fogueira
Arder

E numa carícia prazer
Provocas
Rio humidade
Na pele invocas
Sensualidade
Despertas
Sedução
De asas abertas
Voas paixão
Voas carícias
Voas ilusão

Sou uma borboleta na tua pele
Solta do teu casulo derme
Sou-me asas de papel
Onde sexo treme
Excitação
Carícias
Incitação

Ao amor de pele
musa

sábado, 5 de fevereiro de 2011

GOZO DA ALMA

Hoje apetece-me enlouquecer-te
Na anatomia das palavras nuas
Fazer dos teus sentidos
Berço do gozo
Horas tuas
Querer
Ter-te

Apetece-me aquecer-te a alma
Em chamas cruas a florescer
Em fogueira de sonhos
Em divinos dizeres
Insanos prazeres
De desejo

Hoje apetece-me despir-te
Em sensual consentir-te
Tirar-te a imaginação num só beijo
Da tua transcendental vontade
Apetece-me ser sexualidade
Em teus nobres sentidos
Feitos humanidade
E sentimentos
Consolidados
Consentidos
Conscientes
De tudo

Hoje apetece-me ser-te absurdo
Violada em teu inconsciente
Despojada de versos
Desflorada poema
Desnudada
Universos
Nus

Sem as palavras dos versos da poesia
Permaneço virgem nos meus escritos
Nua de toda e qualquer fantasia
Nada transpareço nesses descritos
Feitos à margem de todo o poema
Continuo ainda menina pequena
Dando seus primeiros passos
No sentir desses regaços
No colo desses gozos
Na arte consciente
Desse domar
De sentidos
Divinos
musa

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

PELE DE SOL

Trago um sol de pele comigo
Vestida de amarelo sorridente
Excita-me esse calor incontido
Por debaixo da roupa ardente

Escorre salgado doce quente fluido
Os seios erectos bicos desprendem-se
Emoldurando de humidade o tecido
Em tesão emergem desentendem-se

Dessa pele acalorada em loucos desejos
Formam-se desvairados olhares vadios
Muitos são os que me têm dada de beijos
Num calendário medem-me de desafios

Serei essa morena real apetitosa gentil
Doce de muitas vontades por inventar
Essa dona de amarelo de gozo peitoril
Que me consegue domar desassossegar

A morena de amarelo em jeito desinquietante
Quantos a olham imaginando doidos prazeres
Quantos a desejam como amada musa amante
Ficam sonhando essa provocadora de afazeres
musa

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

SAPATOS VERMELHOS

Salto alto
Cume de vaidade
Torre de mistério
Pano de palco
Liberdade
Sedução
Paixão
Enigma de verniz
Salto agulha
Stilleto condiz
Com faúlha
Meu predilecto
Sapato de bico
Alto discreto
Teu mastro suplico
Junto ao meu em carícia
Meu falo duplico
Cor de estrelícia
Meiga delicia
Salto alto
Vermelho
Do tornozelo
Ao joelho
Em ti glorifico
Glamour
Te dedico
musa

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

VESTIDO VERMELHO

São longas as vestes
Que adornam corpo
De vermelho vestido
Ousado sentido
De olhares me despes
Vermelho tingido
Em pálidos lábios
Verde olhar

Sei-me tua sede
Manso naufragar
Em língua solta
Poesia na boca
Alma a salivar
Corpo a versejar
Rubro manto
Cobre-me tanto
Que nudez
Assim vestida
Pura lividez
Parece traída
Prece poema
Puro dilema
Em rimas de vermelho
Pregas folhos nervuras
Teu olhar meu espelho
De tecido sedoso e leve
Escondo minhas loucuras
Que de prazer me deve
Teu corpo por inteiro
Tua boca afaimada
Meu corpo braseiro
Minha boca pintada
Vestida de carmim
Gozo olhar esverdeado
Rubro cetim
Louco incendiado
Deixa transparecer
Louco prazer
Endoidecer
musa

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

DELICADEZA PLANTAR


O sol acariciava meus pés
Através da vidraça
Obliqua revés
Minha raça
Morna tarde
Chama que arde
Aquecia-me
Alumia-me
De luz

Sensação que produz
Delicadeza plantar
Suavemente beijada
Pelo sol amada
Língua de fogo molhada
Parece me torturar
Invade espaço entre os dedos
Desce e sobe infinitamente
Contando mil segredos
Meus pés beijados sofregamente
Sentidamente perdidamente

Sentido esfuziante
Absolutamente inesperado
Meus pés no colo do amante
Em dócil prazer renovado
A cada delicioso instante
Dedo a dedo massajado
Num ritual delirante
Num ritual latejante
Num ritual ofegante
musa