GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

sábado, 23 de janeiro de 2010

BEIJOS

beijos que te quero entregar de língua
porque  quero recebê-los de boca
carícias à tua medida
ousas por meus desejos 
de segredos imaginar
e eu aqui perdida
por teus beijos
sonhar

um rio a desaguar em ti
num olhar vertido
de teu falo esgotado
vejo sedução escorrer
entregue sentido
teu corpo dado
morrer

pela minha boca molhada
dos beijos que lhe roubaste
a pele húmida e lavrada
do que em prazer tiraste

lágrimas escorrem leitosas
que o teu olhar contem
gotículas doces cheirosas
que do teu rio provem
...
musa 

DESEJO-TE



quero-te nua, a meia luz... deitada de costas, aberta. Poderei caminhar por ti em longas lambidelas, prometo agarrar-te os seios, dedicar tempo aos teus lábios, prometo dedicar-me ao teu ventre, em longas e molhadas lambidelas, para depois entrar em ti devagarinho, a sentir-te em todos os teus bocadinhos, que me apertam e puxam. Depois não prometo mais nada... apenas sentir-te de todas as formas e com a intensidade do desejo, às vezes num querer desenfreado...outras num querer demorado. Desejo virar-te e provar-te ao milímetro, desejo virar-te e comer tudo o que provei... desejo-te.

LOVER WHY

...

AZUL SENTIDO

CASTIGA-ME



No degelo do teu silêncio
Serei flor da água
Escorrendo no teu corpo
Lento cansado
Em vales de suor frio
Deitarei meu tempo
E nos teus braços
De instante amado
Serei rio…
Castiga-me
Devolve-me à neblina
Dos teus odores
Impregnada de sentidos
Voláteis vapores
Sairei nos teus lábios
Como palavras castigos
Velada no teu olhar
De beijos seduzida
Serei bruma a pingar
Produzida
Em lágrimas profusão
Derramada rio
No teu peito combustão
À chuva ao frio
Não me digas
Não
...
musa

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

LEITO DE SENTIDOS



trago o tempo fundido
em sulcos de pele
por ti rasgados
os teus beijos
de barro
lavram em mim
gostos desejos
loucos pecados
vales montanhas
planícies sem fim
trago o olhar perdido
corpo arado de loucura
nos lábios doce gemido
na boca húmida secura
trago adentro
terra de encanto
o ser sentido
sem pressas fendido
soltas raízes
de leite derramado
cresces rio
invadindo a margem
espalhas teu ser
em qualquer lado
deixas alegria
sonho pranto
dócil poeta selvagem
que de palavras
amo tanto
...
musa

PENAS ASAS



Qual Ícaro imprudente
Dá-me asas de papel
Coladas de sal

Onde demente
Ates cordel
Ausente
Qual
Sentido
Que morre
Perdido

Percorre
Meu corpo despido
Com a pena aguçada
Desenha-lhe sentido
A cor afiada
De pudores
Com as lágrimas
Misturada
Na paleta de mil cores

Dá-me umas asas para voar
Em riscos negros traçados
Pede a Dédalo para deixar
Penas tristezas favos de dores
De alvas belas gaivotas
Nos papeis desenhados
A cera com pólen de flores
Das abelhas laboriosas
Nossos sonhos guiados
À ilha dos amores
Em mar de lágrimas
Chorosas
...
musa

PARTITURA DE PAIXÃO

componho-me
música
em acordes
deponho-me
doce tacto
lenta vibração
tempo
acto

fluo
em suaves
momentos
profusão
suo
humidade
tuas mãos
dóceis
ventos

em frágil percurso
de passos lentos
deixo-me impressa
na tua pele nua
rio transbordando leito
sem jeito seu curso
indo depressa
invade-me o peito
luar de lua

onde seus quartos são vagas
em sulcos mar de sedução
as margens alargas
desejos imediatos
rio corre tentação
caricias partilhadas
acalorado sentir
marcam no corpo hiatos
tactos provocados
num quase ter quase vir

tu penetras
suave loucura
e na alma despertas
emoção ternura
lês nos meus sentidos
partituras de paixão
sentimentos
vibras lentidão gemidos
acordes sensação
momentos
enlouquecidos
...
musa

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A CORDA MEU CORPO



A corda meu corpo
De qualquer jeito
De pó a poesia
Roça no peito
Sol-posto
Pelo findar
Do dia

A corda cingida
Na pele estrangulada
Transparece a vida
Onde já não há nada

Grossa serpente de sisal
Numa trança toda inteira
Liga o bem com o mal
O feitiço e a feiticeira

Dança da corda estremecida
Falhas sulcos pele lavrada
De gotas de sal humedecida
Liga a noite e a alvorada

A corda enreda-se envolta
No corpo ardente vencido
Como a pele que se solta
Pelo tempo envelhecido

A corda meu corpo nudez
Estranhos ritos sinais
Em forma de liana
Dão nós em timidez
Segurando membrana
Amarram de gritos
Marcas fatais
Insensatez
Laços hirtos
Ocorre
Meu corpo corda
Morre
musa

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

PELE DE ROSAS

pele defronte oferecida

branca nua leitosa

rubros espinhos despida

essa vermelha rosa

toca-lhe com tua mente

desfolha suas pétalas macias

com teus lábios sê prudente

são sensíveis e são frias

os dois rosados cumes

das rosas seus canteiros

deles não tenhas ciumes

perfumados mas sem cheiros

os espinhos excitados

na tua boca sentidos

são da flor procurados

como desejos perdidos

toca-lhe aveludado sentir

nas tuas mãos ardente

imaculado advir

ao corpo confidente

a pele nua assim tão alva

tem cor rubra e fantasia

das rosas são sua alma

essa estranha iguaria

que de pele pétalas reclamo

vontade louca desse amor

o que nos teus lábios flor

mais desejo mais amo

... musa

TEM-ME EM TI


Tem-me em ti
Corpo dado
Do que senti
Este amor primeiro
Que dentro de mim trago
Louco feiticeiro
Sem fim

Tenho um corpo de palavras
Que guardas prisioneiro
De sinais no seu todo
Repartido quase inteiro

Tenho um corpo que jamais
Será terra será lodo passageiro
Corpo em paz corpo em guerra
Teu herói teu guerreiro
A querer-te sempre mais

Tenho um corpo de momentos
Onde espalhas mãos de prata
De pedaços e de tempos
Pele de sal toda em grãos
De que o teu nunca se farta
Musa

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

NUA TUA LUA

nua
levo alma nua
teus sonhos
meu cheiro intenso
as mãos contraídas
corpo prisioneiro
rio imenso
vontades traídas
olhar derradeiro
por ti

tua
serrei-te com querer
nos meus abraços fechado
senti-te estremecer
aprisionado

lua
reflectia-nos formas sós
escuridão enlaçada
partilhados de nós
minha flor perfumada
num beijo pela tua voz
acordando alvorada
por dentro abraçados
éramos só nós
apaixonados
musa



ACORDO

...acordo todos os dias
a mesma mulher
na cama vazia
de todos os meus cheiros
meus doces anos
loucas folias
dia a após dia
dando-me o que houver
sonhos tamanhos
para viver
repartidos
inteiros

acordo
em tribal sentido
assombro firmeza
inconfessa
do sonho tido
incerteza
promessa
do sono perdido

gasto-me em braços
que nunca tive de amor
risco de traços
as mãos cansadas
loucas de dor
de gestos ousados
nas fendas rasgadas
dos meus pecados
já sem pudor

acordo molhada
na cama fria
uma lágrima vazada
do choro ausente
a pele a ria
indiferente

...
musa

sábado, 16 de janeiro de 2010

TRANSPARÊNCIAS

nego-te sentidos
a pele intacta
gestos puros
fome abstracta
desejos fendidos
medos impuros
nego-te vontade
corpo ardendo
olhar fechado
seio doendo
sexo provocado
ânsia saudade
choro salgado
lábios doces
transparências
quero mais
desse pecado
confluências
louco prazer
sentenciada
quero que fosses
ritos fatais
obrigada
a ser
...
musa



VIRGEM

imaginada
à flor rendida
de noiva vestida
por dentro a flor ardente
vermelha a rosa esperando
ser nas tuas mãos desflorada
despido o talo surpreendente
de espinhos ensanguentada
o falo penetra excitado
na flor do corpo sangrada
em jeito de pecado
num gesto incendiado
a rosa desvirginada
os dois lado a lado
de noiva já despida
a pele provocada
hímen roubado
rendida
dada
...
musa

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

MAS TURBO DÉDALO


sou terra
pelas palavras
abriste em mim
húmidas fendas
teu cio dédalo
senti por dentro 
clitóris amansado
da alma em toque
como túrgidas dedadas
sem que me prendas
rendida amarrada
onde emoção coloque
seduzido sentir 
às tuas mãos dadas
lenta ebulição
num quase a vir
sentida provocada
euforia de movimentos
acaricias monte excitado
loucos pensamentos
doce vibração
lavras pecado
consagração
deslizas rugosidade
dedo extenuado
desenhas impressão digital
na flor corporal
viscosidade
escorre
natural
...
musa

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

ROSAS CONSENTIDOS


Rosas consentidos

Deixa as rosas aos meus pés

Num devaneio de sentidos

Como se passos fossem marés

Num mar desejos pervertidos

Deita as rosas pelo chão

Vou pisá-las com desejo

Num encontro de paixão

Entre um olhar e um beijo

Levo-te nus os meus seios

A flor do corpo abrigada

Em voile de intermeios

Desfilo provocada

Aos teus pés

Meus perfumados

Como se fosses convés

Onde dou nós amarrados

Vou de encontro a ti serena

Piso as rosas apaixonada

Sou tão frágil tão terrena

Uma eterna

Enamorada
...
musa

DE SAL NO CORPO

Se me faltassem as palavras,
apenas de uma me lembraria...
quero-te.

Ah... como eu te sentiria...
Num querer salgado,
de sal na lingua
onde só o tremer do teu corpo
o pode limpar...

Num querer provocado
tomar-te o gosto
que ninguem pode imaginar
sabor a mosto
onde sedução brinca excitação
até nunca mais acabar

Ah... o teu corpo
espera-o uma lua
carregada de sentidos
humidos salgados

em gestos fendidos

provocados

de sal

e fogo...
...
musa

FRIO AGASALHADO

Agasalha teu frio
Em manta meu corpo de lã
Na textura do desejo
Abriga-te em mim manhã
Entre uma carícia e um beijo
Nas tuas mãos meu rio
Deita-te ao meu lado
Toma-me tua
Faz-me calor
Fria e nua
Agasalha teu frio
No rio do meu inverno
Toma-te de mim
Entra no meu inferno
Ama-me sem fim
No ninho aprisionado
Da tua boca faminta
Ao meu corpo colado
Como quem de fogo pinta
Um sexo incendiado
Agasalha teu frio
Na minha pele acesa
Teus dedos de fogo
Em minha flor presa
Língua num jogo
Torrente excitação
Frio agasalhado
No calor em chamas
Em degelo provocado
Por mim clamas
Doce pecado
Emoção
Musa

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

PALAVRAS MINHAS SENTIDOS TEUS

Sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados.

escrevo

para te encontrar
 antes dos sentidos
 de palavras
 imaginando
 trago-te de cheiros
 fecho os olhos vejo
 cor da tua pele
 na tua iris
 flores nos canteiros
 na tua alma
 perfumando
 desejos

meus sentidos excitados
em doce calma
 no tacto do que não sinto
 mas imagino sentir
 percorro palavras
 como se me fosse a vir
 na surpresa do gosto
 de te ter
 e...
 de olhos fechados
 sinto-te de prazer
 de costas voltadas
 silêncio sol posto
 quase escuridão
 aproximas-te devagar
 de mãos dadas
 o rosto a corar

toda uma antiga excitação
querendo nascer
 querendo brotar
 lembro
 o que tivemos de palavras
 em mensagens quase nuas
 vibrando de sentidos
 as minhas e as tuas
 divididos
 se devemos
 ousamos divagações
 se queremos
 ser além de tudo mais
 prometidos
 apaixonados
 iguais
 perdemo-nos de provocações

enamorados
lado a lado
 de palavras e sentidos
 num querer intenso
 húmido
 salgado
 imenso
 como se de amor
 me viesse
 no tacto e na tua mão
 sem regras sem pudor
 e num desejo te tivesse
 em absoluta paixão
 intenso ardor
 ...
 musa