toca-me caixa de musica
perdida no tempo
e deixa eu cantar-te
meu bolero
sem hora momento
na pauta das tuas curvas de cio
deixa-me ser teu rio
na tua pele a brisa
sussurrar por entre folhas do desejo
ser ar que desliza
soprar de mim a flor minhas pétalas
cavalgar pelo teu peito erva
sem asco nem pejo
desse desejo que a mim reserva
passos sentindo o solo macio
deitar-me nesse caminhar
de encontro às curvas da noite
como quem caminha um rio
em louco cavalgar
salpicando passos molhados
no teu sal de pele
orvalho manhã emoção
a despejar olhos marejados
no cálice floral do meu ser
em deliciosa excitação
a esgueirar-se pelos teus dedos
abrindo a magia da flor
em gestos ledos
como leme sem tempo
de barca fulgor
velejando sem bússola
remando meu cio
em vela de vento
por todos os sentidos
presos num fio
na amurada do convés
de corpo nua
e me olhando
como quem pede
grávida lua
a seus pés
...
musa
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