GRÃO DE MALÍCIA

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Miramar, Norte, Portugal
GRÃO DE MALÍCIA … poemas escritos de desejos e divagações... onde está a poetisa... que vai escrever os poemas memórias de sentidos tidos… onde está a poetisa...que escreve poemas, nua ao pé da cama, que os interrompe para beber inspiração? … sou apenas quem está mesmo por detrás de ti... com a boca colada ao teu ouvido, segredando-te pequenas coisas que tu sentes...de olhos fechados. ana barbara sanantonio

sexta-feira, 4 de março de 2016

UM FILME IMAGINADO ... SENTIR

UM FILME IMAGINADO ... SENTIR

Jorge 14:29
Ola Mulher
Daqui fala Homem...
Mulher14:31
Olá Jorge
Daqui fala Barbara
Jorge
Prazer Barbara,  bem disposta?
Mulher
Prazer?  ... não senti nada
Assim assim
Jorge
Não? Imagina...
O que se faz por ai...
Mulher
Por onde começo
A imaginar...
Não é mais... O que faz aqui?
Jorge
Pela boca
Então o que será... hummm
Mulher
Morre o peixe
Jorge
E também se alimenta...
Mulher
Qual é o teu isco?
Jorge
E vive...
Boca cheia...
Mulher
Já alguma vez foste à pesca
Jorge
Já já e submarina...
Mulher
De arpão na mão
És perigoso,  homem
Jorge
Pois... espingarda... de elásticos...
Com arpão...
Pois... mas não é na pesca...
Mulher
Conta me tudo...
Jorge
Nada de especial... Gosto da personagem outlaw...
Logo é personagem... E há muitos filmes... por ai...
Mulher
Rebelde misteriosa traquinas
Jorge
E tu és... sinto
hummm... gosto da traquinas...
Mulher
... e sensual
Jorge
Sim... pareces ser... mas será?
Mulher
Em que filme me colocavas?
Jorge
Ainda nem me sentei na cadeira do cinema...
Mas já comprei o bilhete...
Mulher
Senta e imagina...
Olha bem para o rectangulozinho
Jorge
Achas que escolhi bem? O filme...
Mulher
Lá está escrito o nome do filme que escolheste
Jorge
Vai começar... espera
Mulher
Conta-me tudo
És os meus olhos os meus ouvidos e...
A minha boca...
Jorge
Mmm...
Gelo quente...
Mulher
A tela é em frente...
Não é no teu colo...
Jorge
Pois era o que estava lá escrito...
Sim... montanha...
Branca...
Mulher
Isso são pistas para eu tentar adivinhar que filme se trata
Jorge
De neve...
Não... é como te digo...
Céu azul...
Luz branca...
Mulher
Mont Blanc
Jorge
Não... Na América do Sul...
Mulher
PP
Jorge
Sem nome...
Um lugar...
De trânsito...
Mulher
No filme ou em ti
Estacionamento proibido
Jorge
Pois sem tickets...
Mulher
Ainda vamos ser expulsos da sala às escuras
Jorge
E uma cabana... Pequena
Mulher
Cabanas são românticas
Mulher
De mais
Jorge
Não sei... So se nos distraímos...
Isso... Com uma cama uma cadeira uma mesa e uma salamandra e só uma janela...
Mulher
E está a nevar
Jorge
Sim... começou agora...
E a ficar escuro... fim do dia..
Mulher
E os narcisos amarelos começam aparecer na primavera nevada
Jorge
Mais frio... só se ouve o silêncio...
Mulher
E a neve sobre o lago gelado
Jorge
Queres entrar... comigo
Mulher
Se não houver teias de aranha
Jorge
Não... a bicharada não resiste ao frio...
A entrada tem uma pilha de lenha...
Mulher
Há um odor almiscarado de ventos acasalando
Jorge
Sim... sente-se esse arrepio...
Entramos... e fecha-se a porta...
Mulher
Vamos para intervalo ou o fogo não espera
Jorge
Pipocas?
Mulher
Rsrsr nos teus olhos
Jorge
Lol...
Acendo uma vela velha...
A mesa está perto da janela...
Tiramos os casacos... volumosos...
E acendo a salamandra...
Mulher
Há peles sobre a cama
Jorge
De lobo... ou de coelho?
Mulher
Mamute
Jorge
O conforto da chama aquece o ar...
O gelo acumula se no vidro da janela...
Tiras as luvas...
Mulher
Desenho arabescos na vidraça embaciada
Jorge
E as minhas mãos... aquecem... na chama... lenta
Mulher
E as minhas arrefecem na janela baça
Jorge
Ficam húmidas com a condensação...
E procuram as minhas...
Mulher
O barulho das chamas abafa a neve
Jorge
E o laranja amarelado é refletido nas paredes de madeira...
Mulher
Estou a ser seduzida pelo calor...
Obriga-me a despir véus de frio
Jorge
Os rostos... sentem o conforto do calor..
Mulher
Ruborizam de calafrio na casa quieta
Jorge
E sede por beijos
Rosas...
Bochechas
Mulher
Como será o cheiro invernoso do teatro de sombras dos sentidos
De que cor são os teus olhos
Jorge
Verdes
Mulher
Só vejo fogo neles
Jorge
Sim pela tua boca...
Mulher
Espelho das chamas que acendeste
Jorge
A chamar pela minha...
Água na boca...
Mulher
Céu azul
Beijos no céu da tua
Jorge
A sede que dá sede...
Mulher
Gelo de fogo
Jorge
E os lábios alimentam-se dessa sede...
Mulher
Não sei como acabou o filme...
Jorge
Pois... mas queres fazer...
O fim...
Mulher
Não quero....
Jorge
Queres realizar...
Mulher
Há guiões que não têm principio nem fim
Jorge
Nem precisam...
Mulher
E o meio é a maior aventura que a fantasia alguma vez imaginou
Jorge
Sim... a melhor estória é sempre aquela que está para contar...
Viver...
Mulher
E o melhor de tudo é não saber que personagem estas a representar
Se a realidade ou a ficção
Jorge
Nem quero saber... sou mero espectador...
Mulher
Entre dois mundos intercalando de seduçao a fantasia da vida
Jorge
E a realidade é a interpretação...
Mulher
E continuando alimentar o fogo da salamandra de vontade que aconteça
Jorge
Os corpos... agarram-se...
Mulher
E o texto do guião só faz sentido mil vezes repetido debaixo das peles que nos cobrem
Jorge
A sentir o calor sem roupa... por cima das peles...
Mulher
E eu volto aqui vezes sem conta a procura do último acto
Jorge
E as bocas... Desviam-se... perdem-se... Na pele...
Mulher
Talvez o filme se chame SENTIR
Jorge
No corpo... procuram arrepio... geada...
Não... gelo quente
Mulher
Todas as primaveras têm os seus degelos
Jorge
E tudo flui...
Mulher
Fontes de humidades
Nascentes de desejos
Jorge
Musgos e líquenes
Mulher
Melodias de odores salivados
Jorge
Exposição de sucos...
Mulher
Dedos enrolados na penúmbra de cabelos encaracolados
Jorge
A chamar a atenção...
Mulher
Ofuscados brilhos sem palavras
Jorge
A língua procura chegar...
Onde quer provar e dar para receber...
Mulher
A música dos gemidos
Consagrados delitos
Jorge
E corpos contorcidos...
Mulher
Suados estremecidos
Jorge
Entregues rendidos
Mulher
Vibra o silêncio na corda esticada dos dedos caminhantes
Jorge
Provo o teu sabor no teu peito...
Pico... vermelho
Mulher
Gomos de montanha ardentes
Jorge
Volume na mão...
Mulher
Poesia na boca
Jorge
Cheia...
Mulher
Frutos vermelhos
Jorge
Corro para eles...
Mulher
O leito é palco de imaginação contorcionista
Jorge
Procuro... no vale...
Mulher
Pista de gelo em circo de sedução
Jorge
Vibrante... de vida
Mulher
Tudo por um desejo...
Jorge
Onde bebo na tua fonte... húmida...
Mulher
Fogo aceso
Jorge
Quente e generosa...
Mulher
Lareira da tua boca
Jorge
Se dá ... na boca e língua...
Mulher
Geme treme e vibra afrodisíaco fogo de vontades
Jorge
Em toques... e degustaçao...
Mulher
E de imaginaçao
Jorge
Que fazem tremer... a luz...
Mulher
E vibrar teu desassossego
Jorge
E o grito... surdo...
Interior... já sem correntes...
Mulher
Dedos tão trémulos como a dança das chamas bruxuleantes do teu sentir
Jorge
Rodeando... inserindo... com fome...
Mulher
Selvagem como o frio que corre à solta na aventura do prado dos sentidos
Jorge
Ver o vermelho...  e desfrutar...
Mulher
Incendiando mais e mais
Não pares de cavalgar...
Jorge
A tua boca... atinge
Mulher
A cabana incendiada
Jorge
E prova... a excitação em mim...
E tomas como tua...
Mulher
Procura o degelo da estação do prazer
Jorge
E o que estás a fazer... agora
Mulher
A dureza do prado amaciado
Jorge
O orgulho do inverno em bater a primavera...
Rocha de cetim...
Mulher
Um guião por inventar
Jorge
Boca a explorar...
Mulher
O filme do nosso segredo
Perdidos na montanha
Perdidos de desejo
Perdidos de excitaçao
Jorge
Comanda a escalada... até ao topo...
E cobre toda a mansidão...
Jorge
E vem a tempestade... no sentir...
Mulher
E faço-te gritar aos ventos fortes vontade de morrer ali
Jorge
Sim...
Mulher
Há agitação no silêncio sonolento desse gozo manso
Jorge
Mas... seguras a intempera...
Pois... as terras do vale...
Mulher
Humidades domadas
Jorge
Dos frutos vermelhos... querem-nos lá...
Mulher
Rios a escorrer dos dedos encharcados
Bocas famintas de gelos em chamas
Jorge
Humidade tropical...
Mulher
Olhos acesos de neve e sol no escuro da cabana
Jorge
Pelo contacto de sexos...
Mulher
O fogo aceso entre os corpos em fricção da pele
Jorge
Gemidos... no contato... não param... o movimento...
Para entrar... na luxúria húmida...
Mulher
A selva misteriosa do prazer
Gozação e luxúria em doce sentir
Perdidos e sós
Jorge
Alcateia... a correr... dentes à mostra...
Mulher
Lobos famintos
Seduzida para um filme ainda não inventado
Jorge
Por carne... selvagem...
Estás?
Mulher
Carnal desassossego
Jorge
Animal irracional...
Besta das neves
Mulher
O que te atrai
Jorge
Em ti?
O mistério
O desassossego...
Mulher
Acontece
Jorge
A generosidade...
Não sei...
Mulher
Sintonia química rebeldia
Cumplicidade de palavras
Jorge
Mas gostava de saber e sentir...
Mulher
Intimidade da distância
Jorge
Gosto disso ...
Mulher
Fogosidade da imaginaçao
Jorge
hummm também gosto...
Mulher
A invenção da memória não vivida
... Ainda...
O fazer acontecer
Jorge
E a realidade ... acontecer
Mulher
Sermos personagens da história
Jorge
Realizarmos o filme
Mulher
Carga forte emocional
Jorge
E ver como ficou
Mulher
Impactante
Público privado
Sermos nós
Jorge
Mais ninguém...
E por ai como se está...
Sem horários e chuva no vidro da janela?
Mulher
Sim
Tempo de recolhimento e imaginação
Jorge
Eu também...
Mulher
Fazermos parar o tempo
Jorge
Solidão acompanhada...
Mulher
Uma montanha algures por explorar
Jorge
E escalar...
Mulher
Que aventura...
Jorge
Sem prémio
Mulher
Sem prémio porque?
Somos dois caçadores de tesouros escondidos
Jorge
Porque o ganhar não é o impulso
Mulher
Mas eu sinto a tua impulsividade
Jorge
Mas sim o encontrar
Mulher
E gosto disso
Jorge
Hummm sim... sou mesmo
Mulher
Sou assim como uma presa fácil
Jorge
Apetecia-me... Estar ai contigo...
Mulher
Predador desconhecido...
Jorge
Ter-te... como presa...
Mulher
Nas tuas garras
Jorge
Misteriosa...
Mulher
Achas que sou?
Jorge
A revela- se... por si só ... sem questionar...
Acho... muito mesmo... hummm
Mulher
Atraído ao bosque encantado
O feitiço das palavras
Jorge
Sim... e a vegetação frondosa imaginada...
Mulher
A magia do desassossego
Jorge
O instinto em comunicação...
As palavras dos silêncios...
Mulher
Enfeitiças-me...
Jorge
hummm... quero... sentir isso... contigo...
Na boca...
Mulher
Qual a tua poção mágica
Jorge
Não tenho...
Mulher
Estamos aqui há horas... rendidos ao devaneio
Esta insanidade inventada
Jorge
Pois..porque podemos... queremos...
Mas ... Não não...
Realidade saudável
Mulher
Ainda não sabemos
Jorge
Para mim... é
Mulher
Feiticeiro
Jorge
Gosto...
E tu provocas-me... essa vontade...
Assim sem saber...
Mulher
Estás a chamar-me provocadora...
Jorge
Portanto a poção... somos os dois...
Tu és... uma chamadora
Mulher
Gosto de palavras novas
Jorge
És...
Logo... é essa a poção
Mulher
Inebriante fatal
O químico composto dos amantes em segredo
Jorge
E só o contacto o vai... concretizar
O mundo é pequeno... nós vamos encontrarmo nos por aí...
Mulher
Ás vezes sim
Jorge
E nós fazemos ele ser grande...
O nosso mundo... é o infinito...
Onde estás?
Mulher
Na tua imaginaçao...
Jorge
Estás dentro.... sim
Mulher
Traquinas
Jorge
A aí...
És...
Somos... como miudos..
Mulher
Fazes-me sentir uma adolescente
Jorge
Eu... sou... muitas vezes...
Mulher
Com vontade de apertar a tua mão e rir no teu riso
Jorge
Bom... isso é bom...
Agarra... me agora
Mulher
Seríamos um perigo a solta os dois juntos
Jorge
Perigo seguramente...
Mulher
Perigosamente traquinas
Jorge
Infantivelmente adultos
Bem... Vou ate casa...
Mulher
Gosto disso
Volta sempre...
Jorge
Muito bem...
Mulher
Fazemos outro filme
Jorge
Recebe-me...
E eu vou...
Gostei... também muito...
Mulher
Deixo um beijo cereja
Jorge
Beijos frutos vermelhos
Mulher
A antecipar a primavera das gueixas...
Jorge
Beijos e até outro filme...
...

musa

8 comentários:

Anónimo disse...

Este post parece-me simplesmente, sublime...

Um beijinho e um excelente fim-de-semana!

:))

PEQUENOS DELITOS RENOVADOS disse...

Esse Jorge.... esse é - VERDADEIRAMENTE - um gajo realizado....
Acho que preciso beber um pouco das sobras daquele cafezinho dele....

Grão de Malícia disse...

Estou dividida entre os dois... Acho que vou beber mais um cafezinho ;)

Beijos poéticos <3

Anónimo disse...

Musa,
O nosso amigo PDR, está com ciumes...acho que o gajo apaixonou-se por si!

;))

Anónimo disse...

Adoro paixões...

PEQUENOS DELITOS RENOVADOS disse...

Apaixonei-me perdidamente por ela... mas ela tem um coração possuído.
Fiz até um poema para a Musa Renascentista:
"Vejo-te Musa, inalcançável e inatingível
Teu coração pertence a outro coração,
Um coração amante, gentil e sensível.
E o meu recebeu um sonoro não!

Não me importo em não ter-te
Quero apenas a ventura de ler-te
Imaginar-me versejando dessa forma para mim...
Ai de mim... teu amante dono de amor sem fim."

Grão de Malícia disse...

Que amor tão atrevido
Inatingível só o universo
Ao teu versejar assim rendido
Mereces tudo e este verso :)

Coração de amante tem me presa
Sim gentil sensivel um garanhao
Mantém sempre a chama acesa
Mata me de amor e excitação ;)

Mas não desanimes no teu amor
Paixão por mim ou seja lá o que for
Faz me versos sem fim

Grão de Malícia disse...

... Acende a chama flama pavio com teu calor
Que eu mostro te como se faz um rio...