A cada noite uma cilada
Desespero ser tua amante
Até que venha a madrugada
Longa espera consente dolorosa
O meu corpo a queimar de desejo
A pele consumida ardente fogosa
Já a imaginar da tua boca o beijo
Que espera dorida insana
Os fluidos derretidos parados
Abrigados flor do corpo profana
Quieta em soluços compassados
Nessa eterna espera de sentidos
Invento silêncio da tua ausência
Relembrando teus pedidos teus gemidos
Condenada a essa impiedosa clemência
Fico a esperar a tua adoração no altar
Onde me santificas de louvado prazer
Quando por fim chegas para me amar
E eu entregue abandonada me deixo ter
E deixo acontecer porque tanto esperava
O corpo nu em mortificada ânsia distante
Por dentro toda a florescer desabrochava
Para ser amada por ti meu doce amante
Dou-me ao tempo somente por esse momento
Consentido amotinado desespero de mulher
Dou-me abraços beijos carícias e sentimento
Como o faria de peito aberto outra qualquer
…
musa
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