Nem são também como os teus castanhos leais
São das cinzas brasas que ficam em morno lume
Dessa fogueira acesa que chama não tem mais
Quero-os azuis e não negros a amansar-me os medos
Na ânsia do olhar guardada querer ter-te todos os dias
Prende-me em rédea solta no prado dos teus segredos
Na tua mão envolta a trela segurando quem não confias
Levas contigo sempre o brilho dos meus olhos enganados
Cheios de azul para o vazio amargo dessa tua instável vida
Deixo-os ir na tua alma insegura ao teu coração amarrados
Porque de louco amor te sinto e da vida caminho já perdida
Foge de mim com eles no teu olhar mudo insolente
Nessa tua estranha boca como se um beijo fosse
Em teus lábios a queimar num rasgo de luz ardente
Gosto de mentira tosca com sabor azedo e doce
Meus olhos azuis são revolta de estrelas e de astros
Navego no mar de mansinho em vela solta do tempo
Rasgados da face triste tombados quebrados mastros
Ficam quietos a ouvir-te no olhar do teu chamamento
Saberão eles que gravitam no cosmos do teu sentido
Os meus teus olhos azuis que tu prendes por amor
São poeira de poesia largada de um verso perdido
No azul do firmamento onde escondida anda a dor
...
musa
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