GRÃO DE MALÍCIA

A minha foto
Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

FIM DE CENA

Meu corpo o palco da cena
Já tombadas as cortinas
Ficam as rosas na arena
Incógnitas clandestinas

Permaneço na escuridão
Secretamente resguardada
Nas escadas as rosas pelo chão
A lembrar a cena malfadada

Fui tão mulher no palco escurecido
Declamei com a voz rasa d’água
No olhar todo o meu choro consentido
Aflorar a pele feita madrugada
A voz engasgada timbre gemido
Num só sentido feito de mágoa
Todo meu canto comprometido
A brotar em pranto da voz calada

Ficaram nos ouvidos
Incessantes ovações
Murmúrios acossados
Gritos destemidos
Tristes lamentações
Assobios provocados
Olhares perdidos
Risos desmandados
Dementes lascivos
Deprimentes
Cativos

Fim de cena no meu ser
Tão de mim transparecer
Lágrimas tombam o pano
Escondem meu emudecer
Esse desgosto tamanho
Assim deixado acontecer
Porque a voz pranto poesia
Ainda que doido prazer
É pura melancolia
Representada no ser
musa

Sem comentários: