A corda meu corpo
De qualquer jeito
De pó a poesia
Roça no peito
Sol-posto
Pelo findar
Do dia
A corda cingida
Na pele estrangulada
Transparece a vida
Onde já não há nada
Grossa serpente de sisal
Numa trança toda inteira
Liga o bem com o mal
O feitiço e a feiticeira
Dança da corda estremecida
Falhas sulcos pele lavrada
De gotas de sal humedecida
Liga a noite e a alvorada
A corda enreda-se envolta
No corpo ardente vencido
Como a pele que se solta
Pelo tempo envelhecido
A corda meu corpo nudez
Estranhos ritos sinais
Em forma de liana
Dão nós em timidez
Segurando membrana
Amarram de gritos
Marcas fatais
Insensatez
Laços hirtos
Ocorre
Meu corpo corda
Morre
…
musa
Sem comentários:
Enviar um comentário