GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

domingo, 25 de maio de 2014

DOCE ALUCINAÇÃO


Está para chegar um poema na tua boca
Versos soltos das tuas mãos dos teus dedos
A poesia respirada na tua pele
A palavra louca
A desvendar nossos segredos
Para além do papel
E de todos os medos

Reunida no olhar a doce fantasia
Da alvorada da fascinação
No entardecer da poesia
No prazer da sedução
As horas dessa magia
Bebidas excitação
Liquida exultação
Húmida exsudação

E chegas não sei de onde
Não sei porquê não sei como
E nas faces o rubor de quem esconde
Algo insano algo angélico santo ou demónio
Profano sedutor feiticeiro maqueavélico
A alegria a dor o perfume o amónio
Inebriando todos os meus sentidos
Desbravando instantes proibidos

Em teus passos desabridos
Chegas de mansinho
Confundido destino
Rompendo caminho
Encurtando distantes vontades
Na prece dos amantes
Orações sensualidade
A orar em meu altar
Teus gestos confiantes
De saudade

E chegas quieto efusivo
Rompendo o vestido
Procurando aroma carnal
Um gozo quase animal
Entre a doçura do sal
E o agre do mel
Beijas rendido à pele
Que te fez caminhar
Deixar a longura
Abraçar a loucura
E toda me amar
...

musa

2 comentários:

Anónimo disse...

Nada me atrai mais
me seduz, me impele
que a realidade
toda a tua realidade
por trás dos sonhos e fantasias.
Porque tememos a realidade - porque é mortal?
E preferimos as fantasias que nunca nem sequer chegam a nascer neste mundo real?
Só a realidade é mágica
transforma a pele adormecida em lava de um vulcão
dá a cada membro a dimensão
de uma deusa carnal
da única deusa verdadeira - a que é real
porque a sentimos
porque a criamos e vemos e tocamos.
Só se chega a esse olimpo sem o medo da decepção
sem o medo do real e do pós-imaginação
há que deitar mãos ao corpo
fechar os olhos, abrir a alma
deixar correr.
Deixar correr
o tempo em nós
o desejo, a ânsia de não se sabe o quê
o fugir deste vazio e querer
querer, querer, querer
sem medo do quer vier
nem do que se não possa encontrar.
Só então saberei se existimos
deuses, homem, mulher
uma coisa qualquer
que exista.
J.

Grão de Malícia disse...

... o que te dizer...

perdura no tempo essa ânsia carnal que envolve a membrana das tuas palavras presas na maresia dos sentidos e o verso de bruma a desvanecer o desejo impulsivo punhal que cravas no silêncio do meu sentir...