Já tombadas as cortinas
Ficam as rosas na arena
Incógnitas clandestinas
Permaneço na escuridão
Secretamente resguardada
Nas escadas as rosas pelo chão
A lembrar a cena malfadada
Fui tão mulher no palco escurecido
Declamei com a voz rasa d’água
No olhar todo o meu choro consentido
Aflorar a pele feita madrugada
A voz engasgada timbre gemido
Num só sentido feito de mágoa
Todo meu canto comprometido
A brotar em pranto da voz calada
Ficaram nos ouvidos
Incessantes ovações
Murmúrios acossados
Gritos destemidos
Tristes lamentações
Assobios provocados
Olhares perdidos
Risos desmandados
Dementes lascivos
Deprimentes
Cativos
Fim de cena no meu ser
Tão de mim transparecer
Lágrimas tombam o pano
Escondem meu emudecer
Esse desgosto tamanho
Assim deixado acontecer
Porque a voz pranto poesia
Ainda que doido prazer
É pura melancolia
Representada no ser
…
musa
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