Quantas vezes andaram à deriva
Estas palavras náufragas de ti
Quantas vezes senti
Onde te deixei
Onde te perdi
Onde te amei
Serão precisos mares revoltados
De vagas incendiadas de sentimentos
Barcos de cascos rasgados
Velas rasgadas de ventos
Cascos afundados
Mastros quebrados
Ondas momentos
Onde te senti
E talvez perdi
Desejo naufrago tive de ti
Afundada em poesia
Poema em pedaços parti
Para lhe tirar a nostalgia
E dos desejos mais fundos
Da carne da alma fundeada
Em vales de mares profundos
Aceitei tua ausência anunciada
Renunciei a vontade amargurada
E das palavras em poemas dispersos
Fiz uma jangada de amor sentido
Fui lembrando esse mar em versos
Onde te havia deixado perdido
Não sei se agora te reencontrei
Paixão de amante ou de amigo
Mas as palavras com que te amei
Ainda são teu doce e terno abrigo
Vou ficar esperando
Qual sentinela frente ao mar
Os olhos que vão navegando
Na escuridão para te reencontrar
E nas palavras trazer-te de volta
Para esta poesia de sentidos
Onde o desejo anda à solta
A vontade é uma paixão
E firmes de todos os perigos
Voltamos a dar-nos a mão
…
musa
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